C.P 53

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Piscicopata

Suas mãos doíam pela quantidade de socos que distribuiu na parede de cimento. Haviam ficado algumas cicatrizes dos cortes que fez quando ficou praticamente um dia inteiro socando uma árvore. E agora as cicatrizes pareciam ter aberto por conta dos socos na parede, derramando sangue no chão. Mas isso era o que de menos naquele momento. Ele só queria parar de ficar frustrado!

- Não adianta... - disse, respirando fundo e encostando a testa na parede. - Não adianta... - então olhou ao redor. - Preciso matar.

Colocou a máscara rapidamente e saiu de casa, passando as mãos sujas de sangue na calsa preta. Quando entrou no carro e bateu a porta, respirou profundamente e olhou para as folhas verdes à sua frente. As árvores da floresta tinham uma cor diferente, tanto que parecia um verde cintilante.

Pisou no acelerador e em menos de vinte minutos, já estava na cidade. As ruas estavam praticamente vazias, possibilitando ainda mais seu trabalho caso visse alguém perambulando sozinho na rua em pleno domingo à tarde. E para a sua satisfação, avistou um homem baixo, morinbundo e com uma garrafa de vodka na mão. Ele andava de um lado para o outro, cambaleando de vez em quando. O Piscicopata se aproximou com o carro e tirou a máscara. Teria que ser esse mesmo.

- Cara, pode me dar uma informação? - ele perguntou alto, vezes pisando no acelerador vezes pisando no freio, para acompanhar a caminhada do homem. Quando o mesmo virou o rosto, fez uma expressão de confusão.

- Informação! - o Piscicopata repetiu e parou o carro. Em seguida desceu, relaxado. Havia pegado uma faca do seu porta luvas e à escondido na manga do casado preto que vestia.

- Ah, o quw qier sarber?  - o homem perguntou com a língua enrolada, parando de andar e olhando com atenção para o Piscicopata.

- Que dia você nasceu? - o Piscicopata perguntou, se aproximando à passos cumpridos e calmos. O homem tombou a cabeça para o lado, claramente confuso.

- Qui? - ele perguntou e o Piscicopata sentiu o bafo de álcool forte.

- Que dia você nasceu? - ele perguntou de novo, ainda se aproximando.

- 2 de outyubro eu aucho, não mi lenbro, mas pror que? - o homem disse. - Ganhyei na meca cenha? - então soltou um sorriso cheio de dentes amarelados.

- Por que esse ano você teve o seu último aniversário. - o Piscicopata respondeu e desviou à tempo de levar um soco, que agilmente, iria no mínimo lhe fazer um corte no canto da boca. Ele franziu a testa com a rapidez do homem, achando ele rápido demais para quem estava cambaleando de bêbado.

E sorriu. 

E então enfiou a faca na barriga do rapaz, perfurando seu estômago e fazendo-o cuspir sangue. Imediatamente, antes que alguém pudesse ver o que acontecia ali, ele empurrou o homem para dentro do carro, entrando e o locauteando com força com o cabo da faca.

No caminho, colocou a máscara no rosto e em menos de vinte minutos, já estava na floresta novamente. Sem pressa, ele abriu a porta do carro e se encostou no capô do veículo, tirando um maço de cigarros do bolso. Mas quando estava prestes a acender um cigarro, viu pela visão periférica algo se movendo rapidamente, e então sentiu um soco que acertou em cheio a maçã de seu rosto. 

Um Piscicopata Apaixonado 2 Where stories live. Discover now