105- Penélope Somers

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— Como você está? — quando ouço a voz da minha mãe meio que fico surpresa, ainda mais por ser ela perguntando algo

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— Como você está? — quando ouço a voz da minha mãe meio que fico surpresa, ainda mais por ser ela perguntando algo. Ela quase nunca se importa.

— Péssima — dou de ombros e ela solta o garfo sobre seu prato e eu continuo fazendo meu sanduíche.

— Precisa comer comida de verdade Penélope.

— Não consigo.

Realmente eu não consigo, estou comendo sanduíches por me sentir muito fraca e saber que preciso comer algo, então eu opino pelo sanduíche ou frutas.

— Quer ir ao médico amanhã novamente?

— Não — nego e respiro fundo — médico nenhum vai curar isso.

— Quer finalmente me dizer a razão de você e Drew terem terminado?

— Pra me dizer que você tinha razão? Que Drew não gosta de mim?

— Eu nunca diria isso — ela diz e eu apenas respiro fundo e assenti.

— Vou subir, boa noite mãe.

Saio da cozinha e passo pela sala subindo a escada e por um segundo olho para o sofá e sinto falta de ver Louise assistindo e minha mãe lendo livros ao seu lado.

Eu preciso visitar Louise, não quero que ela pense que não faz alta, pois ela faz, e muita.

Meu celular toca e vejo o nome do Luan na tela e sorrio fraco.

Luan se aproximou muito, e sei que ele sente pena, talvez seja apenas por isso que tenta me tirar de casa, mas sempre recuso seus passeios pelo condomínio. E então acabamos que ficando aqui, maratonando filmes e ele me conta sobre as aulas que eu estou perdendo.

Oi.

Loirinha, tenho um convite.

Ele diz e eu franzo o cenho enquanto mordo meu sanduíche.

Hm? — murmuro.

Acampar, e fazer uma trilha bacana. Topa? Esse final de semana.

Como assim acampar Luan? Ficou louco? — pergunto rindo — Tenho cara de que gosto de lugares com insetos e terra?

Não parei pra pensar nisso.

Pois pense, pois eu não me vejo em um lugar assim — nego mesmo sabendo que ele não está me vendo.

Ao menos pense — ele pede.

Não preciso pensar, não vou acampar com você Luan.


— Não vai mesmo — a voz rouca me faz me virar e abaixo o celular e também meu sanduíche.

Notando Drew me encarar do lado de fora do meu quarto e engulo seco pela surpresa e apenas encaro meu celular e clico em finalizar chamada.

— Oque faz aqui? — as palavras saem da minha boca e ele entra, sério. Meu coração praticamente salta pela boca.

— Está com esse merda? — ele pergunta nervoso e eu respiro fundo.

— É por isso que veio?

— Eu vim saber se está bem, mas parece que está ótima. Não é?

— Acha que eu estou bem depois de me chutar da sua vida?

— Não fiz isso — ele nega — apenas acabei o nosso lance.

— Lance? — pergunto com raiva e nego me virando de costas pra ele e ouço ele soltar uma lufada de ar.

— Não te quero perto desse cara — ele diz e eu reviro os olhos e me viro o encarando.

— Não pode me pedir isso, não somos namorados lembra?

Digo cruzando os braços e ele se aproxima e passa a mão sobre seu topete.

— Ele não merece sua confiança, porra.

— E você merece? — retruco e ele molha os lábios e nega com raiva.

— Não estamos falando de mim, e sim desse filho da puta — ele diz próximo, tão próximo que consigo sentir o cheiro de seu perfume.

— Ao menos ele não me trata feito um lixo.

— Oque foi? Vai me dizer que já está apaixonada por ele? — Drew pergunta com raiva e eu dou de ombros.

— E se eu tiver? — isso o pega de surpresa, e consigo ver ódio em seu olhar e ele passa a mão no rosto e me segura de uma vez me assustando.

Sinto sua boca se encostar nos meus lábios e coloco minhas mãos sobre seu peito e abro a boca deixando que ele me beije, o beijo é quente e rápido, mostrando o quão nossas bocas sentiam falta de uma da outra.

Drew vai me empurrando pra cama lentamente até que eu caia sentada e ele se deita sobre mim que deito minhas costas sobre meu colchão, e não demorou nem dois segundos para aquele beijo virar um amasso.

— Drew — sussurro quando sinto sua mão em meu seio — por que isso?

Ele para de me tocar e tira seus lábios do meu pescoço e fecha os olhos por alguns segundos.

— Não me diz que veio aqui só pra transar — mostro decepção em minha voz e ele se senta na minha cama encarando suas mãos e nega.

— Não, sinceramente não estou com cabeça nem pra isso — ele diz rouco.

— Quer conversar?

Pergunto tocando seu ombro e ele nega levantando e respira fundo antes de encarar meus olhos.

— Ainda rola uma química entre a gente, só isso — ele dá de ombros — eu só vim aqui dizer que... fique longe desse cara Penélope.

— Você é um idiota sabia?

Digo negando e me levanto magoada pelo que acabou de acontecer e abro a porta pra ele sair e ele passa a mão sobre o rosto.

— Quero o seu bem — ele diz parando na minha frente.

— Se quisesse mesmo isso, não teria me tratado feito uma vadia — digo e ele molha os lábios, pensa sobre algo e depois encara o meu rosto e apenas assente.


— Se cuida.

É tudo que ele diz antes de sair do meu quarto e eu nego com raiva batendo a porta e me escorando nela em seguida com os olhos fechados.

Por que eu tenho que amar tanto esse garoto meu Deus? Isso é uma tortura contra meu coração.

• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •Onde histórias criam vida. Descubra agora