Uma semana turbulenta se passa, o humor em casa estava tenso e meu pai estranhamente preocupado com cada passo meu, mas fora a pressão da escola e a situação em casa eu pela primeira vez podia falar que tinha amigos em algum lugar.Na segunda-feira seguinte tive uma surpresa ao entrar em casa depois da escola, a voz alta e alegre de minha tia encheu meus ouvidos e eu a encontrei sentada no sofá. Levantando-se rapidamente ela veio até mim e atirou seus braços em minha direção antes de me apertar.
Retribui seu abraço sem jeito e quando me afastei vi seu rosto, seus olhos, as lembranças me consumiram. Aqueles eram copias fieis dos olhos de minha mãe, o rosto lembrava completamente o da pessoa que eu mais amei.
Fiz o que pude para espantar as lágrimas que eu senti banhar meus olhos e então forcei um sorriso em minha boca.
- Oi tia Jen. – tive um vislumbre de meu pai parado atrás dela e percebi o motivo da visita.
- Oi querida. – tornou a me abraçar.
Conversamos na sala antes que eu subisse alegando ter deveres, o assunto dos sonhos que tenho veio e ao ouvir a voz de tia Jen bem ali percebi que poderia ser ela me mandando correr e também me impedindo do meu objetivo ali. Minha expressão ficou distorcida naquele momento, por isso ela aliviou o assunto perguntando da escola e outras coisas tolas.
Sabiamos que eu não queria tia Jen, eu queria minha mãe e, embora eu amasse muito minha tia a sua presença no momento só estava me trazendo lembranças que um dia foram alegres, mas agora eram apenas um passado distante e doloroso.
Tomei um banho em busca de lavar a mente, funcionou já que depois eu afundei minha cara em tarefas e depois em um romance que me manteve plenamente ocupada. Ocasionalmente eu tive que descer, mas o jantar foi tão tranquilo quanto poderia ser. Meu pai falou o mínimo possível enquanto tia Jen me enchia de perguntas nada discretas sobre minhas companhias e os pequenos incidentes com janelas se quebrando e o sonho constante. A preocupação ali era palpável.
Naquela noite eu dormi mal, não por um pesadelo ou algo do tipo, eu estava com raiva e depois estava simplesmente triste. As lágrimas que havia segurado mais cedo me atingiram e só queria minha mãe ali, havia dias em que sua falta constante era brevemente ofuscada por coisas com as quais eu me ocupava, mas sozinha em meu quarto e sem ter o que fazer eu só pude chorar e sentir.
Na quarta eu tomei um café da manhã agradável com a minha tia e me encaminhei para a escola em seguida. Já era final de abril e os preparativos para a formatura começariam mês que vem, as meninas estavam extremamente animadas com isso, eu nem tanto.
Estacionei no mesmo lugar de sempre e saí para o frio de abril, meu jeans preto combinava com meu coturno e meu moletom da mesma cor. Meu cabelo estava solto e caia livremente por meus ombros enquanto eu caminhava para a escola.
Encontrei Esther e Luna me esperando na frente do armário, aquilo foi uma surpresa já que geralmente eu ficava ali esperando por elas. As roupas das duas eram um tanto quanto escassas a julgar pelo o clima da região, aqui chovia em boa quantidade e, embora abril não fosse o período mais frio, ainda exigia mais que um vestido em dias como este, e era exatamente isso que Esther usava.
- Bom dia! O clima não as afeta ou vocês gostam de sentir o vento frio nas pernas? – Luna também usava um vestido.
- Engraçadinha como apenas você é. – respondeu Luna enquanto eu abria minha porta e pegava minhas coisas.
- Temos uma festa para ir no sábado, – anunciou Esther – e você vai com a gente.
- Nem pensar. – foi a resposta imediata.
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Salem
WerewolfLena nasceu em Salem, mas depois que seus pais se separaram passou a ir de cidade para cidade com sua mãe. No entanto, após um trágico acidente, ela se vê obrigada a voltar para o lugar no qual nasceu. Sem dúvidas é um lugar que abriga uma historia...