C.P 57

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Benna

Sabia que Marrie estava viva. Pelo menos isso ela sabia. Mas esse fato não diminuiu a culpa que sentia. Sua cabeça pesava e suas mãos começavam a tremer. Sentia suas pernas moles e queria muito esmurrar alguma coisa, mais exclusivamente alguém.

Lembrava vagamente da reportagem que viu na televisão, onde destacaram o fato de que estavam te procurando. E ainda por cima havia falas de Marrie, alegando os últimos acontecimentos até que ele à sequestrou novamente. Mas depois disso, e até mesmo antes da reportagem, Benna se via em uma boa convivência com o Piscicopata
-claro, apenas depois de ele ter à torturado- e mesmo após se ver em uma boa convivência com ele e além de ter tido diversas oportunidades para perguntar algo sobre Marrie, simplesmente se esqueceu de sua mãe de coração.

Simplesmente.

Teve alguns momentos que Marrie inundava seus pensamentos, mas em nenhum momento ela foi capaz de abrir a boca e perguntar o que ele havia feito com ela exatamente no dia em que entrou na casa dela e sequestrou Benna.

Agora, olhando para o rosto dele sem estar coberto pela máscara, conseguia ver claramente suas feições mudarem e a confusão em seus olhos.

- O que você fez com ela? - ela perguntou, elevando o som da voz e tentando se manter calma. - O que você fez com Marrie!? - ela se levanta e fica em pé, suas pernas tremem de nervosismo.

- Eu não fiz nada com ela. - ele disse, displicente. Não estava entendendo para que tanto drama vindo da parte dela e também se levantou. Os dois ficaram frente à frente.

- Naquela noite... - ela murmurou. - O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?! - ela gritou de repente. Sabia que ele não havia matado Marrie, mas tinha conciência do que ele era capaz de fazer com as pessoas, e algo dizia à ela que ele havia machucado Marrie, até mesmo torturado.

- Por que está gritando? - ele perguntou, arqueando as sobrancelhas. Naquele momento os olhos da garota delatavam as lágrimas.

- VOCÊ TORTUROU ELA?! - ela perguntou se aproximando dele e batendo em seu peito com as duas mãos, na tentativa de fazê-lo cair, mas ele nem ao menos deu um passo para trás.

Benna estava eufórica e nervosa, descontrolada e de repente, começou a dar socos e tapas no peito do Piscicopata, tentando machuca-lo de alguma forma. Seu rosto estava vermelho e próximo ao peitoral dele, onde esmurrava com o máximo de força que conseguia.

Ele apenas deixou que ela fizesse aquilo o quanto quisesse. Ela precisava soltar a raiva para fora, e se aquilo que estava fazendo fosse deixá-la mais calma, então tudo bem para ele.

Benna só parou de socar seu peito quando se cansou e suas mãos começaram a doer. Seu cabelo estava bagunçado e alguns fios grudaram em seu rosto molhado. Ele parecia extremamente calmo e isso à deixava com ainda mais raiva.

Ela deixou que suas pernas fraquejassem e seus joelhos bateram com força contra a grama gelada. Ele se ajoelhou também e segurou o rosto dela com as duas mãos grandes, os olhos da garota encontraram os seus e ele sentiu algo estranho no estômago nesse momento, mas ignorou e disse:

- Eu não machuquei ela. - sua voz saiu firme e alta. Ela tentou abaixar a cabeça para não ter que olhar para ele, mas o mesmo segurou seu rosto com firmeza, impedindo-a. - Confia em mim? - sua pergunta saiu aleatoriamente e sem ele nem pensar para dizer. Meio segundo depois se amaldiçoou mentalmente.

A garota paralisou. É óbvio que não confiava nele, pelo menos não ainda. O que ele estava pensando ao fazer essa pergunta à ela!?

- Não. - sua voz saiu totalmente desanimada. E mesmo sabendo qual seria a resposta, ele sentiu uma dor aguda no estômago.

Um Piscicopata Apaixonado 2 Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt