Segundo sábado do mês, dia de churrasco. Eu nem preciso dizer que eu amo isso né? Não é pelo churrasco, mas sim por todos se reunirem na casa da tia Samanta e do tio Justin. Falta apenas seis dias para o meu aniversário, e enquanto eu conversava empolgada com as meninas do grupo sobre a festa que eu daria ouço minha mãe me chamar e reviro os olhos.
Eu ainda não esqueci que ela tentou fazer meu pai não me deixar fazer uma festa, mal sabe ela que minha festa já está sendo planejada e será de arrasar.
— Penélope — ela invade meu quarto — não me ouviu chamar?
— Oque foi? Tem ladrões invadindo nossa casa? — pergunto irônica e ela cruza os braços.
— Se arrume depressa, seu pai vai te pegar em dez minutos — ela diz e eu franzo o cenho.
— Por que eu vou com o Chaz? Na verdade, por que ele resolveu me levar em algum lugar?
— Por que ele é seu pai e também por que eu e Louise não vamos hoje, completamos dezessete anos de namoro alguns dias atrás e nem se quer comemoramos — ela explica e eu rolo os olhos.
— Eu vou me trocar — digo e ela assente e antes de sair me encara.
— Se comporte por favor, sabe como o seu pai é — ela diz e eu rolo os olhos novamente.
E quando ela sai eu deixo o celular na cama e caminho até o meu closet mordendo o lábio decidindo oque irei usar.
Pego um vestido rodado na cor branca com detalhes laranja e me olho no espelho, o vestido batia um pouco acima do joelho. Eu gostava de usar vestidos assim apenas em ocasiões mais comportadas, como nos domingos de igreja. Mas, ele vale uns mil reais e não posso negar que é fofo e elegante, qualquer coisa em mim fica elegante na verdade.
Coloco meias brancas quase transparentes nos pés que cobriam meus tornozelos e um salto branco.
Julie não entende mesmo de moda, se entendesse saberia que isso é um charme.
Meu cabelo como sempre solto e com pontas onduladas, passei uma base no rosto um rímel e o meu gloss de cereja que nunca faltava.
Ouço minha mãe me gritar e pego meu celular colocando na bolsa e saio do meu quarto fazendo meu salto fazer barulho na escada e vejo meu pai ao lado da minha mãe.
— Podemos ir? — digo chamando a atenção deles e minha mãe sorri, com certeza feliz em me ver com uma roupa não tão curta.
— Vamos, sua irmã está no carro — meu pai diz e eu o ignoro e saio de casa sem dizer nem uma palavra.
Eu ainda não perdoei ele pelo que fez comigo, não esqueci como doeu aquelas cintadas.
— Vai pra trás — digo ao ver Charlotte no banco da frente e ela tira o olhar do celular pra me encarar.
— Me poupe — ela resmunga.
— Eu sou mais velha, custa me deixar ir na frente?
— Custa — ela diz ignorando minha presença e volta a mexer em seu celular e logo ouço os passos do meu pai.
— Vamos — ele diz e eu respiro fundo antes de abrir a porta de trás do carro e entrar batendo a porta e ouço a risadinha da Charlotte e rolo os olhos.
E a caminho da casa dos meus tios fiquei passando algumas mensagens, lendo as que me interessava e logo travei o celular respirando fundo e encarei a janela passando um lábio no outro espalhando o meu gloss e franzi o cenho ao passarmos enfrente a lanchonete dos pais da Rebeca e vejo ela de mãos dadas com um garoto ao atravessar a faixa de pedreste na pista do outro lado e meu pai parou no sinal.
E sorri meio que abrindo a boca sem acreditar quando vi ela ser beijada por ele rapidamente e logo continuarem andando pela calçada e logo o sinal da pista que estávamos abriu e eu acabei os perdendo de vista.
E o sorriso em meu rosto era imenso, pobre Drew, oque ele vai achar disso?
Penso com mil risadinhas em minha mente e molho meus lábios ansiosa para chegarmos logo.
