CAPÍTULO 13

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AMARE BETTENCOURT

Balanço a cabeça, quase dormindo de tão cansado de estudar que eu estava. Subo as mangas do meu moletom cor de rosa, salvando mais um documento no computador que pertencia aos meus trabalhos da faculdade.

Bocejo, me espreguicando e me recostando na cadeira, olhando para o Sr. Panda na minha cama.

— Não me julga, Sr. Panda. Não vou responder ele. — Falo, suspirando e ignorando meu celular, incluindo a mensagem de Matthew que recebi pela manhã.

Ouço a porta da entrada abrir, e logo sorri, sabendo que era meu pai voltando do trabalho. Largo todos os meus trabalhos e corro para vê-lo, o recebendo um abraço forte, na qual ele retribuiu de imediato.

— Oi, papai! Como foi o trabalho hoje? — Questiono, mas logo noto que ele parecia abalado. — O senhor está bem?

— Não foi como o esperado, filho... — Papai murmurou, chateado e se sentando no sofá. Vou até ele, me sentando ao seu lado e pegando sua mão.

— Aconteceu algo ruim? — Ele me olhou seriamente, acariciando meu rosto.

— Eu não quero que volte para aquele morro, Amare. — Falou, me deixando surpreso.

— Papai, eu preciso dá aulas às crianças. Não posso parar agora. — Justifico. Ele suspirou, negando.

— As coisas estão mais perigosas agora, Amare. Não vou te colocar na toca do lobo. Não quero mais você naquele lugar e ponto final! — Ditou, me fazendo entrar em desespero.

— Mas, papai...

— Mas nada, Amare! Há duas pessoas naquele lugar que querem minha cabeça em uma bandeja. É isso que você quer ver?! — Mordo o lábio inferior, sentindo meus olhos marejados e balançando a cabeça negativamente.

— Não, papai...

— É para o seu bem, meu amor. Eu prefiro morrer ao te ver em perigo. — Murmurou, me abraçando fortemente.

— Por que os dois estão com cara de quem comeu e não gostou? — Ouço mamãe chegar, e rapidamente vou até ela, a abraçando e recebendo um beijo no topo da minha cabeça. — Ei, por que meu amor está chorando? — Mamãe questionou, enxugando minhas lágrimas.

— Papai não quer me deixar dá aulas na escolinha...

— Você pode ensinar em qualquer escola, Amare. Mas não naquele morro! — Papai ditou, o que me fez abraçar minha mãe de novo, chorando baixinho.

— Eduard, você sabe muito bem que essa escola foi um dos maiores sonhos do nosso filho... O que houve para você mudar de ideia? — Mamãe questionou.

— Vamos subir e eu te explico. Amare, vá para o quarto. Eu sinto muito, mas não vou arriscar sua vida. — Papai ditou, subindo as escadarias junto com minha mãe.

Suspiro, voltando para meu quarto e deitando na cama, abraçando o Sr. Panda e chorando baixinho. Não posso deixar a escolinha. Foi um dos meus maiores projetos e eu quero estar lá, junto com as crianças.

MATTHEW ANDRADE

Observo Jonas se aproximando, cabisbaixo e se sentando ao meu lado.

— Matt...

— Você só terá uma chance para se explicar. — Aviso, irritado. Ele suspirou, assentindo.

— Eu fui fruto de uma traição. Eduard traiu a esposa com a minha mãe, que era promotora. Minha mãe morreu no parto, por complicações na gravidez e eu... fiquei alguns anos com meu pai. Amare e eu nos demos muito bem, mas o casamento deles estava horrível por causa da traição...

— Espera, espera...! Você disse “Amare”?! — Questiono, em espanto. Ele me olhou, confuso.

— Sim. Amare é o meu irmão. A diferença é que é filho dos dois, tanto de Eduard, quanto da esposa. É o tesouro daqueles dois... — Balbuciou, o que me fez ri, desacreditado e furioso.

— Inferno! Eu sabia que aquele garoto tinha alguma coisa com isso! — Praguejo, passando as mãos no rosto nervosamente.

— Matthew, não está planejando nada contra Amare não, né? — Jonas questionou, o que me fez olhá-lo em silêncio. Nem eu sabia mais o que devia fazer.

— Amare é o filho de Eduard. É bom saber disso... — Murmuro, respirando fundo e olhando para Jonas. — Anda, termine de se explicar. — Jonas me olhou duvidoso, mas respirou fundo antes de continuar.

— Bem, a situação não estava às mil maravilhas no casamento por minha causa, então meu... então Eduard me entregou para uma mulher da confiança dele e que cuidaria de mim. Eu sei que... ele queria continuar comigo, mas a traição foi um baque muito forte para a esposa dele. Ela nunca me tratou mal, mas... ambos brigavam todo dia. Isso estava fazendo mal para Amare também, que sempre chorava ao ver os pais discutindo. Então até eu preferi ir também, e vim morar com Maria, que considero uma mãe para mim. É isso. — Falou, o que me fez respirar fundo.

— Jonas, eu vou te dá um voto de confiança. Mas não me esconda nada novamente. Ouviu? — Ele assentiu, sorrindo.

— Desculpa, irmão. Mas... até hoje esse assunto ainda é delicado para mim. — Assenti, compreensivo.

— Vem cá, seu arrombado! — Brinco, o puxando para um abraço. Ele riu, retribuindo.

— Quanto amor vindo de você! Fico até emocionado. — Ironizou, o que me fez sorri, me afastando e o olhando seriamente.

— Me conte mais sobre Amare. — Peço e ele me encara.

— Contar o quê?

Tudo.

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now