C.P 48

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Benna

- Desculpe... ah, eu não... Você não vai me matar por isso...? Ah, é... eu não... ah me desculpe, eu não sei se você gostou mas mesmo assim eu não deveria ter feito por que... - ela começou a dizer, quase apavorada.

Ele soltou uma risada contida e apenas esperou ela terminar de falar, ou melhor, de guaguejar.

- Por que você está rindo!? - ela perguntou indignada, tentando não deixar a pressão que ele estava fazendo com o corpo no dela à desestabilizar. O que não estava dando muito certo. Os corpos ainda estavam colados um no outro, as respirações ainda um pouco ofegantes e ambos os hormônios à flor da pele.

- Você não me beijou. Eu beijei você. - ele começou a dizer, olhando-a nos olhos. A intensidade do olhar negro dele à fez ficar ainda mais estabanada. Benna não sabia o que fazer. Não sabia se deveria se distânciar, tirar as mãos dele da cintura dela, ou até mesmo fazer um buraco no chão e enfiar a cabeça nele.

- Você não tem motivos para se desculpas. - ele disse. - E eu não mataria você se me beijasse. - disse com ironia as quatro últimas palavras.

- Ah... - Benna resmungou, tentando pensar rápido no que falar em seguida, mas ele começou a dizer novamente.

- E eu gostei. - quando ele proferiu essas palavras, o aperto na cintura de Benna aumentou, o que à fez ofegar e, de imediato sentir-se bem com toda aquela... situação. O que não fazia sentido algum, já que deveria mesmo era sair daquele quarto o mais rápido que suas pernas conseguissem se mover.

- Eu vou fazer algo diferente para o jantar hoje. - ela disse, segurando nos braços músculosos do Piscicopata, sua tentativa de sair daquela inusitada, inesperada, inoportuna e gostosa situação foi atingida com sucesso, já que ele soltou sua cintura e se distanciou um passo. Claro, um passo de distância não era o suficiente pra que todos os hormônios de ambos voltassem a ficarem relaxados e seus cérebros parassem de batucar diversas coisas de uma só vez, mas foi o suficiente pro lado sensato de Benna tomar o lugar e fazê-la sair dali o mais rápido que conseguiu.

E quando deu as costas para ele e saiu em disparada para a cozinha, as mãos estavam trêmulas, uma nevoada de borboletas inundando seu estômago e as pernas bambas. E se não tivesse se apoiado na parece do corredor estreito da casa, teria beijado o chão.

Quando chegou na cozinha, logo se encarregou de pegar um calmante e tomar um copo cheio de suco de maracujá. Ah, como estava molhada... Inacreditável a forma como ele conseguiu deixa-la completamente desestabilizada com apenas um beijo.

Beijo.

E que Beijo...

Quando percebeu, estava encostada na parede de mármore branco com um copo vazio na mão e um sorriso retardado nos lábios. Mas se recompôs a tempo de ele não à ver daquela maneira, e quando ele apareceu na entrada da cozinha, Benna agradeceu aos céus por ele já estar adequadamente vestido.

- Vai fazer o que? - ele perguntou casualmente, como se não tivesse à prensado na parede gelada e ter feito o ar ficar inesistente para ambos os cérebros à poucos minutos atrás.

Benna pigarreou para ganhar nem que fosse um segundo de tempo e se sentiu aliviada quando sua voz, ao invés de rouca e fraca, soou firme pela cozinha.

Um Piscicopata Apaixonado 2 Where stories live. Discover now