CAPÍTULO 62

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MATTHEW ANDRADE

Olho para Amare, todo ensanguentado e extremamente nervoso. Ele não parava de chorar, nem de tremer. O fato dele ter me dito que matou uma pessoa realmente me assustou, pois Amare era a pessoa mais doce que eu conhecia e logicamente estava surtando ao ter matado alguém. Mas para ele ter chegado nesse nível, foi puramente em defesa própria. E confesso que estou aliviado ao ter um ao menos para incomodar meu garoto.

— Amor, fica calmo. Está tudo bem. — Falo, acariciando seu rosto. Ele me olhou, ainda chorando e buscando falar alguma coisa.

— Eu... eu não queria matá-lo... Eu só queria sair daquele lugar... Só isso. — Balbuciou, em pânico. O puxo para mais um abraço apertado, beijando o topo da sua cabeça.

— Não precisa ter medo. Eu estou aqui. Ninguém vai te machucar. — O tranquilizo, vendo ele assentir e se acalmar aos poucos, tentando parar de chorar. — Amare, alguém te machucou? — Questiono, e um pouco atordoado, ele me olha.

— Não... não exatamente. Aquele homem... ele ia me matar. Eu... eu só tentei fugir. Você entende, não entende? Eu vou ser preso! Com certeza eu vou morrer na cadeia! — Exclamou, o que me fez sorri levemente. Não era o momento, mas eu gostei de saber que ele se defendeu.

— Amor, você nunca vai pisar em um lugar nojento como aquele. Eu não vou permitir, nem mesmo sua mãe. Além disso... ninguém vai saber. — O acalmo, vendo ele suspirar, me abraçando mais uma vez.

— Estou tão aliviado em ter você aqui comigo... Eu fiquei com muito medo. — Murmurou, mais calmo. O abraço apertado, beijando o topo da sua cabeça e logo o puxando para um beijo em sua boca, na qual ele retribuiu de imediato.

— Não precisa ter medo, amor. Está tudo bem. — Falo, em um tom baixo, olhando em seus olhos e sorrindo levemente. Aos poucos, um sorriso fraco se formou em seus lábios e então o beijei mais uma vez. — Te amo.

— SOLTE-O AGORA! — Amare pulou de susto ao ouvir a voz de Eduard. Coloco Amare para detrás do meu corpo, segurando seus pulsos para garantir que ele ficaria ali. Não queria que a cena se repetisse e ele acabasse baleado novamente.

— Finalmente mostrou as caras? — Provoco, irritado.

— Você é uma praga! Está induzindo meu filho para seu mundo podre! — Eu ri, desacreditado.

— Claro... eu sou o problema. Ou seria você que destruiu a própria família? — Rebato, vendo ele se preparar para pegar a arma, mas foi impedido pelos meus homens, que o prenderam e o desarmaram.

— Desgraçado...! Amare, vai permitir que machuquem seu pai?! Vai casar com um assassino?! — Exclamou. Olho para Amare, que devolveu o meu olhar.

Ele ainda parecia em choque, talvez triste, mas sua única reação foi abraçar minha cintura, puxando minha camisa e escondendo o rosto em meu peito. Olho para Eduard, que simplesmente começou a xingá-lo de todas as formas, mas não durou muito ao ser calado por Fernando, que amarrou um pano em sua boca.

— Logo mais acertarmos as contas, Eduard. — Aviso, vendo ele me encarar com fúria, e ser empurrado para dentro da Van. Olho para Amare, que chorava baixinho.

Retiro meu casaco, o colocando envolta dos seus ombros, aos menos cobrindo parte daquela roupa ensanguentada.

— Vamos, eu vou cuidar de você. — Falo, acariciando seu rosto e enxugando suas lágrimas. Ele apenas assentiu, entrando em meu carro.

. . . .

Assim que passamos dos portões da minha casa, Amare olhou diretamente para a área da piscina. Ele não disse nada, apenas seguiu para a piscina, retirando suas peças de roupa suja e pulando na piscina.

Me aproximo, me abaixando na beira da piscina e o vendo nadando, vindo em minha direção e parando em minha frente.

— Você está melhor? — Questiono e ele suspira, assentindo.

— Acho que sim...

— Amor, você só se defendeu. Está tudo bem. Você fez o que tinha que fazer. — Falo e ele assentiu, com uma expressão triste.

— Eu só queria que as coisas voltassem ao normal. Parece que... tudo veio de uma vez só. Descobri que meu pai nunca foi quem aparentava ser, minhas amigas estão brigadas e agora... eu matei uma pessoa. — Murmurou, de cabeça baixa.

Respiro fundo, retirando minha camisa e a calça, entrando na piscina e o puxando para junto do meu corpo.

— Matt... você acha que meu pai... poderia... me machucar? — Amare questionou, um tempo depois.

— Ele já te machucou, Amare.

— Não... tipo... — Ele tentou falar, mas desistiu, bufando e me abraçando novamente, deitando a cabeça em meu ombro. — Deixa para lá... Eu devo está imaginando coisas... — Comentou, mas eu acabei ficando curioso e preocupado.

— Amor, do que está falando? — Ele suspirou, me olhando seriamente.

— Eu... fiquei preso em uma cama, nem tenho noção de quanto tempo. Meu pai... me olhou de uma forma estranha. Talvez naquele momento a ficha tenha caído... — O encaro, agora sentindo a raiva me corroer ao imaginar que aquele desgraçado tenha sequer tocado em meu noivo.

— O que quer dizer com "olhar estranho"? — Questiono e ele suspira, dando de ombros.

— Como você me olha, só que... mais doentio. Bem mais doentio. Eu fiquei apavorado. — Balanço a cabeça, desacreditado.

— Está dizendo que...?

— Nada. — Me cortou, deitando novamente a cabeça em meu ombro. — Eu só quero que me abrace e me faça esquecer dessas coisas ruins...

— Claro, amor... Eu não vou sair de perto de você hoje. — Declaro e ele apenas sorri, me abraçando mais forte.

Eduard nunca mais vai encostar no meu noivo, nem em ninguém!

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now