Salem

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Paro de chorar meia hora mais tarde e saio da cama. Aron me acompanha até meu quarto e mudo de roupa, colocando uma calça jeans e uma camiseta antes de prender meu cabelo e sair.

Ele vai me levar para discutir o que será feito com relação à Luna e pretende organizar a busca do meu pai. Aparentemente seus lobos querem mesmo chegar aos caçadores graças às invasões ao território e ao conflito que tiveram com um deles e vão ficar felizes se puderem atacar.

Aqueles desgraçados sequestraram o meu pai, sua família e, eu não faço ideia do que eles pretendem. Estou muito assustada com a situação, poderia voltar para o quarto e chorar, pelo o resto do dia e todos os seguintes, mas tenho que fazer algo sobre isso.

Esther está esperando na sala, Aron pediu para que ela se arrumasse, pois sairíamos. Ao me ver, ela vem ao meu encontro e me abraça, mas eu não fico muito tempo ali para evitar entrar em outra crise de choro.

Entramos no carro de Aron e fazemos o caminho, para o outro lado da cidade, território da alcatéia. Nunca tinha ido para esse lado, mas ele era muito bonito e organizado. No que eu deduzir ser a área central estava uma enorme casa. O carro parou na porta e Aron respirou fundo antes de sair, eu e Esther fizemos o mesmo.

Caminhamos para o enorme casarão, mas eu não observei nada ao meu redor. Qualquer um que tenha olhos pode ver que eu não estou bem, meu rosto está inchado e vermelho do choro, estou desleixada e visivelmente afetada.

Elena nos recebe na porta, e ao me ver a pena percorre seu rosto. Não é isso que eu quero, mas o meu estado não evoca qualquer outro sentimento. Ela me abraça e entramos nos dirigindo diretamente para a sala de jantar.

Aron segura minha mão e tenho certeza que sou a ancora para as lembranças que aquele lugar evoca. Sou uma bagunça de medo e aflição, mas sou capaz de perceber seu desconforto. Ao entramos no ambiente, Jonh Cage já nos espera, sentado na ponta da mesa, completamente imponente. Aron agarra minha mão ainda mais e eu acaricio a sua com meu dedo.

Nos sentamos e eu suspiro, Aron está ao meu lado e sua mãe e irmã na nossa frente.

- E então, a que devo sua visita? – pergunta friamente ao filho.

- Descobri que fui traído. Como você já sabe, alguém entregou a informação aos caçadores e temos apenas uma opção para isso. Gostaria de discutir o que será feito a essa pessoa e também as buscas ao pai de Lena. – o atual alfa escuta tudo com muita atenção – Nosso território foi violado e aposto que alguns ficarão satisfeitos em atacar, oferecemos a chance disso recebendo em troca as buscas.

- Isso é razoável. – Jonh cruza os braços – Mas, quem te traiu?

- Laura.

- Deixe-me adivinhar, a menina te queria, mas você é dela. – diz apontando para mim. Seu olhar preso em meus olhos, que devolvo abertamente, ele não parece ir com minha cara e eu com certeza não vou com a sua.

- Sim. A entregou por vingança. Colocou a vida dela e, portanto, a minha em risco. Fora o pai e a tia de Lena. – a menção ao meu pai faz meu estômago revirar.

- Podemos desertá-la ou mandá-la para o Canadá sem chances de volta, lá ela ainda estaria na alcatéia, mas no meio do nada. – Aron parece pensar um pouco, mas logo toma sua decisão.

- Não quero mais vê-la e Lena ainda menos. Ela tem que ficar longe e se virar um ômega poderá ficar onde quiser. – suspirei olhando para minhas mãos – Mande-a para o Canadá.

- Entrarei em contato com ela e sua família ainda hoje. – ele se levantou – Quanto às buscas isso será arranjado, em três dias podemos começar.