CAPÍTULO 28

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MATTHEW ANDRADE

Os tiros já eram ouvidos, enquanto eu caminhava sem pressa pelo morro, vendo o confronto entre policiais e a facção.

Pego minha arma, tendo a impressão de que havia alguém me observando. Olho em volta, e não demorou para alguém pular em cima de mim, derrubando minha arma. Praguejo, vendo Eduard furioso, avançando em cima de mim. Ambos rolamos no chão, desferindo socos atrás de socos.

— O que fez com o meu filho, seu desgraçado?!! — Exclamou, em fúria. Ainda estávamos perto da minha casa, mas ele não entraria de nenhuma forma.

— O que você acha?! Aproveitei muito bem aquele corpinho dele. — Falo, recebendo um soco logo em seguida, mas logo devolvo no mesmo nível, o empurrando de cima de mim e apontando a arma para ele, no mesmo instante em que ele apontou a arma para mim.

Eduard estava nervoso, com os olhos marejados e em fúria, o que me fez sorri satisfeito.

— Infeliz...! O que meu filho fez para você?!! Se quer me ferrar, então venha atrás de mim, mas não mexa com minha família! — Ralhou, em alto e bom tom. Suspiro, indiferente.

— E acha que fiz isso por quê? Quando descobri que Amare era seu filho... ah, Eduard... não pensei duas vezes em acabar com você ao ter o garoto louco por mim. E foi fácil, porque na real eu fui o primeiro homem da vida dele. O garoto ficou encantado tão rápido. Você que foi burro de colocá-lo justamente na minha quebrada. — Provoco, vendo ele sorri, balançando a cabeça em negativa, o que me deixou confuso pela sua reação.

— Isso é verdade, Matthew? — Me assusto ao ouvir a voz de Amare atrás de mim. O encaro, agora preocupado ao vê-lo chorando, me olhando com decepção.

— Amare... — Tento me aproximar, mas ele se afasta, deixando as lágrimas caírem sem parar.

— Você... você mentiu para mim... Como pôde?! — Questionou, com a voz falhando.

— Amare, me deixe explicar... Volte para casa e eu...

— Não!!! — Gritou, aos prantos. Merda! — Eu confiei em você! Eu me entreguei a você! Seu canalha! Como pôde brincar comigo assim?!! — Amare gritava, chorando como nunca vi antes. Aquilo estava realmente me doendo, mas ele não iria me escutar. E ele tem toda a razão de fazer isso.

— Amare... — Deixo a arma de lado, agarrando seus braços rapidamente. — Amare, eu não menti quando estávamos juntos. Não menti quando... quando prometi que cuidaria de você. — Ele me empurrou, me olhando agora com nojo.

— EU TE ODEIO!!! VOCÊ ME USOU, SEU DESGRAÇADO!!! Como pôde...? — Seu tom diminuiu, falhando.

Sou surpreendido quando Eduard agarrou meus pulsos, me desarmando e me algemando. Mas na hora, eu só queria tentar me explicar para Amare, que estava sendo levado por dois policiais.

— AMARE!!! — Grito, tentando ir atrás dele, mas o infeliz do Eduard, me derrubou, me imobilizando.

— Acabou para você, Matthew. Nunca mais vai encostar no meu filho. — Ditou, me obrigando a levantar e me empurrando para dentro do carro da polícia.

Porra...! Eu preciso me explicar para Amare...

AMARE BETTENCOURT

— Sim, senhor... agora estamos seguros... — O policial falava ao telefone, provavelmente com meu pai. Eu acordei assustado com os barulhos de tiros, mas principalmente ao ouvir meu pai gritando. Eu não queria que ninguém se machucasse, muito menos as pessoas que eu mais amo.

Bem... eu não quero mais amar ele... Ouvir aquelas palavras monstruosas de Matthew me fez sentir nojo de todos os sentimentos que eu havia nutrido por ele. Eu ainda consigo entender como ele teve coragem de olhar nos meus olhos e continuar com aquele fingimento.

— Sr. Bettencourt... o senhor está bem? — Um dos policiais questionou, me oferecendo uma água. Eu ainda estava no banco detrás do carro da polícia, já fora do morro. Mas ao que parece estavam esperando meu pai voltar.

— Amare! — Ergo o olhar ao reconhecer a voz de Paula. Rapidamente corro até ela, a abraçando e desabando no choro, não conseguindo mais me segurar, despejando toda a dor que eu sentia naquele momento. — Eu fiquei sabendo que Matthew foi preso. O que aconteceu?

— Ele mentiu para mim, Paula! Ele me usou! — Exclamo, chorando.

— O quê?! — Questionou, surpresa. — Vem, vou te levar para casa. — ditou, se mantendo abraçada a mim e me levando para a minha casa. Meus olhos doíam de tanto chorar, mas eu simplesmente não conseguia parar. Eu não tinha ideia de que isso poderia doer tanto, ser traído dessa forma era o sentimento mais doloroso do mundo.

Eu só queria sumir...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now