CAPÍTULO 47

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MATTHEW ANDRADE

— Eu não acredito que você fez isso mesmo! — Jaqueline exclamou, rindo horrores com minhas histórias quando era criança.

— Lógico que fiz! O moleque tinha... sei lá... 8 anos de idade e saiu gritando pela sala toda quando viu a cobra dentro da mochila. — Ela riu ainda mais, o que estava me contagiando e acaba rindo também.

— Isso me lembrou quando fui estudar na mesma escola que você. No primeiro dia coloquei farinha no armário da professora. Quando abriu ela ficou parecendo um fantasma. — Comentou, o que me fez ri ao lembrar desse episódio.

— E naquele dia eu procurei ser seu amigo porque aquela professora havia me dado zero na prova. — Falo e ela ri, assentindo.

— Bons tempos... — Murmurou, ficando um pouco mais séria. — Essa noite foi incrível, mas... estou fugindo do assunto desde o começo... — Balbuciou, respirando fundo. — Antes... me diga como está Amare? — Questionou, me deixando surpreso pela pergunta.

— Bem. Ficou com raiva por causa do encontro, mas ele vai entender. — Falo e ela sorri.

— Claro que ele ficou com raiva. Você está saindo com a mulher mais gostosa da quebrada! — Brincou, o que me fez gargalhar, bebendo um pouco do meu vinho.

— Você não tem jeito, garota. — Brinco e ela sorri, dando de ombros. Me inclino um pouco para frente, a olhando. — Muito obrigado pelo o que fez, Jaque. Tudo isso aqui parece pouco para te agradecer. — Ela sorriu, pegando minhas sob a mesa e respirando fundo.

— Eu meio que devia isso, já que quase cheguei a matá-lo. Me desculpa, Matt. Não devia ter feito aquilo. Mas eu estava cega de ciúmes. — Falou, o que me fez sorri.

— Eu realmente pensei em matar você. Mas eu lembrei que você faz as coisas e só pensa depois. Felizmente não foi nada grave. — Ela suspirou, me encarando seriamente.

— Matt... Me diga com toda a clareza, o que te fez se apaixonar por ele? — Pediu, o que me fez suspirar.

— Muitas coisas. Primeiro... acho que foi o fato dele me olhar e não me tratar diferente das outras pessoas. Mesmo sabendo quem eu era, ele continuou agindo normalmente, sendo um doce comigo e... acho que ele me conquistou primeiro pela barriga de tanto hambúrguer que me trouxe. — Brinco, rindo curto. — Eu... me apaixonei pela forma como ele me olha, como ele ri. Principalmente quando ele cora, ou fica envergonhado com alguma coisa. É a coisa mais linda do mundo. Se eu perdesse tudo isso por causa daquela bala. Eu não sei o que faria. Acho que eu iria enlouquecer. — Declaro, vendo Jaqueline sorri, se levantando, o que chamou minha atenção.

— Já ouvi o que precisava. Muito obrigado pelo jantar e por tudo. Mas... não é comigo que você queria estar agora. — Ditou, apontando com a cabeça para detrás de mim. A encaro confuso, e olho para trás, ficando surpreso ao ver Amare, ele sorria em meio às lágrimas me olhando fixamente.

— Fuja das balas, garoto. Não irei mais doar sangue para você. — Jaqueline ditou, sorrindo e saindo do restaurante.

— Amor, o que faz aqui? — Questiono, me levantando. Ele não disse nada à princípio. Apenas veio correndo em minha direção, me abraçando fortemente.

— Eu amo você! Amo muito! — Amare exclamou, aos prantos. — Eu fui um idiota com você. Me desculpa! — Pediu, o que me fez suspirar, sorrindo e retribuindo o abraço.

— Amor, não precisa se desculpar... Mas como soube onde eu estava?

— Jaqueline me mandou uma mensagem. Não sei como ela conseguiu meu número, achei que fosse alguma pegadinha, mas vim conferir assim mesmo. Ela me passou o endereço e disse para eu vim. Achei que ela ia me fazer ciúmes, mas... ela me fez ouvir o que eu não tinha ideia. Eu te amo muito. Não me importa se você é o dono do morro ou do que seja. Eu amo você por quem é, e pronto. — Ditou, me puxando para um beijo intenso e que demonstrava todos os nossos sentimentos misturados em um único beijo.

O abraço fortemente, sentindo seu cheiro e fechando meus olhos, aliviado e agradecido por tê-lo aqui, em meus braços.

Porra, como eu amava esse menino!

. . . .

— Amor... o que vai fazer com meu pai? — Amare questionou, o que me fez olhá-lo. Estávamos na cama, descansando, após boas horas de reconciliação e sexo. Achei que ele estava dormindo, mas me enganei.

— Amare... não quero que você saiba dessas coisas. — Falo, em um tom sério. Ele se levantou, ficando sentado na cama e puxando o edredom para cobrir sua nudez.

— É do meu pai que estamos falando, Matt. Eu não consigo entender. De uma hora para outra ele se torna um assassino em série?! Apesar de tudo, continua sendo meu pai. Eu o amo. Pensar que... querem matar ele, me machuca, me deixa com medo. — Ditou, o que me fez suspirar, desviando o olhar.

— Melhor ir dormir, Amare. Amanhã você tem aula, não? — Falo e ele suspira, prendendo as lágrimas e me virando às costas, se deitando na cama e chorando baixinho. Não posso nem pedir que ele entenda. Não deve ser fácil para ele, mas eu iria matá-lo mesmo assim.

É o que ele merece...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora