C.P 47

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Piscicopata

- O acordo era você trabalhar para a Cia e nunca mais matar ninguém além de quem o Rutherford falasse! - o homem gritou de repente. - Mas você foi fraco! Não soube controlar a merda da voz que diz ter dentro da mente! E agora, quando pegarem você, pela primeira vez você vai se arrepender de ter matado alguém!

Podia muito bem controlar a voz em sua mente. Era capaz de fazer isso.  Mas não, ao invés disso deixou que ela o controlasse e agora,  era como um fantoche para ela.

Mate ele!!!

Ela gritou.

Ele não sabe o que fala!

- Ela usa você. Usa você de todas as formas possíveis, usa como quiser e quando quiser. - o homem gritava junto.

Mate ele!!

- FODA-SE! - o Piscicopata gritou alto. Seu rosto estava vermelho, seus punhos fechados, seus ombros tensos, o corpo tremendo, veias dos braços quase saltando para fora, e sua mente atordoada. - Já que ela me usa tanto, olha o que ela está me mandando fazer agora!! - o grito que soltou foi tão alto que sua garganta doeu.

Ele pegou Maduma e atirou na cara do homem sentado na cadeira, que morreu na hora. Mas ele não parou, e sim descarregou a arma na cara do infeliz.

Enquanto atirava de perto, sangue espirrava em seu rosto. Com a quantidade de tiros, um buraco se formou na cabeça do homem, e mesmo assim ele não parou, então pedaços de massa cefálica começaram a cair no chão e até mesmo voar para seu rosto, mas ele não parou de atirar, continuou atirando até descarregar a arma, então rapidamente carregou e voltou a atirar. Só parou quando o homem sentado na cadeira de metal ficou sem cabeça.

Ele abaixou a mão que segurava Maduma e encarou o corpo incompleto de Harrison Louis. Não deveria ter matado o desgraçado tão rápido, tinha perguntas, queria respostas, mas pelo menos ele calou porra da boca.

O Piscicopata saiu da sala de tortura e a trancou, mais tarde voltaria com uns sacos de lixo e jogaria aquele corpo podre no lago da floresta. Ele saiu com o ouvido zumbindo por causa dos tiros, seus músculos só relaxaram quando entrou embaixo do chuveiro. O banho gelado aliviou a adrenalina de suas veias e permitiu que ele ficasse mais calmo.

Com Harrison Louis morto, a Cia talvez teria certa dificuldade para encontra-lo, se é que já não tinham feito isso. Se o achassem, não teria o que fazer além de lutar, lutar até a morte. Mas mais de mil homens contra apenas um não era um jogo limpo, e isso não era exatamente a questão, a questão era que mesmo lutando com todas as forças,  não conseguiria dar conta de um batalhão, sabia que era forte o suficiente para matar cada um deles, mas um de cada vez. Além do mais, eles tinham armas,  muitas armas, o que dificultaria sua vida, então tirou a possibilidade de encarar de frente e lutar. Eles não queriam lutar, queriam era mesmo enterrar uma bala no meio da sua testa. 

Teria que pensar em algo imediatamente, talvez uma emboscada, um acordo, qualquer coisa.

Quando saiu do banheiro, ouviu um barulho vindo do quarto onde Benna deveria estar, e sem pensar duas vezes, colocou apenas a máscara e correu até lá. Quando chegou, quase derrubou a porta do quarto e se deparou com a garota com um dos braços para cima, o peito subindo e descendo com uma velocidade além do normal e os cabelos desgrenhados. Ela olhou para ele de imediato, ainda com a mão para cima, que segurava um chinelo colado na parede. 

Um Piscicopata Apaixonado 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora