56- Drew Bieber

100 11 0
                                    

— Você cala a merda da boca e me deixa falar caramba — meu pai diz alto dando tapa sobre a mesa — eu te avisei da merda que isso seria, e eu nem posso quebrar a cara do Chaz por ter socado sua cara, já pensou se fosse sua irmã?

— Eu mataria o cara — digo e ele nega com raiva.

— Penélope é como uma filha pra mim e você sabe disso, eu não achei uma boa ideia desde o início, pois sabia que isso daria em confusão.

— Pai, qual é — digo e ele me encara — não somos crianças.

— Pretende namorar ela? Pois o assunto aqui é esse, suas intenções. Já que foi muito corajoso em fazer oque estava fazendo na casa dela.

— Namorar? — digo meio que surpreso e nego — Eu e Penélope começamos agora.

— E foram bem rápidos por sinal — ele diz se sentando e nega passando a mão entre o cabelo.

— O certo é isso, já que estão se envolvendo. Seja sério com ela, diga sua intenções e resolva isso de uma vez.

— Não vou pedir Penélope em namoro — digo e ouço a porta do escritório abrir e já vejo minha mãe me encarar preocupada.

— Você está bem? — ela pergunta, e quando se aproxima vejo ela tocar meu rosto encarando o olho que ainda estava dolorido.

— Estou — digo e sinto um tapa no meu ombro em seguida — porra mãe.

Recebo outro tapa por dizer um palavrão e ela se senta me encarando.

— Onde estava com a cabeça? São duas crianças — ela diz como se não soubesse que eu já transava a anos.

— Oque resolveram? — ouço a voz da Sônia e reviro os olhos, era só oque me faltava agora.

— Penélope está mal, não concordo com Chaz bater nela. E não sei se ele vai desistir de colocá-la em um internato — minha mãe diz e eu molho meus lábios pensativo.

Sério que a mandariam para a merda de um internato por descobrirem que ela faz sexo? Qual é. Vejo meu pai me encarar e sabia exatamente oque ele estava pensando.

— E aí? Oque vai fazer? — ele pergunta e eu franzo o cenho.

— Oque eu posso fazer? — pergunto.

— Passei por isso há muitos atrás — ele diz e eu não entendo — sua mãe foi levada pra Saint Mary, sabia disso?

Olho pra minha mãe e ela molha os lábios meio que sorrindo ao olhar para o meu pai.

— E? — pergunto.

— O papai a buscou — Sônia diz dando de ombros e eu molho meus lábios notando minha mãe pensativa.

— Está propondo que eu vá atrás da Penélope? Quer que eu fique com outro olho roxo?

— Se quer algo sério com uma garota, tem que ter coragem pra ficar com um olho roxo — meu pai diz dando de ombros.

— Converse com o Chaz, diga suas intenções — mamãe aconselha e eu molho meus lábios.

— Eu sempre soube que aquele ódio todo era amor — Sônia me zoa e eu ignoro.

— Oque sente por ela? — minha mãe pergunta me fazendo olhar pra ela — Pois eu sei oque ela sente por você, e garanto que vai machucá-la muito se não deixar claro suas verdadeiras intenções.

— Sabemos bem que aquele jeito alegre e debochado de Penélope é apenas uma armadura de proteção — Sônia diz me encarando.

Olho para o meu pai e apenas concordo e ele sorri de canto como se estivesse de acordo comigo e eu respirei fundo passando a mão na nuca.

Namorar Penélope Somers, que coisa maluca. A uma semana eu não a suportava. Mas não vou negar que não estou sentindo nada por ela, é claro que eu estou sentindo. Não sou o tipo de cara pegador sem sentimentos, quando eu sinto, eu realmente valorizo essas paradas de sentimentos. Só não valorizava os da Penélope por que pra mim ela era apenas a garota rodada da escola. E hoje, bom... hoje sei que estava muito errado sobre ela.

[...]

Deitado na cama lendo aquela mensagem pela décima vez, respirei pesado passando a mão sobre o rosto sentindo a merda do meu olho doer.

Eu realmente estava gostando da Rebeca, ainda gosto, não vou mentir.

Mas me envolver com Penélope me despertou algo por ela, é claro. Não foi só uma ficada ou algo do tipo, a gente transou. Por mais de uma vez, e não foi como transar bêbado por aí, ou ficar com universitárias que eu no fundo eu sei que não passará daquilo lá.

Nego molhando meus lábios ao me lembrar do momento que ela disse que me amava e sorrio de canto, aquilo me deu um tesão do caralho naquele momento.

Penélope/15:12 pm
Me desculpa por isso, eu sou um problemão eu sei. Mas espero que se lembre do que eu disse, eu realmente amo você Jeremy. Sinto muito pelo olho machucado.

Mordo o lábio e meio que respiro pesado ligando pra ela, mas ela não atende. E isso é uma merda, pois me preocupo. Chaz não tocaria nela de novo não é? Que porra de mania feia que ele arrumou de estar sempre agredindo a garota.

Não iria digitar uma mensagem pra ela, pois se ela não atendeu é por que provavelmente está sem o celular. E então eu apenas me joguei na cama com mil pensamentos na cabeça, eu só queria dormir por algumas horas.


[...]

No outro dia eu sai do meu quarto ajeitando minha jaqueta e vi Julie me encarando com raiva e Charlotte dessa vez nem se quer olhou pra mim, e eu já havia entendido. Está todo mundo com raiva pelo meu envolvimento com Penélope? É cada uma.

— Eu nem acredito que ela conseguiu te enganar — Julie resmunga enquanto desce a escada — Penélope virgem, até parece.

— Desde quando tem idade pra entender esses assuntos? — digo e ela me encara e sua amiga tenta não me olhar.

— Acreditou mesmo nela? — Julie cruza os braços — Estamos falando sobre Penélope Somers, aquela atirada sabe? Que vive em arquibancadas com jogadores.

— Isso não é assunto seu, e deixa de ser linguaruda — digo e ela faz cara de raiva e eu acabo que rindo.

Fico alguns minutos na cozinha comendo um dos sanduíches e encaro meu celular notando mensagens apenas do Léo.

— Esse olho está doendo? — minha mãe pergunta e eu nego — Falou com Penélope?

— Vai pedi-la em namoro? — meu pai pergunta lendo o jornal e eu encaro ele e antes de responder ouvimos um copo cair no chão e me viro notando Julie me encarar.

Não vai namorar Penélope, vai?

• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •Onde histórias criam vida. Descubra agora