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Acordei decidida a falar com alguém sobre aquilo, minha tia estava fora de questão, meu pai ainda mais e minha mãe morta. Resolvi que falaria com Esther e Luna, precisava por pra fora antes que explodisse. Mandei uma mensagem para duas e Luna vai passar para nos levar a cafeteria em vinte minutos.

Ao encontra Esther na porta ela percebeu pela minha expressão que algo estava errado, aquela sensação de que havia me quebrado ainda estava ali me assombrando e eu não tentava disfarçar. Não entender o motivo daquilo era frustrante e estava terminando de acabar comigo.

Luna parou na porta uns minutos depois e Esther como sempre sabia sem precisar de uma buzina, eu suspirei enquanto caminhava até o carro e ao sentar no banco de trás retribui o bom dia de Luna desanimadamente. Esther lhe dirigiu um olhar estranho e a outra não fez mais perguntas sobre aquilo. O caminho até a cafeteria foi silencioso e ao adentrarmos o pequeno local fomos até a atendente.

Pedi um cappuccino e um pão na chapa e caminhei até uma mesa para esperar.

As meninas se sentaram ali em silêncio, estavam esperando que eu falasse. Luna não sabia de nada, mas eu abaixei a cabeça e comecei sem me importar com esse fato.

- Resolvi falar com ele ontem, estava disposta escutar e quando parei na porta dele ouvi gemidos e ele estava trepando com alguém. – eu suspirei e me segurei para não chorar e não entender me deu raiva – Para piorar fiquei triste, inexplicavelmente triste e arrasada e não sei nem mesmo o porque.

- Era lá que Laura estava. – Luna disse baixinho, mas eu escutei e levantei a cabeça para ela e depois vi o olhar feio que Esther lhe deu.

- Aquele cretino.

A moça chegou antes que eu pudesse falar mais alguma coisa sobre aquilo. Os pedidos foram colocados a nossa frente e quando ela saiu eu voltei a falar.

- Eu estava tão contente, passei a manhã fora e a tarde consegui fazer o que me foi dito e até mais. – eu suspirei – Mas eu ouvi aquilo, e eu chorei por algo que eu não entendo e me senti quebrada e frustrada e com ódio.

- Você tem o direito de se sentir assim. – Luna disse. Claro que ela saberia de algo que eu não.

- Eu odeio não entender e eu quero bater nele porque eu já deveria estar informada. – tomei um gole do meu cappuccino.

- Eu sinto muito Le. Vou bater nele por você e se me permite um conselho... – eu precisava de um, queria um de mamãe, mas aqueles desgraçados assassinos a tiraram de mim – Acho que deve falar com ele, só ele vai poder lhe dizer o que precisa e vai se livrar do peso de estar as cegas.

- Provavelmente nem quer olhar na cara dele, mas seria bom saber onde está metida. – completou Luna,

- Deixa eu adivinhar, nenhuma de vocês vai me contar. – merda, merda, merda!

- Ele pediu para não fazermos isso.

- Desgraçado! – raiva,

Comi meu pãozinho depois daquilo, eu não poderia falar mais ou perderia o controle que estava tendo e as coisas escapariam de mim. A conversa ganhou um tom mais leve no entanto, Luna contou sobre Ryder e a família – deixando a irmã de fora claro – e depois Esther resmungou vagamente sobre os pais e quando terminamos Luna nos levou para casa.

Subi para o meu quarto e deitei na cama, a tristeza ainda estava lá, mas eu resolvi testar meu escudo antes de tia Jen chegar. Eu o levantei, uma parede adamantina alta, e depois levantei mais uma e chequei seu comprimento.

Mantive a parede erguida e por incrível que pareça não era tão cansativo, ainda exigia esforço, mas não me derrubava. Jena se esforçou para passar por ela, mas foi inútil, ela causou danos, mas não conseguiu passar e sorriu orgulhosa de mim.

Percebi que aceitar meus poderes era a causa de não me sentir exausta e ser boa naquilo era um incentivo para continuar a tentar. Levantei pequenos objetos depois disso, mas resolvi deixar os grandes para depois. Passei a tarde naquilo e Jena resolve que me daria o dia de amanhã de folga.

Ao voltar para casa eu estava de bom humor e agora decidida a ignorar qualquer sinal de Aron. Chegando no segundo andar eu pude perceber a voz alta de Esther, deveria estar brigando com o irmão, não era algo incomum então não me atentei a conversa. Fui até meu quarto e separei um pijama antes de ir para o banheiro do corredor e tomar um banho quentinho.

Estava muito satisfeita com meu progresso e aquilo estava me distraindo da tristeza que senti ontem. É tão infernal não saber o motivo de me sentir assim, será que é alguma coisa relacionada a natureza? Ajudaria saber onde Aron se encaixa na natureza, mas eu nunca sei de nada.

Depois do meu banho eu me aconcheguei em minha cama e comecei um livro te fantasia que havia comprado. Muito embora minha vida tenha se tornado uma dessas historias, eu não precisava pensar nela agora, eu precisava de distração.

Esther veio me chamar pra ver um filme por volta das nove da noite e como eu ainda não estava com um pingo de sono eu fui. Enquanto preparávamos a pipoca eu notei que Esther estava tensa e parecendo irritada. Eu perguntaria o motivo daquilo, mas resolvi não perguntar nada, se ela quisesse me contar ela falaria e eu esperaria.

Resolvemos assistir a um documentário sobre um serial killer. Eu que resolvi aquilo depois de uma discussão sobre o que ver, não achamos nenhum filme, mas queríamos ver e eu escolhi. Adoro ver essas coisas, antes de estar presa a essa mundo eu queria cursar psiquiatria, queria estudar a mente e a de um psicopata era a mais esquisita e a que deveria ser mais estudada.

Assistimos a um episodio de cinquenta minutos da série sobre o Ted Bundy e eu resolvi que já estava com sono. Subi para o meu quarto e fechei a cortina, me aconcheguei na cama e suspirei antes de fechar os olhos e depois contar até finalmente pegar no sono.

 Subi para o meu quarto e fechei a cortina, me aconcheguei na cama e suspirei antes de fechar os olhos e depois contar até finalmente pegar no sono

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SalemWhere stories live. Discover now