CAPÍTULO 60

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AMARE BETTENCOURT

Abro os olhos, não reconhecendo onde estava. Era um quarto em cores brancas e cinza. Tento me mover, mas logo vejo meus pulsos presos por algemas na cama. Onde estou?!

Me assusto ao ouvir a porta se abrindo, revelando um homem alto, cabelos negros e um olhar assustador. Ele usava apenas uma calça preta, desabotoada, e em mãos segurava uma garrafa de algum tipo de bebida alcoólica na qual eu não conheço.

— Vejo que o bebê acordou. Como está? — Questionou, pousando a mão em minha testa, aproximando seu rosto do meu, o que me fez virar o rosto por conta do cheiro de bebida que exalava dele e principalmente do seu hálito.

— Quem é você? O que estou fazendo aqui? — Questiono, assustado. Ele sorriu, malicioso, percorrendo seu olhar por todo o meu corpo e novamente passando sua mão em minha testa, empurrando meus cabelos para trás. Ele claramente estava bêbado.

— O que você vê naquele playboy metido a importante? — Questionou, parecendo curioso.

— Tudo que eu não vejo em você. — Rebato sem pensar, vendo ele me olhar surpreso, rindo e se afastando.

— Garotinho afiado... Isso me excita.

— O que você quer, afinal?!! Me solta agora! — Exclamo, me debatendo.

—Te soltar? O teu papai não quer que eu te solte... — Insinuou, o que me fez olhá-lo rapidamente.

— O que disse? — Ele suspirou, debochado. Se aproximou devagar, se sentando na beira da cama, tocando minha coxa, na qual me afastei rapidamente, tentando fazer ele me soltar, mas ele segurou firmemente, me mantendo imóvel com a força que ele estava usando.

— Não está sabendo, bebê? — Questionou, tocando meu rosto e subindo sobre mim. Não, não, não, não! O que esse idiota pensa que está fazendo?!!

— Sabendo de quê?! — Questiono, impaciente.

— Seu querido papai não foi preso. E com sorte... seu ex-noivo pode ter morrido. — Ditou, o que me fez arregalar os olhos, assustado.

— Do que está falando?!

— Ora, logo você vai saber... Agora vamos descansar, hm? — Ditou, deitando do meu lado e puxando minha cintura, fazendo michas costas colarem em seu peito. Me debato, tentando me afastar.

— Me solta agora!!! — Exclamo, mas ele rapidamente tapou minha boca com sua mão, me puxando para trás e apertando minha cintura com força, me fazendo gemer de dor.

— Fica quietinho, garoto! Eu não sou tão paciente o quanto pensa! Ouviu?! — Assenti, assustado, deixando algumas lágrimas escaparem. Ele não demorou a dormir, mas eu continuei preso, tanto à algema, como também à ele, que me prendia pela cintura.

Matthew... por favor, esteja bem...

MATTHEW ANDRADE

Um zumbido estava tomando conta dos meus ouvidos, me fazendo perder a lucidez por alguns segundos. Olho em volta. Havia muitas pessoas. Minha cabeça doía e meu carro estava amassado, com os vidros despedaçados. Pego minha arma, chutando com toda a força a porta do carro, a quebrando mais ainda e saindo do veículo, que estava praticamente fundido com o outro que entrou na minha frente.

Cansei de agir pelo certo. Agora Eduard vai pagar caro e pelas minhas próprias mãos!

— Senhor...! Entre na maca. Precisa de assistência médica... — Um enfermeiro, ou médico, não importa, se aproximou de mim, tentando me parar, mas o afasto para o lado, seguindo pela rua, com a arma em punho e vendo o rastro de sangue que Eduard acabou deixando. Eu não foi o único que acabou ficando machucado no acidente.

Pego meu celular, ligando para Amare, mas caiu novamente na caixa postal. Merda!

Resolvo ligar para Sandro, que atendeu no segundo toque.

— Matthew, o Amare foi levado. Aqueles desgraçados se infiltraram na sua mansão. A empregada foi encontrada morta e o celular de Amare abandonado no chão. Merda! — Sandro exclamou, alterado. Respiro fundo, abaixando a cabeça e buscando não sair matando o primeiro que aparecesse na minha frente.

— Sandro... — Murmuro, entrando em uma concessionária. — Escute bem o que vou te falar... Reúna todos os homens que trabalham para mim. Tanto do Morro quanto de fora. Não me importa se precisam ir no inferno atrás de Eduard, mas eu quero esse desgraçado vivo. Eu mesmo quero acabar com ele! Entendeu?! — Exclamo, em fúria.

— Entendido! E como vamos saber onde Amare está?!

— Eu descubro. — Falo, encerrando a ligação e pegando a chave de um conversível com o vendedor.

Ele já me conhecia, e eu não estava com tempo para bate-papo. Entro no carro preto e dou partida, sentindo meu sangue fervendo de raiva.

Eduard Bettencourt... você não perde por esperar...!

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora