CAPÍTULO 25

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AMARE BETTENCOURT

— Ai... eu não aguento mais. Meus pés estão doendo. — Falo, rindo e me sentando na cadeira após passar horas dançando com Matthew. Já até melhorei no samba, mas não é lá essas coisas. O importante é se divertir.

— Toma. Precisa se refrescar. — Matthew abriu uma latinha de refrigerante para mim, na qual agradeci, me servindo com um pouco de carne e tendo certeza que aqueles dois era uma combinação perfeita.

— Para ficar incrível, só faltou o molho de alho. — Falo, comendo a carne. Matthew riu, revirando os olhos.

— Prefiro a boa e velha farofa, ou o baião de dois. — Falou, dando de ombros.

— Juntando tudo não fica perfeito? — Questiono e ele dá de ombros.

— Não sou chegado a molhos. E só pelo nome ser molho de alho, deve ser horrível. — Comentou, o que me fez abrir a boca em completo choque.

— Você não disse isso! Eu vou fazer um molho e trazer para você. É uma delícia e combina com tudo! Posso ser ruim em qualquer coisa, mas molhos são a minha especialidade. — Falo, convicto.

— Você quer me fazer virar uma bola? Estou treinando o dobro diariamente por sua causa! — Reclamou, o que me fez ri.

— Tudo bem, então eu não te trago mais nada.

— Mas até eu que gosto de malhar mais... — Brincou, o que me fez ri ainda mais, o abraçando e lhe dando um selinho, na qual ele segurou minha cabeça para iniciar um beijo.

— Sabia que estaria aqui! — Me assusto quando vejo minha avó me olhando seriamente, de braços cruzados.

— Vovó? O que faz aqui?! — Questiono, me levantando.

— Garantindo que meu neto está bem... E que nenhum engraçadinho bancando o príncipe encantado o machucou. — Ditou, encarando Matthew seriamente.

— Vovó, eu estou bem.

— Aprendeu a mentir para os seus pais, Amare? — Vovó rebateu, arrancando as palavras da minha boca.

— Se eu falasse que viria para cá, eles não iriam deixar. — Justifico, envergonhado por ter que mentir para eles, mas era isso ou não ver mais Matthew.

— Pois quando você inventar de vir para esse lugar, ligue diretamente para mim. Eu quero saber que você está bem. E se te fazerem mal, eu também quero saber. E tomarei as devidas providências. — Ditou, olhando mais uma vez para Matthew de forma acusadora, o que me deixou desconfortável. Matthew era uma boa pessoa, bem... ele nunca me fez mal. Então eu não gostava quando as pessoas duvidavam dele.

— Senhorita Vivian! — Granada exclamou, segurando e beijando a mão da minha avó, com um largo sorriso. — Que honra tê-la em nosso samba. Por que não dança comigo?

— Minha mãe vai adorar saber disso! — Matthew exclamou, irritado.

— Dançar? Ah, não. Eu não danço, querido. — Vovó falou.

— Abre uma exceção para esse pobre homem que deseja sua adorável companhia. — Granada insistiu, e mesmo duvidosa, ela estendeu a mão para ele, que logo sorriu, a pegando.

— Uma música. — Vovó intimou, seguindo com Granada para onde as demais pessoas dançavam.

— Esse samba acabou de ficar estranho. — Comento, horrorizado, vendo minha avó dançando juntinho com Granada, que vez ou outra falava coisas em seu ouvido.

— Nem me fale! — Matthew resmungou. O encaro, notando sua irritação. — Mãe! — Matthew chamou a mulher que estava se servindo com uma bebida, a puxando pelo braço.

— Ah, oi querido. Você está bem? — A mulher questionou, sorrindo docemente para ele.

— Não! Não está vendo aquilo?! — Exclamou, apontando para Granada e minha avó, que dançavam juntos. Ela olhou, não obtendo qualquer reação, e então olhou de volta para Matthew.

— E?

— Como "e"?! Ele está com outra mulher, mãe!

— Muito gostosa por sinal... —Comentou, o que me fez arregalar os olhos, agora totalmente traumatizado. Essa noite com certeza eu vou ter pesadelos com isso.

— Como é?!! — Matthew exclamou, tão espantado quanto eu.

— Filho, seu pai e eu estávamos com dificuldade no nosso casamento. Brigando todos os dias, matando nosso amor da pior forma, traindo nossos corpos e nossas mentes... Então, resolvemos nos sentarmos, conversar como adultos e abrimos a relação. Nosso casamento voltou a funcionar. Estamos mais apaixonados do que antes e... — Ela olhou de relance para a minha avó, sorrindo com malícia. — vez ou outra encontramos uma terceira companhia. — concluiu, piscando o olho e caminhando na direção deles, se juntando aos dois e começando os três a dançarem juntos.

Eu estava definitivamente pretificado. Eu não conseguia me mover. E Matthew parecia tão chocado quanto eu.

— Eu... acho melhor sairmos daqui. — Consigo falar, engolindo em seco.

— Tem toda a razão. — Matthew concordou, pegando meu braço e tentando me puxar junto, mas não saí do lugar. — O que foi?

— Minhas pernas não me obedecem. Acho que estou traumatizado. A minha avó está... — Tento falar, mas acabo gaguejando coisas sem nexo. Matthew me pegou nos braços, me assustando. Mas nem tive tempo de reagir, pois ele me levou de volta para sua casa.

— Essa é a coisa mais maluca que eu já presenciei! — Matthew exclamou, bebendo um copo com água.

— Vamos ver um filme? — Sugiro e ele me olha. — Eu quero esquecer aquela cena e o que sua mãe falou sobre a minha avó. — Falo, vendo Matthew concordar, já querendo pegar o controle, mas eu sou mais rápido, o pegando. — Dessa vez, eu escolho o filme. — Ele revirou os olhos, se jogando ao meu lado no sofá.

— Já vi que vou dormir em 5 minutos. — Ditou, e eu o empurro de leve, fazendo bico.

— Meus filmes são bons, ok? — Falo, vendo ele sorri, descrente. Escolho um filme que não era de romance nem de terror, mas talvez um suspense: O Contratempo. Esse filme era perfeito e explode a cabeça de quem assiste no final.

Me aconchego nos braços de Matthew, que me abraçou mais forte, logo se interessando pelo filme e soltando alguns comentários e teorias, o que me fazia ri, pois eu já sabia o final por ter assistido.

No fim, maratonamos uma série e continuamos os episódios em seu quarto, já que Kael ia dormir e não queríamos acordá-lo com o barulho da televisão. No fim, Matthew me convenceu a passar a noite com ele.

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now