62- Drew Bieber

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O filme já estava quase começando e eu tive que achar uma vaga em menos de dois minutos, mas não foi difícil encontrar. Penélope sorriu tirando seu cinto de segurança e pegando o saco de batatas sobre o painel onde ela havia feito eu passar na merda de uma lanchonete pra comprar isso e refrigerantes.

— É de romance — ela diz animada — o próximo será de terror.

— Tem que estar em casa às onze, se lembra?

— Está com medo do meu pai? Sério? — ela zomba e eu reviro os olhos escorando o braço na janela do carro — Quer?

Ela oferece batatas e eu nego molhando meus lábios meio que olhando os carros próximos, e passo a mão no topete encarando o telão.

— Já assistiu? — ela pergunta e eu olho pra ela — O filme? Já assistiu? Ele é antigo.

Leio o nome no telão e nego, nunca nem tinha ouvido falar nesse filme. E ela começa a me explicar e eu paro de ouvir ao ver o conversível prata na segunda fileira da frente da que estávamos,  Gustavo e Rebeca juntos e franzo o cenho meio que surpreso em ver aquela porra.

— Ela vai embora pra cursar medicina e só aí ele descobre que está apaixonado por ela — Penélope diz e eu ignoro — está me ouvindo?

— Não estou afim de saber da merda desse filme Penélope — digo fazendo ela me olhar surpresa pela minha resposta e eu volto a olhar o carro e vejo Rebeca sair do carro rindo de algo.

— Não precisa me tratar assim ok? — Penélope diz baixo e eu apenas assenti tirando meu cinto de segurança.

— Eu vou buscar um enérgico — digo saindo do carro.

— Oque? Enérgico? Aqui não tem lanchonete Drew.

— Tem uma máquina perto do bebedouro.

Digo batendo a porta e ela continua me encarando confusa e eu molho meus lábios saindo de perto do meu carro indo em direção onde vi Rebeca ir e enfio as mãos no bolso da calça procurando por ela.

E vejo ela próxima a máquina de bebidas como imaginei e olho em volta notando o pessoal nos carros mais distantes.

— Gustavo? Isso é novidade pra mim — digo rouco fazendo ela se virar pra mim surpresa e molha os lábios meio que respirando devagar.

— Ele me convidou, já que disse que não veria. Eu aceitei, gosto desse filme — ela diz olhando para o telão onde o filme começava e eu encaro seu rosto.

— Não sabia que os caras populares faziam o seu tipo — digo e ela ri meio que se aproximando.

— Me apaixonei pelo capitão do time, ou já se esqueceu?

Encaro seus olhos e nego meio que sem ter oque dizer.

— Não me esqueci, já que nunca me disse isso — digo e ela revira os olhos.

— Eu aguentei Penélope Somers no meu pé, acha mesmo que eu não estava apaixonada por você? — ela nega.

— E por que motivo está aqui com o Gustavo?

— Eu disse, gosto do filme. E já que não pôde vim, eu vim com ele.

— Entendi — digo molhando os meus lábios — Gustavo não é o tipo de cara que vai querer por perto.

— E por que não?

— Ele não é calmo como eu — digo sorrindo de canto e ela ri negando.

— Não se preocupe, não levarei ele para o meu quarto — ela diz e eu franzo o cenho — veio me procurar? Onde estacionou o seu carro?

— Sexta fileira, por que? — a voz de Penélope sooa atrás de mim e eu fecho os olhos devagar e coloco a mão na testa por alguns segundos e vejo Rebeca me encarar.

— Entendi — ela diz me olhando, e sabia que ela estava chateada.

— Oque está fazendo aqui com ela? — Penélope pergunta e eu nego olhando pra ela.

— Volta para o carro — peço e ela nega — vai ser rápido Penélope.

— Oque? Acha mesmo que vou voltar para o carro e deixar você e essa sonsa aqui sozinhos? Oque pensa que eu sou Drew? Idiota?

— Eu vou voltar para o carro — Rebeca diz meio que rindo e Penélope a encara.

— Está rindo do que sua idiota? — Penélope pergunta e eu seguro seu braço a impedindo de fazer alguma merda.

— Calma, não estou mais interessada — Rebeca diz e me encara e Penélope ri.

— Ótimo, pois ele não está mais disponível — ela diz mostrando seu anel e eu solto uma lufada de ar. Merda!

Rebeca me encara e eu nego, seus olhos me deixa nervoso pra porra e eu dou um passo à frente.

— Não é oque está pensando — digo e Penélope me encara.

— Não é? — ela pergunta e eu ignoro seu olhar, mantendo o meu fixo no da Rebeca.

— Não precisa me explicar nada Drew, sério, tudo bem — Rebeca diz e eu nego.

— Quer saber — Penélope diz alto — fiquem aqui.

Rebeca a encara e eu faço o mesmo, Penélope me olha furiosa e logo sai dali batendo o pé no chão e eu nego com raiva pensando se vou atrás dela ou se fico.

— Vai atrás dela — Rebeca diz e eu não respondo, apenas vou atrás da Penélope que já estava longe.

E eu ando depressa até meu carro notando ela pegar sua bolsa no banco e antes dela sair de dentro dele eu travo sua porta me sentando no meu banco.

— Se puder, me leva pra casa — ela diz sem me olhar e pela sua voz imagino que estava chorando.

— Penélope  — digo e ela nega e quando ela me encara fico surpreso por ver lágrimas em seus olhos.

— Você foi atrás dela? Sério? Me deixou no carro enquanto o filme começava?

— Eu precisava perguntar uma coisa pra ela — me defendo.

— Oque? A razão dela ter vindo com o Gustavo? Isso não é da sua conta Drew.

— Eu tive um lance com ela, não dá pra ignorar assim do nada Penélope.

— E me ignorar dá? Eu sou sua namorada agora não sou? Deveria ao menos ter respeito comigo.

— Eu não fui ficar com ela, fui conversar porra. E se namorar for parar de conversar com qualquer mulher que me rodeia, eu não quero isso.

— Oque está dizendo, quer terminar um namoro que começou hoje?

• Heirs Of Love / Herdeiros do amor •Onde histórias criam vida. Descubra agora