• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •

91- Sônia Bieber

Penélope estava me olhando andar de um lado para o outro em meu quarto enquanto eu procurava o número do Bless em uma rede social, já que deletei o número dele assim que cheguei em Nova Jersey.

— Encontrei — digo me sentando na cama e Penélope se aproxima.

— Então liga de uma vez — ela diz e eu nego pensativa.

— Ele nem sabe que... transamos — digo e ela franze o cenho — é estranho eu sei, estávamos babados, eu te disse.

— Mas como ele pode não se lembrar?

— Ele não se lembrou, e eu acabei que confirmando que não havia acontecido nada — afirmo.

— Droga, e se ele não acreditar em você?

— Mando ele a merda — dou de ombros e ela ri e eu respiro fundo.

E me levanto quando clico em chamar e mordo meu lábio notando Penélope me olhar preocupada e caminho até a sacada rezando que ele não atenda.

— Bieber? — sua voz sooa meio risona e eu engulo seco sem saber oque dizer.

— Podemos conversar? É algo sério.

— Ah, podemos. Pode falar.

Ele diz e olho pra Penélope que sussurrava gesticulando "relaxa".

— Está em Buffords imagino — digo mordendo meu lábio.

— É, onde eu moro — ele ri e eu reviro os olhos.

— Não consigo, tenho que dizer uma vez.

— Então diz, oque é tão importante pra senhorita Bieber super ocupada me telefonar?

— É que eu estou grávida — solto de uma vez notando Penélope me encarar assustada.

Bless não diz nada, e eu espero que ele desligue na minha cara a qualquer momento.

— Eu acho que não ouvi direito — Bless diz e eu respiro fundo passando meu cabelo pra trás.

— Eu sei que eu menti, que não... aquela noite aconteceu sim e...

— Sei que aconteceu Sônia, me lembrei de alguns fleches no dia seguinte — ele diz e eu franzo — e por mais que parecesse um sonho ou sei lá oque, as marcas nas minhas costas me responderam muita coisa.

Fecho os olhos com vergonha disso e respiro fundo.

— Mas porra, grávida? Você tem certeza? Não usamos camisinha? Caramba mano.

— Tinha camisinha no chão do quarto — digo me lembrando — mas não sei, de alguma forma isso aconteceu e eu acabei de ler "positivo" na merda de um teste.

— Puta que pariu.

— Eu que vou parir, não uma puta — digo sentando nervosa e ele se mantem calado e eu nego.

— Caralho!

É tudo que ele diz e eu vejo Penélope me olhando com atenção enquanto eu conversava com ele.

— Eu tenho uma vida, uma empresa pra comandar, trabalhos a mil, um nome, e... meu Deus eu nem gosto de homem — digo pra mim mesma.

— Tem certeza? Por que se está me dizendo que está grávida é por que rolou alguma coisa e nos fleches que eu tive você parecia bem contente.

— Não seja idiota — retruco — preciso de você aqui em Atlanta hoje, me ouviu? As nove em qualquer restaurante da cidade. Precisamos conversar, ou vou surtar.

— Não sou um cliente Bieber, e nem se eu quisesse eu chegaria aí até às nove, posso ir amanhã beleza? Preciso me preparar pra isso, ainda nem estou acreditando nessa parada.

— Quer que te mando o teste? Eu posso mandar — digo sem paciência e vejo minha mãe entrar no quarto — te ligo depois, tchau.

— Penélope — Samanta diz olhando pra Penélope que esconde o envelope embaixo de seu traseiro.

— Oi tia Samanta — Pene diz sorridente.

— Estava na galeria? — pergunto normalmente e ela assente.

— Sim, Justin quer minha ajuda pra próxima exposição — minha mãe sorri ao dizer — almoçaram juntas?

— Sim — Penélope diz sorrindo — por acaso minha mãe te ligou tia?

— Na verdade não, depois que saímos da escola com vocês. Ela não me ligou ainda.

— Ah sim.

— Drew não sabe que está aqui, sabe?

Minha mãe pergunta e Penélope nega e pela cara da minha mãe tinha algo errado.

— Por que tia? — Penélope pergunta e minha mãe nega, mas sabíamos que tinha algo errado.

E como sabemos bem, Penélope não era boba e sacou que tinha algo no ar e só esperou minha mãe sair pra ir atrás do Drew e eu peguei o envelope respirando fundo e o enfiei dentro da minha gaveta me sentando na cama em seguida.

Algumas lembranças daquela noite com o Bless vem a minha cabeça e nego sem entender como aquilo foi acontecer, eu já bebi muito na minha vida, mas nunca ao ponto de deixar uma coisa dessas acontecer.