[...]
Tia Samanta me beija como sempre faz e eu comprimento o tio Justin e também o Jord, já Julie nem me dá a chance, já que só puxa a Charlotte e saem juntas em direção a escada e eu ignoro isso olhando em volta, ele deve estar no quarto dele.
— Eu vou falar com o Drew — digo e tia Sam apenas assente e meu pai me encara com aquele olhar de reprovação.
— Espera ele descer — Chaz diz e eu finjo que ele nem existe.
Apenas dou passos até a escada segurando minha bolsinha do lado e subo os degraus e antes de caminhar pelo corredor ouço a voz da Charlotte meio que choramingando.
— Eu tenho quase certeza Ju — ela diz e franzo o cenho, e me viro dando passos em direção ao quarto da Julie.
— É tão ruim assim? — Julie pergunta.
— É claro que é, se eu pudesse eu seria filha única — Charlotte resmunga e eu não entendo, apenas rolo os olhos imaginando que ela está falando de mim e quando penso em ir para o quarto do Drew ela me faz parar de andar na hora — se minha mãe tiver um bebê agora, acabou minha vida.
— Charly — Julie diz e eu nego meio perdida.
Camila está grávida? Que? Eu vou ter um irmão? Mais um? Eu não mereço meu Deus.
— O quarto do Drew é ali — tio Justin diz me dando um susto e eu me viro com a mão no peito.
— Eu sei — digo meio que me recompondo e ele fita a porta do quarto da Julie encostada, sabendo que eu estava ouvindo atrás da porta — eu vou até lá.
Saio rápido dali negando enquanto pensava sobre oque ouvi Charlotte dizer e respiro fundo abrindo a porta do quarto do Drew que era a última do corredor.
— Não bate caramba? Eu poderia estar pelado — ele diz mau humorado e eu meio que sorrio de canto ao ver ele abotoar sua calça e puxar seu blusão de cima da cama.
— Desculpa — dou de ombros fechando a porta — como você está? Bem?
Ele me olha franzindo o cenho, e eu dou meu melhor sorriso.
— Eu conheço você, diz logo oque quer — ele diz se vestindo e eu molho meus lábios.
— Como está o namoro? — antes de jogar a bomba é preciso preparar a pessoa, e eu adoro isso.
— Se quer me dizer alguma coisa, seja rápida — ele diz passando a mão nos seus fios de cabelos molhados.
— Eu vi sua namorada — digo andando pelo seu quarto passando a ponta dos dedos em sua estante e sorrio ao ver um porta retrato entre outros, ele, Julie, Jord, eu e a Charlotte na praia há uns seis anos atrás.
— Penélope — ele começa e eu nego.
— É melhor me ouvir — digo e ele respira fundo, Drew sempre foi muito mau humorado, sempre sem paciência.
Me aproximo dele e ele molha os lábios daquela forma séria e eu sorrio fraco, ele consegue ser mais lindo do já é quando fica assim, nervosinho.
— Eu vi ela beijando um garoto, enfrente a lanchonete — digo calma e delicada enquanto seguro os cordões do seu blusão e ele franze o cenho e meio que ri — não acredita? Por que eu mentiria pra você?
— Por que você é assim quando não consegue oque quer, ou já se esqueceu que eu te conheço desde que nasceu?
— Eu não inventaria algo pra ela desmentir e eu me passar por mentirosa — agora eu me irrito e ele continua me encarando sério — eu até posso ser malvada como todo mundo pensa, na verdade, é eu sou malvada — sorrio de canto — mas não sou mentirosa Drew.
Passo a unha em seu queixo e ele tira minha mão e eu sorrio pronta pra sair do seu quarto. Já dei o meu recado.
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• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •
FanfictionUma nova geração crescendo pelas ruas de Atlanta, já se perguntaram como estariam os filhos de Justin e Samanta? Ou os filhos de Evan e Emma? Esse livro responderam a suas perguntas. Ainda não leu Drug Of Love e nem Condenados pelo Amor? Não tem pro...