CAPÍTULO 26

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MATTHEW ANDRADE

— Posso usar seus produtos de banho? — Amare perguntou, colocando só a cabeça para fora do banheiro. Era impossível negar um pedido para aquele garoto.

— Claro. — Falo, sorrindo. Ele agradeceu voltando para o banheiro. Eu já havia tomado um banho e agora era a vez dele, após termos terminado uma série toda de uma vez e visto três filmes, oscilando em terror, suspense e o filme animado que Amare insistiu e quase me fez dormir.

Procuro alguma coisa para assistir e logo vejo o celular de Amare tocando. Ignoro, não era da minha conta, mas algo me chamou a atenção quando vi que na tela estava escrito "papai".

Amare havia começado o banho agora, então pego seu celular, resolvendo atender a ligação.

— Amare, que ideia é essa de passar o dia fora de casa?! Onde você está?! — Suspiro, sorrindo ao reconhecer a voz daquele infeliz.

— Não se preocupe, Eduard. Seu filho está em ótimas mãos. — Provoco, em um tom calmo. Ele ficou em silêncio uns dez segundos, e pude notar sua respiração dificultar.

— O que fez com meu filho, seu desgraçado?!! Solte ele agora! — Eu ri, realmente achando engraçado.

— Mas eu não estou obrigando ninguém. Ele está aqui porque quer.

Nunca! Meu filho não se juntaria com gente da sua laia! — Exclamou, e eu apenas sorri, olhando para a porta do banheiro.

— Baixinho, quer que pegue uma camisa para você? — Falo, me aproximando do banheiro, e aproximando o celular da porta.

— Eu uso a vinho mesmo, obrigado! — Amare respondeu. Sorri, voltando para a cama e colocando o celular ao ouvido.

— Viu? Ele está ótimo, e... se preparando para a nossa noite. Não se preocupe, Eduard. Eu vou cuidar muito bem dele. — Insinuo, sorrindo largamente.

— Se você encostar um dedo no meu filho, eu juro que...! — Desligo o celular, me sentindo satisfeito.

— Ops... desliguei sem querer. — Ironizo, deixando o celular de Amare no mesmo lugar e o esperando.

— Meu cabelo é definitivamente muito rebelde! — Amare resmungou, saindo do banheiro e sacudindo o cabelo com a toalha.

— Está bom assim. Não vamos a nenhuma festa de gala, então... — Falo, e ele ri, concordando e dependurando a toalha, vindo até a cama e engatinhando até o lado vago da cama. Ele já usava minha camisa, e aparentemente era só isso que ele estava vestido.

— O que vamos ver agora? — Questionou, olhando para a televisão e procurando um filme. Sorri, abraçando sua cintura e beijando seu pescoço.

— Só aceito outro filme se for 50 Tons de Cinza. — Insinuo e ele ri, retribuindo aos meus beijos.

— Eu já li a trilogia. — Falou e eu o encaro, surpreso.

— Ah, então gosta de contos eróticos? — Questionou, e ele sorriu envergonhado.

— Não é bem assim... a Paulinha me deu de presente. Eu não sabia o que era o conteúdo... — Eu ri notando o tom forte de vermelho em suas bochechas.

— Vem cá... — O puxo para meu colo, acomodando suas pernas uma em cada lado do meu corpo e dando um play na televisão, selecionando uma Playlist de músicas internacionais e abandonando o controle em seguida.

Aperto sua cintura fina, o puxando para um beijo intenso, daqueles que duram até não puder mais respirar. E logo comprovo que Amare não usava nada por baixo da camisa, o que facilitou. Eu só estava de moletom, mas logo iria me livrar dele.

Envolvo sua cintura por completo com meus braços, o colando junto ao meu corpo e sentindo suas mãos acariciarem meu rosto delicadamente, descendo para meu pescoço, ombros e peito.

Sei que meu quarto era sagrado para mim, e que deixei claro para mim mesmo que nunca iria trazer ninguém aqui. Mas Amare... porra, não sei explicar. É natural.

Por mais que isso tenha surgido de um plano, que já não sei mais se estou com tanto foco nele assim, se tornou normal ter Amare em minha casa, em meu quarto. Ele não é insistente, não exige nada. Algo nisso me agrada de certa forma.

Por mais que ele seja parte da boa vida e filho de pessoas com certa influência, ele não é fresco ou esnobe. Muito pelo contrário. Há muita gente aqui na quebrada que se acha Deus na terra e no fundo não é nada. Que só por ter um pouquinho a mais que o outro, já se acha superior.

Algo que realmente me dá ânsia, é interesse em cima de mim. Tenho poder sobre o morro, e muitas já se aproximaram de mim por puro interesse. Porque sendo minha fiel, acaba sendo respeitada, invejada, e usurfra de certa forma do que eu tenho. Por isso deixei minha casa como área proibida para essas pessoas.

Mas Amare não precisou fazer esforço para eu saber que ele não era interesseiro. E por que seria? Tudo que eu tenho ele também tem, talvez até em dobro, mas nem ele nem eu nos importamos. Tive interesses de vingança sim sobre ele, mas... merda, que dúvida da porra!

Tudo bem, hoje eu não preciso esquentar com isso.

Cesso o beijo, apenas para retirar a camisa que ele usava, tendo a bela visão do seu corpo nu em cima do meu. Amare era gostoso em todos os sentidos e mesmo sem notar, ele era fodidamente sexy, o que bagunçava minha cabeça a cada vez que eu o olhava.

Amare se mexia de acordo com o movimento dos nossos beijos, o que estava me excitando, já que ele estava sentado sobre meu pau, rebolando devagar e sem perceber.

Na televisão, começou a tocar Mala Santa, de Becky G, o que trouxe um ar ainda mais sensual ao nosso envolvimento.

Amare jogou a cabeça para trás, arfando, e aproveitei a deixa para atacar seu pescoço, beijando e sugando a área exposta, descendo por sua garganta e seu peito, e logo pude ouvir seus gemidos baixinhos, apertando meus ombros mais forte.

— Hoje eu preciso ter você, bebê... — Sussurro, o deitando na cama e ficando por cima. Ele apenas sorriu, me olhando de uma forma diferente, um olhar na qual ele mostrava sua confiança em mim, o que me fez engolir em seco, me fazendo sentir um monstro.

Mas já era tarde, eu não tinha mais controle sob a situação...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora