CAPÍTULO 53

8.9K 918 91
                                    

AMARE BETTENCOURT

Respiro fundo, batendo na porta e sentindo meu corpo tremer, não sei se de medo ou nervosismo.

— Você? — Jaqueline abriu a porta, me olhando tediosamente. — O que quer?

— Eu... ainda não agradeci pelo o que fez. Apesar de... ter tentado me matar antes, você salvou minha vida. — Falo e ela suspira, cruzando os braços e se encostando no batente da porta.

— Acha que seremos amigos daqui para frente? — Questionou, sarcástica e descendo seu olhar para minha mão, na qual estava as duas alianças. — Eu tentei te matar sim, mas você conseguiu o que eu queria. Estamos quites.

— Hm... Você me assusta, não vou negar. Mas... salvou minha vida e eu agradeço por isso. — Falo, lhe entregando um pacote, na qual ela pegou me olhando totalmente desconfiada.

— O que é isso?

— Pães de queijo. Fiz hoje de manhã. Espero que goste. — Ela sorriu sem humor, me encarando.

— Colocou veneno neles? — Reviro os olhos.

— Não sou esse tipo de pessoa. Não sou vingativo. Vim aqui te agradecer de coração por ter me doado sangue. Tentei pensar em alguma coisa que gostasse, mas como não sei do que gosta, fiz pães de queijo. Obrigado, mais uma vez. — Falo, pegando um dos pães e dando uma mordida, a olhando sugestivo e saindo dali.

. . . .

— Ah! Isso é tão lindo! Só me caso se meu namorado fazer algo assim! — Victoria exclamou, após eu contar todas as surpresas que Matthew me fez. Notei Paula mais quieta hoje, o que era muito anormal vindo dela. — Ah, merda! Preciso ir em casa. Minha mãe mandou mensagem e disse que o cachorro fugiu de novo. — Victoria resmungou, beijando meu rosto e o de Paula, saindo rapidamente.

— Eu não quis perguntar antes, mas... por que está tão quieta? — Questiono, olhando para Paula, que suspirou, balançando a cabeça e forçando um sorriso.

— Nada...

— Eu... devo fingir que acredito ou insistir que se abra comigo? — Ironizo e ela revira os olhos, tentando negar, mas o choro a impediu, e ela logo me abraçou, deitada em minha cama e deitando a cabeça em meu colo. — Paulinha, o que houve? Por que está assim?

— Eu sou uma completa idiota!

— Ok, pode me explicar melhor? — Questiono e ela se senta na cama, tirando os óculos de grau e tentando limpar suas lágrimas.

— Me diz uma coisa... Entre Victoria e eu, quem é a mais atraente? — A encaro, confuso.

— Para mim, nenhuma das duas. — Brinco e ela bufa, jogando um travesseiro em mim, o que me fez ri.

— Estou falando sério! — Suspiro, vencido.

— Paula, você sempre me vem com comparações e perguntas desse tipo. Mas cada uma tem uma atração diferente. Ninguém é igual.

— Ok, então vou melhorar a pergunta... Em um desfile de beleza, quem seria a vencedora? Victoria ou eu? — A olho, respirando fundo.

— Aonde quer chegar com isso? — Ela abaixou o olhar, parecendo mais triste ainda.

— O Jonas.

— O que tem ele?

— Ele... ele disse que gosta de mim. — Arregalo os olhos, em espanto.

— Como?! Quando?!

— No morro. No dia em que ajudamos Matthew com as suas surpresas. Trabalhamos juntos em alguma coisa e... ele disse que gostava de mim.

— Isso é incrível! Agora você é minha cunhada! — Brinco e ela nega, fazendo meu sorriso morrer.

— Não. Não sou nada. Eu o dispensei.

— O quê? Por quê?

— Victoria... gosta dele. Ela me disse que quer muito namorar com ele.

— Mas... mas a Vic não estava com o Sandro?

— Ao que parece não está mais.

— Paulinha... você gosta dele? — Ela me olhou, não sabendo ao certo o que responder.

— Eu... não sei. Nunca me apaixonei por ninguém. Como é gostar de alguém? O que você sente quando está com Matthew? — Automaticamente eu sorri, a olhando.

— É você começar o dia pensando nessa pessoa, e ir dormir também pensando nela. Você... quer todo o tempo abraçar, beijar... E mesmo que se passe dias, semanas, meses... continua sentindo o mesmo frio na barriga toda vez que vê essa pessoa. E quando ela sorri... céus, nada mais no mundo importa. — Falo, suspirando. Paula fez uma careta.

— Acho que o resumo disso é: deixe de ser você e torne-se um idiota. E vejamos, eu sou uma idiota! — Resmungou, bufando.

— Você não é idiota. Só está apaixonada. É gostoso sentir isso. — Ela balançou a cabeça freneticamente, se levantando da cama e andando de um lado para o outro no meu quarto.

— Não, não! Quer saber? Eu vou ignorar isso! Nunca namorei ninguém, por que eu iria me importar? É só um garoto. Outros irão aparecer. E se não aparecer, tudo bem. Não me importo. Além disso, ele que está sendo um hipócrita. Não está falando a verdade...!

— Paula...

— ... É exatamente isso! Ele só quer brincar comigo. Porque, caralho, a Victoria é linda e eu sou um monstro cheio de espinho na cara e óculos maior que a cabeça. É 6 que ele só quer brincar comigo. Não há outra razão...!

— Paula...

— Aquele canalha! Por que diabos ele está fazendo isso?! Por que é divertido brincar com a nerd...?!

— Paula Abraão! Para de surtar! — Exclamo, a segurando pelos ombros e fazendo ela finalmente me olhar. — Você precisa conversar com ele.

Preciso?

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora