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Volto da sorveteria um pouco tarde demais e meu pai esboça uma preocupação desnecessária ao me ver passar pela porta. Sabemos que eu tenho responsabilidade o bastante para não precisar de toque de recolher, além do mais eu não conhecia ninguém para ele precisar se preocupar com tal coisa quando eu vim parar aqui.

- Cheguei pai. – digo enquanto coloco as chaves em uma tigela e caminho rumo a escada.

- Hm, devo perguntar onde você estava? – ele me encara.

- Estava tomando sorvete com Esther e Luna, nada demais. – eu achava que não era nada de mais, mas a expressão no rosto do meu pai mudou e quando ele abriu a boca eu comprovei minhas suspeitas a respeito de sua aversão as duas únicas pessoas que se dispuseram a falar comigo.

- Não são boas companhias, o irmão de uma é um arruaceiro que faz bagunça com o namorado da outra. – me pareceu que ele tinha mais aversão aos dois do que a elas.

- Bem, aparentemente você não gosta do circulo de amigos, mas eu não os conheço então não vem a ser relevante. – um suspiro me escapa quando a carranca do meu pai segue a mesma – Foram as únicas que se dispuseram a falar comigo, apenas não implique pai.

Dito isso eu subi para o meu quarto e tomei um banho antes de descer e procurar o que comer. O jantar já estava pronto e comemos em silêncio, o meu aborrecimento continuava pela conversa mais cedo e não quis introduzir nenhum assunto ali, ele também parecia pensar o mesmo.

A semana é um vulto de estudos, trabalhos e conversas. O ano letivo está quase no fim e os professores estão pegando um pouco mais pesado do que o normal, não que isso seja um problema para mim é claro.

Na sexta meu pai retorna ao assunto de ligar para tia Jen, durante todo o turbilhão da semana eu obviamente esqueci-me de grande parte das coisas. Como ele realmente insiste para que eu o faça eu vou para o meu quarto depois de uma curta conversa com o mesmo.

Coloco a mochila na cama e busco pelo meu celular lá dentro enquanto tiro os tênis com os próprios pés. Sento-me quando já estou com o celular em mãos e procuro pelo contato de Jena, ela atende quase que imediatamente.

- Oi querida! – ela exclama antes que eu tenha a chance de dizer algo.

- Oi tia Jen, como está? – digo assim que seu grito estridente some.

- Tão bem quanto poderia, e você querida? Como tem lidado com Salem e com tudo o que ouve?

- Faço o que posso, ocasionalmente tenho um sonho esquisito ou dois, nada com o que eu não possa lidar. – um suspiro cansado me escapa – Com as aulas no fim a escola está me mantendo ocupada demais para ficar deprimida.

- Não imagino como tem sido querida, mas espero que saiba que pode contar comigo.

Conversamos por mais alguns momentos e logo ela tem que voltar aos seus afazeres. Desligo e levanto antes de me esticar, tiro a roupa e vou para o banho quente que preciso.

Termino, coloco uma camiseta e me deito a fim de dormir um pouco antes de adiantar alguns deveres já que amanhã vou para casa de Esther. Tenho um sono livre de qualquer sonho e acordo por volta das 16:00, saio da cama depois de um momento e coloco um short. Desço em busca de água e percebo que meu pai está fora como sempre, me sirvo do liquido e bebo antes de tornar a encher e subir com o copo.

Passo o resto do tempo estudando e fazendo meus deveres, meu pai não chega para o jantar então eu preparo uma salada com frango e mando para dentro antes de organizar a bagunça. Volto para o meu quarto e organizo o meu material antes de trocar de roupa, coloco uma calça de pijama e outra blusa qualquer que seja quente o bastante para o frio de abril e em seguida pego o notebook e coloco um filme.

SalemOnde histórias criam vida. Descubra agora