CAPÍTULO 38

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AMARE BETTENCOURT

A música tocava alto, enquanto eu dançava do jeito que eu sabia, com um espetinho de carne em mãos e a latinha de refrigerante na outra. Quem disse que não posso comer e me divertir ao mesmo tempo?

— Ei, amorzinho! — Paulinha chegou, sorrindo e me abraçando. Retribuí, meio sem jeito. Victoria também estava com ela e notei que sorria para Sandro.

— Vocês vieram, finalmente! — Exclamo, pois elas demoraram muito para chegar.

— Eu estava tentando arrastar Victoria que trocou de roupas umas quinhentas vezes. Eu ameacei levá-la nua se ela não viesse logo. — Paula falou, o que me fez ri. Victoria estava realmente linda, em um vestido vermelho de alcinha e saltos plataforma, com um lindo penteado bem elaborado. Já Paulinha, com a sua camisa inseparável de uma banda de rock, short jeans, tênis e coque no cabelo. Ainda não sei como as duas se tornaram amigas, já que são completamente diferentes.

— Cadê o aniversariante?!! — Victoria gritou, chamando a atenção de Matthew, que estava ajudando a assar as carnes e pegando as bebidas. Ele veio até nós, sorrindo.

— E aí! Que bom que vieram. — Matthew falou, me abraçando por trás e sorrindo para elas.

— Ele está mesmo falando com a gente ou tem mais alguém atrás de mim? — Paula brincou, olhando para trás e depois para Matthew, que apenas riu. — O amor muda mesmo as pessoas. Tira toda a graça delas. — Resmungou, esticando o braço e entregando uma sacola para Matthew. — Para não dizer que não dou nada. Feliz aniversário. — ditou, sorrindo levemente.

— Obrigado, Paula. E também agradeço por aquele outro favorzinho há uma semana. — Insinuou, me deixando vermelho ao lembrar do dia que transamos na cadeia. Nunca mais em minha vida faço algo assim! Que vergonha!

— Só em olhar para Amare, já sei do que está falando. — Paula falou, rindo alto. — E de nada.

— Ei, chega de assunto que não estou por dentro. Aqui, grandalhão. Espero que goste. — Victoria ditou, entregando o presente a ele.

— Obrigado, meninas. Aproveitem o churrasco. — Matthew falou, me puxando para mais junto dele, me beijando.

— Eu ainda não dei o seu presente... —Comento, sorrindo. Ele sorriu malicioso, me beijando.

— Eu sei o que pode me dá... — Sussurrou, apertando minha bunda, o que me fez ri, dando um tapa em seu braço.

— Bobo! Eu deixei meu presente no seu quarto, mas só quando acabar a festa e você for dormir, aí você pode abrir. — Ele sorriu, me olhando duvidoso.

— Eu prefiro ouvir que terei uma companhia hoje à noite... — Insinuou, o que me fez estreitar os olhos, fingindo está sério.

— Você é um safado, sabia? — Ele deu de ombros.

— Nunca neguei. — Eu gargalhei, desacreditado. E logo noto Jonas passando por mim, se servindo com uma bebida no barzinho. — Vai lá falar com ele, amor. Eu vou terminar de preparar a carne. — Matthew falou, me beijando e seguindo para a grelha.

Respiro fundo, tomando coragem e seguindo até Jonas, não sabendo se falava algo, ou ia embora. E se ele não gostasse mais de mim? Ah... que dúvida... Acabo desistindo, virando às costas e fazendo menção de ir embora.

— Oi, Amare. — Jonas falou, com um tom calmo e me olhando com um sorriso curto. Gaguejo, o olhando nervosamente.

— Ah... oi, Jonas. Copo... bonito. — Falo, meio confuso. Ele olhou o copo de vidro em mãos, sorrindo.

— É... acho que sim. Você está bem?

— Eu?! Ah, sim. Estou bem, maravilhosamente bem. Nunca estive melhor, quer dizer... ocorreram alguns problemas, mas agora está tudo bem e... acho melhor eu calar a boca. — Falo tudo muito rapidamente, sentindo meu coração correr uma maratona.

— Não... Eu gosto de ouvir você. — Falou, me deixando corado, desviando o olhar, não sabendo mais como conversar com ele. Fazia tanto tempo que não nos falávamos. — Soube que está indo muito bem na escolinha.

— Ah, sim! Estou amando e as meninas me ajudam muito. — Ele assentiu, sorrindo levemente. E logo um silêncio desconfortável se instalou entre nós, piorando o meu nervosismo.

— Eu queria... — Falamos juntos, o que nos fez soltar uma risada nervosa.

— Pode falar primeiro. — Jonas falou.

— Eu... estou nervoso demais para falar algo de fácil compreensão... — Falo e ele sorri, deixando o copo de lado e se aproximando de mim, suspirando.

— Eu... quero meu irmão de volta. Soube de tudo que aconteceu e... não imaginava que Eduard tivesse nojo de mim... — Balbuciou, entristecido.

— Eu... não sabia que ele seria capaz de tanta crueldade... Passei três noites sem dormir direito e tudo que desejei foi ter meu irmão de volta. — Falo, não me aguentando e começando a chorar.

— Oh, Ame... você é um coração mole. Para de chorar, baixinho... — Pediu, mas até ele chorava também.

Não me seguro e o abraço fortemente, chorando em seu peito. Ele retribuiu de imediato, me abraçando forte e depositando vários beijos no topo da minha cabeça.

— Senti saudades... — Falo, abafado. Ele respirou fundo, passando a mão em meus cabelos e me abraçando o mais forte que conseguia.

— Também senti a sua, maninho. Sempre será meu irmãozinho caçula e de coração mole. — Brincou, chorando.

— Eu te amo, Jonas. Te amo muito! — Exclamo, não o soltando mais. Senti tanta saudades do meu irmão, passando anos sem poder falar com ele, que tudo que eu queria agora era ficar abraçado a ele e colocar o papo em dia, e deixar claro o quanto eu o amo.

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora