CAPÍTULO 24

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AMARE BETTENCOURT

— Eu estou definitivamente acabada! — Victoria resmungou, após terminarmos as aulas na faculdade. Apenas sorri com o drama diário dela, e assim que olho para frente, fico surpreso ao ver Matthew em sua moto, sorrindo para mim.

— O negócio está ficando sério, não? Eu falo para o tio Eduard que você vai para a minha casa. — Paula falou, me empurrando na direção dele, o me fez olhá-la com um olhar bravo. Ela apenas riu, me mandando um tchauzinho e indo embora com Victoria.

Respiro fundo, ajeitando a mochila em meu ombro e indo em sua direção.

— Como sabe onde eu estudo? — Questiono, e antes de me responder, ele me recebe com um selinho, pegando minha mochila e me entregando o capacete.

— Tenho minhas fontes. — Ditou, me ajudando a subir na moto.

— Aonde vamos?

— Churrasco na quebrada. Topa? — Questionou, e eu sorri, já colocando o capacete.

— O que está esperando? — Rebato, descontraído. Ele riu, dando partida.

. . . .

— Aqui, Amare. — Matthew me serviu um pouco de carne, saída agora da grelha, na qual ele estava ajudando a assar. Sorri, o agradecendo e experimentando.

Havia muitas pessoas reunidas, algumas mesas, bebidas, e um samba que tocava ao vivo. Alguns casais dançavam, inclusive Granada com uma mulher, muito bonita, por sinal.

— Quem é ela? — Questiono, apontando para a mulher que sambava divinamente, enquanto Granada a acompanhava, divertido.

— Minha mãe. A única mulher que sou capaz de tudo para vê-la bem. — Matthew falou, com tanta sinceridade que me deixou bobo, olhando fixamente para ele.

— Isso é bonito. — Falo e ele sorri, suspirando.

— Ela tem esse poder sobre mim. — Comentou, o que me fez sorri, aproximando minha cadeira da dele, pegando em seu braço.

— Você consegue ser muito fofo quando quer. — Falo e ele ri, me encarando.

— Ok, chega de falar de mim. Existe um tempo-limite para isso. — Brincou e eu ri, tomando meu refrigerante e comendo um pouco da carne, que estava deliciosa e suculenta.

Nunca tive frescuras com comida. Amélia sempre fez comidas simples e gostosas para mim. Há dias que meus pais pedem pratos elaborados e de ingredientes complexos, mas em outros só o arroz e feijão com carne é o suficiente.

Olho para as pessoas dançando, e logo avisto a tal Jaqueline, dançando de uma forma exagerada e nos encarando fixamente, com certa raiva, usando uma mini saia grudada no corpo e top justo, com um salto alto tão fino que eu fiquei agoniado daquilo acabar quebrando.

— Acho que ela está tentando chamar sua atenção... — Comento, baixinho. Matthew me olhou, não entendendo à princípio, até notar Jaqueline dançando. Ele suspirou, pegando sua cerveja e a tomando tranquilamente.

— Falou bem, está tentando. — Matthew falou, me olhando e sorrindo. Ele deixou o copo com cerveja sob a mesa, se aproximando de mim e tocando meu rosto suavemente, me puxando para um beijo, o que me deixou envergonhado por ter tantas pessoas ali, mas ele não parecia se importar.

Mas logo somos interrompidos quando alguém derrama bebida em mim. Olho para frente, vendo Jaqueline sorrindo forçado para mim e se afastando. Me levanto, tentando secar minha roupa de alguma forma.

— Mas que...! Amare, eu vou resolver isso... — Matthew tentou ir atrás dela, mas o segurei, negando.

— Não precisa, Matt. Não vou morrer por causa de uma roupa manchada. — Falo, passando um guardanapo de papel ao menos para suavizar a parte molhada.

— Não quer trocar de camisa? Eu te empresto uma. — Matthew falou, e eu o olhei, sorrindo.

— Mas que não seja um moletom que me cubra. — Brinco e ele ri, pegando minha mão e me levanto até sua casa, onde me emprestou uma camisa básica, na cor vinho, na qual eu amei e logo dei um nó na barra para não ficar tão longa. — Como estou? — Questiono, dando uma voltinha. Matthew sorriu, abraçando minha cintura.

— Perfeito. — Sussurrou, me beijando deliciosamente. — Podemos ficar aqui... — insinuou, o que me fez ri.

— Eu estava gostando do churrasco. E ainda estou com fome. — Falo e ele sorri, suspirando.

— Ok, entendi. Vamos. — Voltamos para o samba, e Matthew me puxou direto para junto das pessoas que estavam dançando.

— Não, não! Eu não sei dançar. Vou passar vergonha. — Falo, mas Matthew segurou minhas mãos, começando a sambar. Fiquei até meio desnorteado, pois se ele já era lindo sem mover um músculo, dançando então era uma perdição.

— Eu te ensino. — Matthew falou, me fazendo voltar a realidade. Algumas pessoas à nossa volta me incentivaram e mesmo com vergonha, arrisquei no samba, sendo guiado por Matthew, que me ensinou alguns truques.

Eu tive algumas crises de risos, mas consegui dançar ao mesmo tempo, junto Matthew, que acabava rindo da minha cara e dizendo que eu parecia estar ciscando o chão ao invés de sambar. Mas não liguei. Estava me divertindo e com ele tudo parecia ficar mais agradável ainda.

Foi uma tarde incrível e memorável.

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora