CAPÍTULO 57

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AMARE BETTENCOURT

— Amor, o que foi? Você fez suspense o caminho todo. — Matthew questionou após chegarmos em sua casa. Não a do morro, mas a mansão na cidade. Olho pela janela, vendo seus seguranças em volta da casa. Já nem sei mais em quem confiar. Acho que estou ficando paranoico.

— Quem é o cara que quer te matar? — Questiono e ele arqueia uma sobrancelha, confuso.

— Eu não estava esperando esse tipo de pergunta, mas... seu pai é uma boa resposta. — Ditou, em um tom sério.

— Não. Não estou falando dele. Estou falando de alguém com... problemas por você ter assumido o poder sobre o morro. Conhece alguém? — Matthew deu de ombros, assentindo.

— Sim. Tem um maluco que me inferniza há anos, mas eu sei me virar. — Ele me olhou, desconfiado. — Como sabe disso?

— Matthew... promete que não vai ficar bravo comigo? — Ele estreitou o olhar, me encarando seriamente.

— Fala de uma vez, Amare.

— Eu... Eu encontrei meu pai. — Ele rapidamente se levantou do sofá, me encarando com espanto.

— Você o quê?! Onde está esse desgraçado?!

— Matt... por favor, me ouve. — Peço e ele suspira.

— Ouvir o quê? Espero que seja o endereço desse canalha!

— Ele me explicou o porquê de ter feito tudo isso. Não foi culpa dele... — Matthew riu, desacreditado.

— Amare, você é professor. Não pode ser ludibriado tão fácil assim. Como pode ter caído no papo daquele infeliz depois de tudo que eles nos fez?! Não esquecendo do fato que ele atirou em você! — Exclamou, irritado.

— Isso... foi um acidente. Matthew... Esse cara que quer te matar sequestrou meu pai. O obrigou a fazer essas coisas. Não foi ele quem matou sua irmã. — Matthew respirou fundo, me olhando seriamente.

— Você está se ouvindo? Você acreditou nessa conversa, Amare?! Ele invadiu minha casa! Tentou matar meu irmão e a mim! Agora me diga, onde ele está? — Fico em silêncio, o olhando. — Amare... diga.

— Eu... eu não posso fazer isso. — Matthew suspirou, assentindo, claramente irritado e seguindo para a porta de entrada. Rapidamente vou atrás dele, segurando seu braço, mas ele se soltou rapidamente. — Aonde está indo? Matthew, por favor... me deixa explicar melhor...

— Não tem explicação, Amare! Não seja burro! Aquele infeliz está querendo usar você, de novo! E se não quer me contar, eu descubro sozinho. — Ditou, saindo e batendo a porta.

Começo a chorar copiosamente, com meu peito doendo. Eu não sabia o que fazer. Ninguém iria acreditar, mas... não faz o menor sentido meu pai se tornar essa pessoa ruim do nada. Ninguém consegue fingir ser alguém que não é por tantos anos.

Resolvo mandar mensagem para Jonas, pedindo que ele viesse aqui o mais rápido possível. Ao menos ele me ouve.

. . . .

— Fala, baixinho. — Jonas falou, me abraçando e se jogando no sofá. — Que casarão! Se deu bem, hein? — Reviro os olhos, me sentando ao seu lado.

— Jonas... o que exatamente o papai lhe disse quando te colocou no morro? — Questiono e ele dá de ombros, ficando mais sério.

— Que era para o meu próprio bem e essas merdas que ninguém acredita.

— Mas... ele cuidava de você antes, não é? — Jonas me olhou, desconfiado.

— Por que está perguntando essas coisas? Amare, eu te conheço. Sei que está me escondendo algo. — Engulo em seco, respirando fundo.

— E se... tiver uma pequena chance de tudo que nosso pai fez... foi pela nossa proteção? — Jonas juntou as sobrancelhas, confuso.

— Não tem essa chance, Amare! Ele quase te matou! Sei que você o ama, e que para você ele era seu herói. Mas... Amare, acorda. Ele é um monstro e merece pagar por isso.

— Então você também não acredita nele? — Suspiro abaixando a cabeça, chorando. — Eu que sou tão idiota assim por querer acreditar nele?

— Você se encontrou com ele?! — Assenti, chorando. — Amare, você enlouqueceu?!! E se ele tivesse te sequestrado ou coisa pior?!

— Ele não faria isso comigo...

— Estamos falando do cara que fez um buraco no seu estômago com uma arma! Então sim, ele faria!

— CHEGA! — Grito, me levantando. — Eu falei com Matthew e ele também não acredita. Eu até entendo, mas até você?!

— Sim! Afinal ele me abandonou no morro por causa da minha cor! — Exclamou e eu respiro fundo, fechando os olhos.

— Tudo bem... vocês venceram. Façam a merda que quiser!

— Amare... — Corro para o quarto, me trancando no mesmo e me jogando na cama, aos prantos. Ele estava mesmo mentindo para mim? Todos tinham certeza de que ele era um monstro, mas esqueceram que ele é meu pai. A cada coisa que falam dele, me machuca também. — Amare! Por favor, vamos conversar! — Jonas batia na porta, mas ignoro, não querendo mais tocar no assunto. Não iria adiantar. Sei que não.

Está tudo perdido...

TENTACION - O dono do Morro (ROMANCE GAY) Where stories live. Discover now