CAPÍTULO 42

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AMARE BETTENCOURT

— Vai ter samba hoje a noite, e me mandaram chamar você, mamãe. — Falo, então estava deitado na cama de Matthew, estudando alguns conteúdos da faculdade enquanto ele havia saído para trabalhar. Nem questiono sobre o que ele faz porque tenho medo de sequer imaginar.

E... Granada também vai está aí? — Questionou, me deixando confuso.

— Claro. Ele mora aqui, mãe. — Falo, como se fosse óbvio. Ouço ela suspirar.

— Acho melhor não. Além disso, tenho muito trabalho para fazer. Divirta-se, amor. — Mamãe falou, o que me fez revirar os olhos.

— Mamãe, um dia de folga não vai matar ninguém. Além disso, você é a dona da empresa. Também tem direito a uma folga do trabalho. Vem, mamãe. — Insisto e com um longo suspiro, ela me respondeu:

— Tudo bem, mas não garanto ficar por muito tempo. Até mais tarde, querido.

— Até, mamãe. — Falo, encerrando a ligação e voltando a me concentrar em meus estudos. As coisas entre Matthew e eu estavam ficando bem mais sérias. Ele dormia em minha casa, e quase sempre eu na dele. Já havia até deixado um kit emergência na casa dele, como roupas, produtos de higiene e os materiais que uso para estudar em casa. Assim como ele deixava roupas em casa, esquecia objetos pessoais. Era o que mostrava que nossa relação estava firme e séria.

— Papai...? — Kael entrou no quarto, me olhando confuso. — Tio Ame? Onde está o papai? — Questionou, sonolento. Era fim de semana, então não tinha aulas.

— Oi, meu amor. O seu pai está trabalhando. — Falo, largando meus livros e lhe estendendo os braços, o trazendo para meu colo. Ele logo me abraçou, deitando a cabeça em meu ombro, quase querendo dormir de novo.

— Você vai morar aqui, tio Ame? — Kael questionou, o que me fez sorri.

— Não, meu amor. Ao menos... eu acho que não. Hm... Você já comeu? Quer que eu prepare alguma coisa?

— Leite. — Pediu e eu assenti. Nunca preparei leite para uma criança, mas não devia ser difícil, né?

— Ótimo! Vamos então, porque eu também estou com fome! — Exclamo, o erguendo nos braços e indo para a cozinha. Abro a geladeira, pegando o leite e tentando entender como ele tomava aquilo. — Hm... você toma só o leite puro ou com alguma coisa? — Questiono e ele aponta para cima do armário, onde estava um pacote de farinha láctea, o que me fez sorri nervoso ao ver a altura que aquilo estava.

— Seu pai não pensa em nós mais baixos, né? — Comento e Kael ri, concordando. — Ok... eu consigo. É fácil. — Falo, puxando uma cadeira para perto do armário e subindo na mesma tentando alcançar a farinha. Fico na ponta dos pés, tentando pegar, até que finalmente consigo, mas a cadeira acaba escorregando e eu caio diretamente no chão.

— TIO AME!!! — Ouço Kael gritar. Gemo de dor, me apoiando na mesa e pondo a farinha sob a mesma.

— Consegui! — Exclamo, vendo Kael sorri. Ao menos eu caí em um tapete felpudo que tinha na cozinha, e isso amorteceu minha queda. Mesmo assim ainda doeu!

Preparo o leite de Kael, o colocando no corpinho dele, com tampa, servindo ele e aproveitando para fazer meu café da manhã. O simples e prático pão com ovo.

— Tio Ame... você está namorando com meu papai? — Kael questionou, o que me fez engasgar com o pão.

— Hm... você acharia ruim? — Questiono e Kael sorri, negando.

— Vovô dizia que meu papai ia me dá outro papai. Se for você, eu vou ficar feliz porque eu gosto de você, tio Ame. — Sorri, acariciando seu rosto. E logo tendo uma ideia.

— E se a gente preparasse um almoço delicioso para quando ele voltar? — Kael sorriu largamente, concordando.

— Sim! Eu posso ajudar? — Questionou e eu sorri, assentindo.

— Não sou tão bom assim, mas alguns truques de culinária eu sei. — Brinco e Kael sorri, terminando de tomar seu leite e descendo rapidamente da cadeira, vindo até mim. O coloco sentado na bancada, pegando alguns legumes e o que encontrava na geladeira que poderia dá um gosto a mais.

— Pronto. Eu vou cortando e você vai colocando na panela, pode ser? — Sugiro e Kael concordou, animado. — Seu pai é exigente quando faço alguma coisa, então espero que fique bom... — Comento, preocupado em dá o meu melhor naquele almoço. Eu definitivamente fiquei com trauma de cozinhar para Matthew.

. . . .

— Papai!!! — Kael correu, assim que ouviu a porta da entrada se abrir. Sorri, terminando de me vestir após um merecido banho.

Além do almoço, aproveitei minha energia para fazer uma faxina na casa. Ela estava brilhando e meio que eu devia isso, já que ando bagunçando com meus livros e anotações espalhadas para eu não esquecer dos meus compromissos.

Desço rapidamente para a sala, encontrando Matthew abraçando Kael, sorridente. E logo olhou em volta, notando a casa toda arrumada, algumas decorações que fiz para dá uma maior graça ao ambiente, e logo me encarou, surpreso.

— Você fez isso? — Questionou, vindo até mim. Sorri, dando de ombros.

— Tive a ajudinha de alguém em algumas coisas. — Insinuou, olhando cúmplice para Kael, que riu, puxando Matthew pela barra da camisa, o levando até o home office de Matthew.

— Olha, papai! Eu que fiz! — Apontou para o painel aramado que coloquei sobre a mesa, encostado na parede, prendendo fotos de Matthew com Kael e a família, e desenhos que Kael fazia em homenagem a ele. Ficou lindo, mas não sei se faz o estilo de Matthew.

— Vocês dois... são inexplicáveis. — Matthew falou, vindo até mim e me beijando, o que me fez sorri envergonhado. — Eu amei, mas não precisava se dá esse trabalho, amor. Eu tenho empregada para isso. — Falou e eu sorri, dando de ombros.

— Eu quis fazer uma surpresa. E... espero que esteja com fome, pois lhe preparamos o almoço. E não pode falar mal, Kael também ajudou. — Falo e ele ri, desacreditado.

— O que seria de mim sem vocês, hein? — Questionou, pegando Kael nos braços, beijando seu rosto e em seguida me puxando pela cintura, me dando um selinho. — Eu amo vocês. Muito.

— Mas que linda família... — Olho para trás, me assustando ao ver meu pai com uma arma em punho, apontando para nós três.

Ah, não...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Onde histórias criam vida. Descubra agora