116- Bless Tarlley

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Vi a garota nos olhar e fitei seu rosto e seu corpo, ela é gata. E ao notar o olhar da Sônia eu já imaginava quem a garota era, a ex, certo?

— Eu te mandei mensagem, não viu? Te convidei pra jantar — ela diz sorrindo e eu me sinto ignorado.

— Estou sem celular — Sônia diz e eu franzo o cenho notando ser mentira.

— Entendi — a garota diz desconfiada e me olha, finalmente — está acompanhada.

— Bless Tarlley — digo firme estendendo minha mão e ela molha os lábios meio que me analisando.

— Silene — ela sorri fraco e vejo Sônia meio que se mexer, inquieta.

— Vamos conversar lá fora — Sônia se levanta meio que deixando claro que tem algo errado, e a garota me olha e apenas assente, saindo com a Sônia e eu meio que bagunço meu cabelo.

Eu sou mesmo um bosta, perco mulher até pra outra mulher, qual é.

Sônia demora apenas alguns minutos com a garota e volto, com um olhar meio que sério. E a garçonete também trás nossos pedidos, quebrando um pouco o clima tenso da mesa.

— Sua ex, imagino — digo e ela me olha e molha os lábios assentindo.

— Somos amigas agora — ela diz colocando o guarda napo sobre seu colo.

— E oque rolou lá fora? — pergunto curioso, por que mesmo que estou querendo saber essa parada?

— Eu disse que estou em um relacionamento — ela diz passando a mão no rosto meio que incomodada — eu fiz burrada né?

— Não — sorrio de canto — mas, por que disse isso?

— Não quero que ela saiba da gravidez, não agora — ela diz e eu apenas concordo — e se ela pensar que estou com alguém, ela vai se afastar, por enquanto.

— E por que quer ela longe?

— Na verdade, somos distante já há algum tempo — ela sorri fraco — vamos comer?

Apenas assenti, e comemos. Até que o pedido que ela fez não era nada mal, gostei pra caramba. E as vezes dava uma olhada nela que comia com classe, sorri de canto e pensei em minha mãe, ela vai gostar da Sônia, primeiro pode surtar por causa de um neto, mas... elas vão se dar bem.

— Por que está me olhando? — ela meio que ri.

— Seus olhos são lindos — deixo escapar e sorrio fraco quando vejo ela sorrir negando e logo a garçonete volta abrindo o vinho.

— Gosta de vinho?

— Gosto, mas temos que trocar — digo e a garçonete me olha confusa — ela está grávida, pode trazer um sem álcool?

Sônia revira os olhos e assente pra moça, acho que até ela havia se esquecido disso.

— Sua irmã está no hotel sozinha? — Sônia pergunta e eu nego.

— Ela voltou pra Buffords, as aulas de verão dela acabaram aqui — digo e ela assente.

— Por que nunca me disse que seu pai é prefeito?

— Nunca me perguntou sobre meus pais — digo dando de ombros e ela ri fraco.

— Verdade — ela diz mordendo sua boca e isso mexe comigo.

Ela percebe que eu encarava seus lábios e mexe no cabelo meio que disfarçando o clima, e logo a moça volta com outra garrafa de vinho e serve nossas taças.

— Não é tão ruim — Sônia diz bebendo.

— E como sou um cara legal, vou te acompanhar — digo bebendo o vinho sem álcool e ela sorri.

A noite acabou assim, ela sorrindo me contando sobre um sócio que ela não suporta em Nova Jersey e eu contei a ele sobre meu fracasso no meu último relacionamento.

— Não acredito que ela levou os móveis pra casa deles — ela diz rindo.

— É, nem eu — meio que penso em Maria Flor, mas logo deixo esse pensamento de lado.

— Ainda gosta dela? — Sônia pergunta e eu encaro seus olhos.

— Acho que não — sorrio fraco e ela franze o cenho — tem uma nova garota meio que ocupando minha mente.

Ela fica envergonhada e apenas molha os lábios os mordendo em seguida desviando seu olhar.

— Sônia — me aproximo dela e ela nega.

— Não — ela diz e eu paro de me aproximar.

— Beleza — digo e ela respira fundo e caminhamos até meu carro.

No caminho ficamos em silêncio, e eu só queria deixar ela logo na casa dela e voltar para o hotel e dormir de uma vez.

Mas logo ela se mexeu no banco e começou a negar e eu franzi o cenho sem entender.

— Para — ela pede e eu freio estacionando o carro na pista.

— Oque houve?

Ela me olha e tira seu cinto avançando de uma vez, colando seus lábios nos meus. E tiro a mão do volante segurando sua nuca correspondendo ao seu beijo.

— Me leva para o hotel — ela sussurra entre meus lábios e eu sorrio de canto.

— O vinho não tinha álcool — brinco e ela ri me dando um leve tapa no ombro.

— Não é o vinho — ela diz me dando um selinho e volta para seu banco e eu molho meus lábios assentindo.

Ligando meu carro dando meia volta na curva, dirigindo para o hotel.

• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •Where stories live. Discover now