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Duas semanas de treinamento mais tarde eu consigo executar alguns feitiços muito bem, mas Aron não me fez avançar muito. Estou pagando por todo o sedentarismo da minha vida e ele não está considerando me dar uma folga.

Agora mesmo estou sofrendo na sua mão dentro desse maldito armazém. Aqui é o local de treinamento da alcatéia o que me leva a estar sendo uma pamonha na frente de todos os presentes. Eles não parecem gostar muito de mim, mas Aron deixou bem claro que eles não são muito receptivos.

- Lena. – Aron diz com um longo suspiro – Você está deixando sua defesa aberta.

- Vamos tentar o ataque. – quero experimentar um feitiço para confundi-lo e isso é uma ótima oportunidade.

Ele concorda e ambos nos colocamos em posição, ele me analisa e sei que já achou o meu erro. Recito as palavras bem baixinhas com um sorrisinho no rosto vendo a cara confusa dele e vou para cima acertando um chute na sua lateral.

Ele volta e me encara enquanto eu sorrio abertamente. Acho que a tática de usar magia com luta é uma muito boa para mim.

- Você usou um feitiço em mim?! – ele finge indignação, mas posso sentir o orgulho pelo laço e meu sorriso cresce ainda mais.

Saímos os dois do ringue e vamos aos vestiários nos trocar. Já passa das sete da noite e estou exausta, preciso de um banho e da minha cama o mais rápido possível.

Quando saio do vestiário Aron já espera por mim, está com uma calça preta e uma blusa branca. A visão dele me causa arrepios, é muito injusto alguém ser tão bonito assim e muito chato ter essa vontade de tocá-lo a cada vez que meus olhos o encontram.

Temos dado bem certo, mais certo do que eu imaginei. Aron é muito gentil comigo e costuma me entender muito bem, ele é bem frio com todos, mas acredito que ele é bem caloroso comigo.

Chegamos a sua casa vinte minutos depois e a expressão dele muda quando coloca os olhos em algo que o incomoda, mudo meu olhar dele para frente e encontro um carro estacionado na porta da casa. Um carro desconhecido.

- Quem são? – não consigo resistir e acabo perguntando.

- Meus pais. – diz com o maxilar travado, ele não parece feliz em tê-los ali e, pelo que sei Aron não tem uma boa relação com os pai. O nervosismo me sobe.

Respiro fundo antes de sair do carro, ótimo jeito para encontrar seus pais, estou suada e exausta. Ele caminha na minha frente, muito calado e posso sentir a raiva que ondula dele. Isso vai ser difícil.

A porta é aberta em um solavanco e entramos na sala.

- Pode subir e tomar um banho. – o seu tom de voz me diz que ele está bem irritado e eu suponho que ele não quer que eu veja isso.

Subo as escadas de dois em dois degraus e chego ao meu quarto rapidamente, pego uma tolha e uma roupa confortável, mas não desleixada, antes de ir para o banheiro.

Acho que tomar banho nunca foi tão bom assim. Lavo meu cabelo e tiro todos os vestígios do dia enquanto relaxo em baixo da água quente. Ao terminar me visto e penteio os cabelos, não sei se quero mesmo descer, mas não fazer isso seria uma tremenda falta de educação.

Posso sentir a irritação de Aron daqui e o clima lá não deve estar nada bom, junto toda a minha coragem e dou uma passada rápida no meu quarto antes de ir para as escadas. Ao colocar o pé no primeiro degrau consigo ouvir vozes no andar de baixo.

Desço as escadas bem devagar querendo adiar ao máximo, mas sei que eles já podem me ouvir. Adentro a cozinha segundos depois e encontro um homem e uma mulher que parecem ser muito jovens, a mãe se parece extremamente com Esther, já o pai é uma versão de Aron mais velha. Com exceção dos olhos, esses são de sua mãe.

SalemOnde histórias criam vida. Descubra agora