44- Sônia Bieber

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Noite do aniversário da Penélope, narrado por Sônia Bieber.

Bless usava calça larga e camisetão, com uma blusa xadrez por cima da camisa, uma coisa que já notei é que ele não tem entendimento algum por moda. Só de usar essa blusa xadrez já deixa bem nítido.

Quando ele chegou e beijou meu rosto eu meio que ri negando, na verdade eu ainda não sei qual é a dele. Eu já disse que sou lésbica, será que ele está me esperando dizer que era apenas uma zoeira? Coitado.

No carro alugado ele me olhava de canto enquanto eu passava meu batom encarando o espelho do carro.

— Precisa comprar um presente — digo e ele me olha e apenas ri concordando ainda segurando o volante com uma das mãos.

— Beleza — ele diz e eu molho meus lábios o analisando —é sua irmã?

— Quase prima, digamos que... é da família sabe?

— Acho que sei —  ele diz pensativo e me olha novamente — não sei comprar nada para uma adolescente.

— Certeza? Você se veste como um — debocho e ele revira os olhos me fazendo rir disso — calma garoto de Buffords, eu estarei lá.

— Você namora? — ele muda de assunto rapidamente e eu franzo o cenho — Reparei que usa um anel do dedo.

Ele diz e eu sorrio fraco olhando para meu anel fino no meu dedo e depois olho pra ele que esperava por minha resposta.

— Eu o uso desde que era adolescente — explico — com minha melhor amiga.

— Melhor amiga? — ele pergunta com aquela voz que me faz rir e eu reviro os olhos.

— Ela foi minha primeira namorada — dou de ombros — hoje ela é modelo em Paris.

Digo molhando os lábios me lembrando de Silene e respirei fundo, era meio estranho pensar nela já que faz sete meses que não nos falamos.

— Chegamos — ele diz estacionando e eu apenas assenti e vi ele me olhar meio que tenso por alguns segundos antes de sairmos do carro.

Com certeza analisando se eu fiquei triste em falar da minha ex namorada, saio do carro meio que rindo ao pensar isso e vejo ele mexer em seu celular e depois o guardar.

— Eai, qual loja? — Bless pergunta e eu ajeito minha blusa sorrindo pra ele e caminhando pela calçada.

— Penélope ama qualquer coisa cara — digo dando de ombros e ele ri negando.

[...]

Na loja eu peguei uns dois vestidos que sei que Penélope vai gostar e que vai ficar lindo nela, e também peguei um salto para Bless dar para ela. Já ele continuava escorado me analisando.

— Quer tirar uma foto?

Pergunto sorrindo e ele ri assentindo, ele não notou que eu brinquei?

— Posso tirar e colocar na tela do meu celular — ele brinca e eu nego rindo.

— Terminei — digo indo com ele até a recepcionista que pegas as roupa do cabide indo para o caixa.

Bless pega a carteira do bolso e eu nego meio que rindo e ele me olha sem entender.

— Era brincadeira, não precisa pagar — digo mostrando meu cartão para ele.

— Eu não brinco sempre — ele diz e eu franzo o cenho e nego quando ele entregar o cartão dele para a recepcionista e eu dou risada meio que negando.

Mas acabou que ficou por isso, ele pagou "todos" os presentes e ainda me mandou escolher um dos anéis da vitrine, e é claro que eu recusei.

Ele é só um estranho. Um estranho que eu me pergunto por que estou saindo com ele mesmo.

Ele é divertido, não vou negar. E eu sempre me dei bem em fazer amizades com o sexo oposto.

— Então você não mora em Atlanta? — Bless diz no carro e eu olho pra ele enquanto nego.

— Nova Jersey — digo molhando os lábios — mas estou sempre aqui.

— Por que mora lá?

— Trabalho — digo e ele me olha.

— Me parece aquelas mulheres que andam sempre no celular mandando e desmandando em pobres coitados — ele diz rindo e eu olho pra ele — e trombando em pessoas, claro.

— Sou muito ocupada, confesso — dou de ombros.

— E então, hoje deu folga para o seu celular?

— Mais ou menos isso — digo sorrindo e ele ri de canto e eu molho meus lábios olhando para frente e vejo que estávamos quase chegando na casa dos meus pais.

[...]

Algum tempo depois...

Sabia que Penélope estava magoada, mas também sei que ela é orgulhosa demais pra demonstrar isso, quando ela sai dizendo ir ao banheiro vejo Bless me olhar de canto e respiro fundo parando de dançar e me sento ao lado dele.

— Ela gosta do seu irmão né — Bless diz dando um gole em sua cerveja.

— Gosta, até demais — lamento encarando a garrafa de cerveja em minha mão.

— E ele? — Bless pergunta e eu respiro fundo dando um gole em minha cerveja.

— Drew é complicado, ele gosta de garotas mais velhas — digo e Bless meio que ri fraco — e ele e Penélope vivem brigando.

— Talvez isso dê em namoro um dia — ele diz e eu nego pensativa.


— Acho meio difícil — digo e não demora muito e vejo alguém passando pela parede vidro da área da piscina e me levanto.

— Já volto — digo e Bless apenas assente ficando sentado e eu caminho até em casa entrando novamente e não vendo ninguém por ali.

...

Depois de ficar mais de cinco minutos na ligação com minha secretária eu finalmente subi a escada indo até o quarto de hóspedes procurar por Penélope.

Onde ela se enfiou?

Quando vejo que não tem ninguém por lá fecho a porta imaginando que ela tenha ido embora. E preparo meu celular pra ligar pra ela, com certeza ninguém aparecer na sua festa de aniversário teria sido demais pra ela.

Ouço barulhos no quarto do Drew e franzo o cenho, ele está em casa? Caminho até lá notando a porta só escorada e entro procurando por ele até ver a cena que eu não esperava.

Não esperava mesmo.

Penélope no colo do Drew no maior amasso, que isso meu pai? Sinto vontade de mandar eles tomarem vergonha na cara deles, mas reviro os olhos fechando a porta devagar e fico parada no corredor meio pensativa.

Sei que são praticamente crianças ainda, mas... acabo que rindo negando, adoraria zuar a Penélope depois dizendo que enfim ela conseguiu um beijo do Drew.





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• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •Where stories live. Discover now