CAPÍTULO 16

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MATTHEW ANDRADE

Observo Kael jogando bola na rua com os amiguinhos dele, me lembrando do fato de que ele nunca teve a presença do Granada, e agora que ele voltou, Kael o chamava de "avô" já que que sempre quem cuidou dele foi eu. No início, ele me chamava de pai. Nunca me importei, mas resolvi explicar aos poucos para o garoto que éramos irmãos. Mas mesmo assim, ele às vezes confunde e solta um "pai" para mim.

Eu me preocupo muito com Kael, e sei que o moleque não tem ideia do que anda rolando na nossa família. Não tem idade para isso. E, sinceramente, quero que ele tenha um futuro como o da Michelle, algo que não o envolva nessa merda toda na qual eu escolhi seguir.

— Ei, olha teu novo fiel ali. — Sandro zombou, apontando para a escolinha, onde Amare saía de dentro, conversando com uma mulher.

Automaticamente, lembrei do beijo que dei no baixinho. Ele tinha lábios pequenos, doces e molhados. Era gostoso beijar ele, confesso. Mas tenho que lembrar de não mudar meu foco. O objetivo é fazer o Eduard sofrer! Ponto.

— Não vai falar com ele? — Sandro questionou, risonho. Suspiro, o encarando.

— Não preciso. Ele vem atrás de mim. — Falo, vendo Sandro ri.

— Você é um monstro. — Acusou, rindo. Observo Amare, trajando uma espécie de vestido que mais parecia uma camisa gigante, de ombro caído e vermelha. Ele estava fofo e sexy ao mesmo tempo, com aquelas pernas de fora e atraindo olhares nada inocentes de outros caras.

Não vou negar que ele é atraente, até mesmo para mim, que não sou de ficar elogiando homem, mas ele... merece alguns elogios. Mas vindos de mim, porque pretendo deixar bem claro para a quebrada inteira que o baixinho tem dono. Não quero nenhum playboy atrapalhando meus planos.

Amare pareceu se despedir da mulher e logo olhou em minha direção, sorrindo timidamente. E não demorou para ele começar a vir em minha direção, com as mãos para trás e mordendo o lábio inferior.

Puta merda, vai ser difícil pensar só com a cabeça de cima...

— Oi! — Cumprimentou, acenando para Sandro e sorrindo para mim.

— Senta aí... — Sugiro, indicando a cadeira vaga ao meu lado.

— Licença... — Pediu, antes de se acomodar na cadeira, todo certinho e com as mãos apoiadas nos joelhos.

— Voltou a dá aulas? — Questiono, notando seus olhos brilharem ao citar a escola.

— Sim! Finalmente está tudo certo e já estou com as ideias insanas na minha cabeça para poder dá aulas as crianças. — Falou, olhando para os meninos jogando na rua e sorrindo genuinamente. — Eu quero dá o meu melhor a eles...

— Você vai se sair bem. Meu irmão reclamou quando você não veio dá aula. — Falo, o que não era mentira. Pois Kael ficou muito bravo, nem queria voltar para a escola. Isso era surreal, no mínimo.

— Ah, eu também reclamei. E muito! Quase surtei, mas deu tudo certo. — Comentou, nervosamente.

O papaizinho deve ter ficado receoso... Isso é bom. Muito bom.

— Quer tomar algo? — Ofereço, mas ele nega, sorrindo.

— Não, obrigado. Estou bem... — Murmurou, envergonhado. O observo melhor, notando que ele estava corado e todo sem jeito, sorrindo constantemente.

Ok, isso foi fácil demais.

— Vem cá... — Chamo, pegando sua mão. Ele obedeceu, mesmo não entendendo o propósito.

— O que foi? — Perguntou, e logo o faço se sentar em minha perna esquerda, o segurando pela cintura, vendo ele ficar surpreso e mais corado ainda.

— Eu estou sobrando, então... vou lá para dentro. — Sandro murmurou, seguindo para os fundos do barzinho.

— O que você achou de ontem? — Questiono e ele suspira, desviando o olhar e mordendo o lábio inferior.

— Eu... gostei... — Murmurou, e eu sorri.

— Não será o único, bebê. — Falo, notando ele arregalar os olhos, com as bochechas vermelhas de tanta vergonha.

Toco seu rosto, sentindo o quanto ele estava quente por conta da timidez, o que era até engraçado, e logo o puxo para um novo beijo, sentindo melhor o seu corpo e me sentindo mais calmo por estar dentro do meu território e sem o risco de ter policiais me enchendo o saco.

— Matthew... as pessoas vão ver... — Amare comentou, olhando em volta, mas puxo seu rosto em minha direção, sorrindo.

— É isso que eu quero, amor. — Ele sorriu, todo derretido, e então volto a beijá-lo.

Bom, isso não será nenhum sacrifício...

— Vamos sair hoje? — Convido, vendo ele me olhar sorrindo.

— Para aonde? — Sorri, até meio sem jeito por conta da minha proposta.

— Minha casa, pizza e filmes. Talvez role uma pipoca com chocolate quente. — Falo, dando de ombros. Amare riu gostosamente. Quando ele ria assim, se via a pontinha da sua língua para fora, presa entre os dentes, o que me fazia querer morder e devorar aquela boca, mas me contive.

— Tudo bem. Eu aceito. — Ditou, o que me fez sorri, ansioso. Antes de tudo vir por água abaixo, eu precisava provar daquele corpo e daquela boca em outros lugares...

— Ótimo. Então te vejo às oito? — Ele assentiu, sorrindo docemente.

— Bom... agora eu preciso ir. — Falou, se levantando da minha perna e ajeitando a roupa.

— Certo. Quer que eu te leve até sua casa? — Sugiro, mesmo sabendo que ele inventaria alguma desculpa.

— Não, não precisa. Já me acostumei. Tchau... — Acenou, me virando as costas e indo embora, vez ou outra olhando para trás e sorrindo, na qual eu retribuía.

— Pizza e filmes? Quem é você e o que fez com meu amigo?! — Sandro brincou, me entregando uma cerveja e se sentando ao meu lado.

A noite é dos adultos, Sandro... hoje mais ainda...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now