Um Piscicopata Apaixonado 2

C.P 63

Axel

- Como me acharam? - ele perguntou, tentando se recuperar do choque que sentiu ao ouvir seu próprio nome. Havia anos que não falava em voz alta, muito menos ouvia.

- Harrison foi um ótimo agente ruptor. Fez exatamente o que era para ser feito. - o capitão não havia mudado nada, as entradas ainda estavam ali, o terno escuro, a gravata preta, o óculos pendurado na gola do terno. Exatamente como da primeira vez que se viram.

- E também.. - o outro agente ia falando, mas ao receber um olhar duro e sagaz de seu chefe, calou a boca. - Desculpe a interrupção. - pediu, abaixando brevemente o olhar. A arma ainda pendurada em seus dedos.

- Ele era um dos meus melhores agentes... E você o matou. Está aí mais um crime em suas costas. Infelizmente não pude contar quantas vidas você tirou nesse tempo em que ficou fugindo feito um camundongo. - Rutherford mantinha a voz dura. Seu maxilar completamente relaxado.

- Maldição... - Axel soltou baixo, sua perna latejava e infelizmente ele não conseguia se mover.

- Não adianta murmurar, seu traidor de merda! - Rutherford bradou. - Eu te avisei. Deixei bem claro que a Cia não tolera traidores. - ele começou a caminhar lentamente na direção do Piscicopata. Então retirou de seu blazer uma adaga cuja lâmina brilhava.

- Eu podia simplesmente enfiar essa adaga em seu coração, agora mesmo. - ele disse, a raiva tomando conta de seu ser. - Você é um maldito filho da puta! Mesmo que a porra daquele acordo tenha sido benéfico para você, você escolheu nos trair! - ele aumentou o tom de voz. Suas mãos suavam. - E escolheu o lado errado, isso eu te garanto! - e então ele golpeou a nuca de Axel com o cabo da adaga. O golpe foi tão forte que o Piscicopata perdeu os sentidos rapidamente.

Nesse momento, Benna gritou de desespero. No mesmo instante, sentiu sua pressão baixar. Seus olhos ardiam pela quantidade de lágrimas que saiam deles.

- E você... - Rutherford direcionou seu olhar para ela. A garota sentiu a espinha gelar. - Pela maneira como ele tentou te soltar, pelo desespero que vi nos olhos dele, você deve valer alguma coisa. Algo inesperado, eu diria. - e a mesma sequência de passos foi retomada. Benna só sabia chorar.

Quando ele chegou perto da garota, à pegou pelos cabelos e à fez o olhar nos olhos.

- Que diabos você é dele? - ele perguntou, o bafo de cigarro a fez apertar os olhos. - Vamos, diga!

- Nada. - Benna soltou, a voz saiu tão falha que ela quase não se ouviu.

- Mentira. - ele disse, soltando seu cabelo. E então repetiu o ato, golpeando a nuca da garota.

Três horas depois

Axel e Benna estavam igualmente amarrados, cada um em uma cadeira. Os cabelos da garota completamente molhados de suor. A perna dele ainda sangrava.

Os dois abriram os olhos quase que no mesmo instante. A dor que Axel sentiu assim que retomou a consciência o fez grunhir de imediato.

- Capitão! Eles acordaram. - um homem negro, alto e mal encarado avisou Rutherford, que não demorou muito a aparecer.

- Pensei que haviam picado o dedo na agulha, pombinhos. - o capitão ironizou, soltando um riso nasalado. Uma rosquinha de chocolate melava a sua mão esquerda. - Bom, vamos ao que interessa. - ele disse, acenando com a cabeça para seu agente, que lhe entregou uma cadeira. O mesmo sentou-se de frente para o casal.

- Capitã... - um homem de terno bem alinhado ia entrando na sala, mas assim que seus olhos capitaram a imagem de Axel amarrado na cadeira, ele paralisou.

- Espero que tenha uma boa justificativa para entrar aqui assim, sem mais nem menos. - Rutherford disse, mordendo sua rosquinha em seguida.

- Han.. bom, droga esse é mesmo o agente 003? - o cara respondeu, ainda com os olhos em Axel.

- Mais que porra, qual o seu problema, 99? - Rutherford levantou e foi até um de seus agentes, a rosquinha derretendo em seus dedos. Uma cena nojenta.

- Perdão, Capitão. - 99 abaixou a cabeça. - Eu só não esperava ver o 003 aqui, ninguém me atualizou de nada.

- Ninguém está realmente atualizado, 99. Pois então faça isso agora mesmo, informe a todos os agentes que Axel está de volta.

- Pra ficar? - 99 perguntou, olhando para seu Capitão.

- Não, ele não vai ficar. Quero que você convoque todos os agentes, até mesmo os que estão de folga, e também os de férias. Quero todos aqui amanhã ao meio dia. Eles terão o prazer de assistir Axel Blackwaters, o filho da puta que nos traiu, cuspir sangue até a morte.

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Pequeno, eu sei.
Mas o próximo será maior, muito maior.