CAPÍTULO 41

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MATTHEW ANDRADE

Vejo Amare ainda adormecido em minha cama, com a perna enfaixada após ser atacado por aquela maluca.

Jaqueline sempre foi obcecada, mas nunca a vi chegar nesse ponto. Talvez eu tenha mimado ela demais, passado a mão na cabeça e até a defendendo em certas brigas, mas agora Amare estava machucado. Se essa maluca tivesse feito algo pior com ele, eu nem sei do que seria capaz de fazer com ela por conta disso.

De qualquer forma, isso não ficaria assim. Ela precisa entender que acabou. E se não entendeu por bem, vai entender por mal.

Me levanto da cama, deixando Amare dormindo, pois depois do que aconteceu, ele perdeu o sono e não queria mais dormir por medo de que ela voltasse. Bem... aproveitamos muito bem essa perda de sono, mas de qualquer forma, ele precisava descansar agora.

Sigo para o banheiro, tomando um banho rápido e fazendo minha higiene matinal. Pego uma bermuda preta e uma camisa branca, me vestindo e calçando meus sapatos, saindo do quarto logo em seguida.

— Está pronto, amor? — Questiono, vendo Kael terminando seu café da manhã. Ele sorriu, pulando da cadeira e correndo até mim, pulando em meus braços, o que me fez ri, o enchendo de beijos, que o fazia ri. Esse menino certamente era meu mundo, e obviamente eu queria sempre o melhor para ele.

— Estou, papai! Mich, minha mochila...! — Pediu para Michelle, que sorriu, pegando a mochila dele e entregando a ele, que logo a colocou nas costas.

— Eu já vou indo também. Bom dia para vocês. — Michelle falou, beijando Kael na bochecha e logo em seguida na minha.

— Voltou a trabalhar? — Questiono e ela sorri, pegando sua bolsa.

— Eu nunca parei. — Ditou, saindo de casa.

— Papai, vai me levar hoje? — Kael questionou e eu assenti, passando a mão em seus cabelos cacheados.

— Vou sim, bebê. Já está pronto? Não está esquecendo de nada? — Ele conferiu a mochila e a lancheira, negando em seguida.

— Não, papai. — Olho para Kael, notando que ele havia voltado a me chamar de pai frequentemente, mas ao invés de corrigi-lo, eu resolvi deixar.

Eu não vejo problema nisso. Ele é meu irmão, mas também o amo como se fosse um filho, de tão preocupado que fico a cada vez que ele não está perto de mim. Eu disse que não queria ser pai nem tão cedo, mas se parar para pensar, eu já sou pai há 4 anos, quando Kael nasceu e ficou comigo.

E em nenhum momento eu pensei em andar para trás, desistir dele. Ele tem meu sangue, sabe a verdade, mas ainda assim continua me vendo como pai dele. Por que não vê-lo como filho? Afinal... Pai é quem cria, certo?

— Então vamos, filho. — Falo, vendo ele sorri, me olhando com certo encanto. Era a primeira vez que o chamava de filho, porque não queria misturar as coisas antes, mas agora eu simplesmente estou deixando acontecer.

O levo para a escolinha e após me certificar de que ele já estava com os professores, sigo para a casa de Jaqueline, batendo na porta. Ela não demorou a abrir, me olhando com um largo sorriso no rosto.

— Amor! Eu sabia que voltaria... — Antes que ela terminasse de falar, desfiro um forte tapa em seu rosto, a fazendo cair. Ela me encarou com espanto, talvez em choque. — Você... você me bateu...

— E faço de novo se continuar importunando Amare! Você enlouqueceu de vez ao ameaçar a vida do meu namorado?! — Ela se levantou, chorando.

— Pode me bater! Me mate se quiser, mas eu continuo o odiando. Eu conheço você há anos e você nunca me tratou como trata ele. Por que ele é mais importante?! Ele é um desses mauricinhos brancos que odeia nossa raça! Ele só está usando você, Matt... — Ela tentou me abraçar, mas a impeço, segurando seus braços e a afastando.

— Jaqueline, eu estou tentando fazer você entender que eu nunca amei você. E nunca vou amar. Amare e eu estamos juntos e é com ele que quero realmente estar. — Ela me empurrou, irritada.

— Então eu prefiro morrer! Mas eu garanto que ele vai junto! — Exclamou, e rapidamente agarro seu pescoço, o apertando com certa força.

— Se encostar em Amare de novo, eu faço você comer o pão que o diabo amassou, sua desgraçada. A culpa não é e nunca será de Amare. Sou eu que não te quero e não te amo. Entenda isso. — Falo, a soltando bruscamente e voltando para casa.

Assim que entro, vejo Amare tomando café, enquanto escrevia algo em um caderno, todo concentrado e que me deixou encantado ao vê-lo assim pela primeira vez, todo focado e principalmente confortável em minha casa, usando minha camisa, e tomando café em minha caneca preferida.

Posso me acostumar com isso...

— Bom dia. — Falo, indo até ele e lhe roubando um beijo.

— Bom dia. Peguei um caderno que encontrei no seu quarto emprestado. Tive algumas ideias para as próximas aulas e preciso anotar antes que eu me esqueça. — Falou rapidamente, tomando um pouco do café e subindo as mangas da camisa social azul que pertencia a mim.

— Certo, não vou interromper, amor. — Falo, resolvendo pegar meu notebook e ajeitar alguns pontos de negócios, me sentando à mesa, de frente para Amare.

Ele sorriu, me estendendo a mão esquerda, e eu a peguei, a segurando e continuando meu trabalho, enquanto Amare continuava o dele.

Foi uma manhã agradável, e a parte chata do meu trabalho se tornou deliciosa ao poder levantar meu olhar e ver Amare ali, sorrindo para mim e trabalhando em suas aulas, fazendo pesquisas no celular e ajeitando coisas da faculdade.

Naquele momento, foi a primeira vez que passou pela minha cabeça a ideia de casar e construir uma família.

Não me parecia mais tão ruim acordar com a mesma pessoa todos os dias ao meu lado...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now