C.P 58

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Benna

Ela paralisou, petrificada.

Quando ouviu o que ele disse, milhares de coisas passaram pela sua cabeça ao mesmo tempo, e ela não conseguiu pegar nenhuma delas pra poder jogar para fora.

Sentiu uma revolta tão grande, que não soube como não levou sua mão até a cara dele.

Mas ao mesmo tempo, seus olhos arderam e ela sentiu-se como se estivesse se aquecendo em uma fogueira, mas por dentro.

Seu coração fraco palpitou com força, em seguida acelerou de uma forma extraordinária.

O impacto que aquelas palavras lhe causou foi tão avassalador, que sentiu seu corpo mole. As pernas bambearam e a boca secou. Não soube o que era, mas seu coração foi atingido por uma onda eletrizante de sensações desconhecidas para ela.

Seus olhos cor de mel estavam focados nas grandes bolas negras que pertenciam à ele, e dentro daquela escuridão, ela pôde ver uma luz. Como uma pequena estrela usando o máximo de sua energia para iluminar o céu escuro.

Ele à olhava com a respiração presa, tentando ler seus pensamentos pela feição de seu rosto. Mas ela não transpassava nada.

Benna não soube por quanto tempo ficou paralisada, mas quando tentou falar algo, sua voz falhou. Seu coração ainda batia com força quando ela engoliu em seco, e sem saber exatamente o que dizer ou fazer, simplismente inclinou a cabeça para frente e colou seus lábios ressecados nos dele. O frio na barriga foi inevitável quando sentiu a língua dele roçar a sua. O aperto em sua cintura era forte e preciso. Suas mãos fizeram o caminho dos pulsos até os ombros do Piscicopata, e quando passaram pelos músculos, parecia estar em um mar calmo, e por fim chegaram à nuca, onde agarrou e colou ainda mais seu corpo com o dele.

Ele estava extasiado e sedento por mais dela. O beijo era agressivo, feroz, quase selvagem, como se um precisasse do outro para viver, os lábios ficariam doloridos mais tarde, mas não se importavam com isso naquele momento, apenas em, se possível, se beijarem para sempre.

E como se tivesse renascido, ele se sentiu vivo outra vez. Conseguia até mesmo sentir seu coração bater rápido dentro do peito, descontroladamente.

Benna segurou sua nuca com uma mão e com a outra apertou seus cabelos, enquanto ele enfiou os dedos entre seus cabelos escuros e os puxou, fazendo-a sentir outra onda eletrizante pelo corpo.

Ambas as bocas só se descolaram quando os dois precisavam de oxigênio. Ele encostou sua testa na dela e fechou os olhos, respirando aceleradamente. Ela fez o mesmo. As respirações estavam entrecortadas e os peitos de ambos subiam e desciam com rapidez.

- Você... - ela começou, fazendo-o sentir seu hálito doce de perto. - Por que... eu não consigo entender... - e parou de falar, apertando os olhos em seguida.

Ele apertou os lábios em uma linha fina e respirou fundo. Ela não era a única pessoa confusa ali. Sua cabeça pesava e ele só queria resolver aquilo de uma vez. Mas era tão enrolado. Tão perdido em sua própria vida. Não sabia o que fazer e muito menos o que pensar.

- Vamos para casa. - disse, após alguns segundos. Precisava de um gole de whisky, urgentemente. Ele se distanciou dela e começou a caminhar em direção às árvores. A garota abaixou a cabeça e sentiu vontade de pular naquele lago e morrer afogada. Era tudo tão complicado com ele. Por que ele não podia, simplesmente agir como um homem normal?!

Um Piscicopata Apaixonado 2 Where stories live. Discover now