32- Drew Bieber

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Estacionei na garagem de casa e escorei minha cabeça no banco meio que negando e passei a mão no rosto. Que droga eu fui fazer? Molho meus lábios e puxo meu celular do bolso notando as ligações perdidas e o guardo novamente.

Beijar Penélope nunca se passou pela minha cabeça, e quando ela me beijou na frente da Rebeca foi estranho e eu não senti praticamente nada, na verdade não sei se aquilo foi realmente um beijo. Mas oque aconteceu hoje, porra. Foi um beijo, um beijo em Penélope Somers, onde eu estava com a cabeça?

— Garoto — ouço a voz do meu pai e abro o vidro ainda sentado no carro — estava onde?

— Deixando a Penélope em casa — digo e ele franze o cenho — eu fiz uma burrada pai.

Nego e ele me encara esperando que eu diga e eu molho meus lábios abrindo a porta do meu carro a fechando e me escorando nela.

Será que se eu contasse pra ele, ele contaria para o tio Chaz? Na verdade, acho que ele tiraria o meu carro primeiro. E contaria pra minha mãe que me condenaria o ano inteiro. É, não é bom contar. Ele não me ouviria como as outras vezes, não é qualquer garota. É Penélope, ela é da família e meu pai não acharia legal isso. Ainda mais sabendo como eu sou.

— Fala Drew, de que burrada você está falando?

Engulo seco e nego com as chaves na mão e passo a mão na nuca.

— Esqueci de fazer uns trabalhos pra amanhã — digo e ele franze o cenho — vou pedir ao Léo que me envie.

— Era só isso?

— É — digo e ele nega batendo a mão no meu ombro me puxando.

— Vamos entrar, sua mãe terminou o jantar — ele diz bagunçando meu cabelo enquanto saímos da garagem.

[...]

No jantar evitei qualquer assunto, apenas comi e ajudei Julie com as louças e ainda tive que aguentar piadinhas vindo dela sobre a Penélope estar no meu quarto hoje.

Tomei um banho e fiquei jogado na cama encarando meu celular chegando mensagens sem parar e respirei fundo fitando o teto e molhei meus lábios ao me lembrar do beijo dentro do meu carro, e foi como se eu sentisse o perfume enjoativo dela aqui agora mesmo, nego sem acreditar que eu beijei mesmo Penélope e bato o travesseiro sobre o rosto.

Se ela já não saia do meu antes, imagine como vai ser de hoje em diante já que rolou um beijo. Porra Drew.

[...]

Na manhã seguinte eu acordei antes da minha mãe começar a me chamar, tomei um banho demorado e sai do banheiro com a toalha enrolada na cintura, me sequei e vesti minha roupa procurando minha jaqueta pelo quarto até me lembrar que Penélope tinha ficado com ela.

Passo a mão na nuca e puxo um blusão preto o vestindo e pegando meu celular e minha mochila saindo do quarto notando Julie surpresa.

— Caiu da cama?

— Anda — digo e ela revira os olhos e descemos a escada juntos.

E hoje foi uma das primeiras vezes que tomei café sem minha mãe me apressando. Julie entrou no meu carro comendo bolacha esfarelando pelo banco e eu neguei sem paciência até pra brigar com ela.

E a caminho da escola tento não pensar no que rolou ontem, e até decido falar com a Penélope, dizer que aquilo foi só uma parada lá do momento. Que eu nem tive noção do que eu estava fazendo.

Estaciono enfrente a escola e Julie sai e eu desço batendo a porta olhando em volta não vendo Penélope e coloco a mochila no ombro caminhando em direção à escola.

— Eai — Léo se aproxima e eu faço um toque em sua mão e paramos encarando as líderes meio que comemorarem e franzo o cenho ao ver Rebeca no meio delas, animada. E quando seu olhar vem contra o meu a vejo disfarçar.

— Oque a Penélope faz com sua jaqueta? — Julie pergunta e eu franzo o cenho sem entender, mas logo vejo a Penélope chegar com salto alto e uma saia curta com uma camiseta branca realçando seus seios fartos e minha jaqueta.

Merda.

Os olhares e cochichos começam e vejo o sorriso estampado no rosto da loira que praticamente desfilava sobre a calçada da escola.

— Perdi alguma coisa? — Léo pergunta e eu nego indo em direção a Penélope que sorri ao me ver.

— Que merda está fazendo? — pergunto e ela franze o cenho.

— Bom, acho que indo pra aula de matemática — ela debocha e eu nego encarando em volta e vejo as líderes nos encarar.

— Por que merda veio com a minha jaqueta Penélope?

— Está frio — ela dá de ombros também notando os olhares — mas se quer posso te devolver agora.

Passo a mão no rosto pedindo por paciência e molhei meus lábios encarando o rosto dela e neguei sem paciência virando as costas pra ela e passei pelo Léo e a Julie que também encaravam Penélope.

No corredor vi o Gustavo já fofocando com outros caras e pelas risadinhas em minha direção já estavam sabendo que Penélope Somers chegou na escola com minha jaqueta.

Oque ela tinha na cabeça? Se gosta de chamar atenção que não seja me envolvendo nisso.

Me sento em minha cadeira escorando as costas na parede e o Léo continua me encarando.

— Que foi caramba? — pergunto e ele nega.

— Não estou entendendo coisa nenhuma — ele ri.

— Emprestei minha blusa pra ela ontem, não sabia que ela iria vim pra escola com ela — retruco e ele ri.

— Até parece que ela iria perder a oportunidade Drew.

Ele diz e vejo Rebeca vim em minha direção e franzo o cenho sem entender.

— Só pra sua informação, Richard não é meu namorado. É ex namorado a quase sete meses — ela diz irritada, que merda deu nela? — então não sai falando que eu estava com dois caras ao mesmo tempo ok?

— Oque? Eu não disse porra nenhuma.

— Não disse? Tem certeza?

Ela pergunta encarando a Penélope que estava sentada usando minha jaqueta mexendo em seu cabelo loiro e eu respirei fundo lendo o nome Bieber estampado na jaqueta.

— Sua mãe disse na frente dela, não fui eu — digo sério — não tenho motivo pra sair inventando fofoquinhas.

— Peça que ela pare então — Rebeca diz encarando meus olhos — nem todo mundo gosta de ser o centro das atenções como ela.

Ela diz e se vira fazendo eu negar com raiva e encarar Penélope que agora me olhava séria sabendo que Rebeca estava conversando comigo.

E eu dormi quase a aula toda, nem sabia que estava com tanto sono assim.

• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz