CAPÍTULO 44

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MATTHEW ANDRADE

— Eu não acredito nisso! — Granada apareceu na sala de visitas, e rapidamente o encaro, esperando boas notícias, mas a cara dele estava péssima. — Não sou compatível. — ditou, fazendo Clarisse chorar mais ainda. Tanto ela como eu também não éramos compatíveis, o que já estava me fazendo entrar em desespero.

— O que vamos fazer? Não temos tanto tempo! — Clarisse exclamou, aos prantos.

— O paciente é A-. Precisamos de um doador urgentemente. — O médico falou, o que me fez lembrar de uma pessoa que tinha o mesmo tipo sanguíneo.

— Eu volto logo! — Exclamo, me levantando e saindo às pressas do hospital, voltando para o morro.

. . . .

Bato na porta, esperando que eu seja convincente o suficiente para conseguir levá-la até o hospital.

— Matthew? — Jaqueline abriu a porta, me olhando confusa. — O que você quer? Me culpar de mais alguma coisa? — Questionou, o que me fez suspirar.

— Jaqueline... eu vim te pedir um grande favor. — Falo, vendo ela me encarar com certa curiosidade.

— O quê?

— Amare está no hospital. Ele foi atingido por uma bala... — Falo e ela cruza os braços, crispando os lábios.

— Que pena! Tô morrendo de preocupação! — Ironizou, com a expressão indiferente. Respiro fundo, a olhando.

— Jaqueline, eu vim na paz porque ele precisa de um doador de sangue o mais rápido possível. E seu tipo sanguíneo é o mesmo que o dele. Por favor, ajude ele... — Peço e ela ri, balançando a cabeça.

— O que te faz pensar que logo eu iria doar sangue para aquele idiota? — Suspiro, me segurando para não acabar cometendo uma loucura.

— Jaqueline, ele precisa de um doador e eu iria te agradacer muito se fizesse isso. — Ela me encarou seriamente.

— Se importa tanto assim com esse garoto?

— Você nem imagina o quanto. Eu o amo e se pudesse preferia está no lugar dele agora. — Falo sinceramente. Ela suspirou, desviando o olhar, sorrindo sem humor.

— Achei que um dia você me olharia dessa forma. Que me amasse dessa forma... — Murmurou, balançando a cabeça. — O que ele tem de especial que eu não tenho? — Questionou, o que me fez suspirar.

— Jaqueline, você não é um pessoa ruim. Não pense que ele tem mais qualidades do que você. Eu simplesmente me apaixonei por ele, pela personalidade, pelo sorriso... pelo jeitinho dele. Simples. Não tem essa de melhor ou pior. Se ele tivesse milhões de defeitos, eu o amaria da mesma forma. — Ela assentiu, suspirando.

— Hm...

— Jaqueline, por favor. Estou aqui te pedindo que o ajude. — Ela me olhou, indecisa.

— Eu continuo o odiando. E não me arrependo de nada do que fiz. — Ditou, o que me fez respirar fundo novamente para não matar aquela mulher. Eu tinha um carinho especial por ela, mas não como mulher, como uma menininha mesmo, que precisa de proteção por ser muito levada.

— É por mim. Eu estou enlouquecendo. E se Amare morrer... eu não sei o que sou capaz de fazer com minha própria vida. — Falo e ela arregala os olhos, me encarando assustada. Mas era a verdade. Era o que eu sentia.

— Matthew... — Ela balbuciou, e rapidamente pego suas mãos, quase entrando em desespero.

— Jaqueline, eu estou implorando! Por favor, por mim. — Ela suspirou, me encarando seriamente.

— Eu tenho uma condição. — Ditou.

— Diga. O que quiser.

— Que passe uma noite comigo.

— O quê? Jaqueline, eu não... — Ela estendeu a mão, me pedindo silêncio.

— Não estou falando de sexo. Eu quero um encontro com você. Com jantar, roupa bonita... Essas coisas.

— E por que quer isso? — Jaqueline suspirou, me fitando.

— Eu... não consigo entender... eu quero esclarecer algumas coisas e... nunca tivemos um encontro. — Suspiro, a olhando.

— Ajude Amare. E se ele ficar bem... eu faço o que você quiser. Te levo nesse... encontro. — Ela assentiu, e então seguimos às pressas para o hospital.

— Por que o sangue dele tem que ser tão difícil?!! — Vejo Paula gritar, irritada, saindo da sala.

— Aqui! Jaqueline vai doar. — Falo, chamando a atenção de todos, que olharam diretamente para Jaqueline, que estava nitidamente desconfortável.

— Se é assim... por favor, senhorita. Vamos logo. — O médico chamou e Jaqueline assentiu, o seguindo até a sala.

Me sento em uma cadeira na sala de espera, com o coração a mil, desejando que Amare saísse dessa e ficasse bem. Nunca senti tanto medo como agora.

— O que deu na Jaqueline para doar sangue para Amare? — Granada se sentou ao meu lado, já sabendo que essa “gentileza” não foi de graça.

— Vou ter que levá-la em um encontro... — Falo e ele me encara seriamente.

— Como é?! Matthew, achei que já tivesse passado dessa fase! — Resmungou e eu reviro os olhos, impaciente.

— Acha que eu quero sair com ela?! Fiz isso por Amare! — Exclamo, alterado.

— Oh, filho... Eu nunca fiquei tão orgulhoso de você como agora. Ele vai ficar bem. E espero que ele entenda... — Granada falou, me puxando para um abraço.

Também espero que ele entenda...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now