Repetition

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Isabella, Jacob, Anna e Triz passavam bastante tempo juntos. A castanha estava melhorando na moto, o que significava menos curativos para preocupar Charlie, mas também que a voz em sua cabeça começara a sumir, até que ela não a ouviu mais. E então todo o seu plano de meter-se em perigo desnecessariamente foi por água abaixo.

- Vocês tem planos para mais tarde?- Bella perguntou, esperançosa. Era sexta-feira e ela havia combinado de ir ao cinema com Jacob, Quill e seus amigos da escola.

- Nem vem, me recuso a ir ao cinema com Jessica de novo. Não sei como você aguenta, Bella.- Triz falou, terminando o seu café.

- E você, Anna? O filme vai ser de ação, você sabe... Sangue, tripas, tiros. Tudo que você gosta.- a castanha parecia uma vendedora tentando vender seu produto apenas com a lábia. Anna riu.

- Eu adoraria, faz tempo que não vejo sangue e tripas. - zombou.- Mas estou cansada, Bells. Não parei por um minuto essa semana. Então, aproveite bem a noite de hoje com o Jacob, porque amanhã você tem que treinar. Não vai escapar de mim, mocinha.

- Justo agora que minhas pernas pararam de doer.- murmurou, brincalhona. Anna atirou uma fatia de pão na prima, expulsando ela e a irmã de casa e rapidamente as duas mais novas rumaram para a escola.

A Major passou o dia na residência dos Swan's. Arrumou seu quarto, comeu, leu um livro atirada no sofá enquanto descansava o seu corpo exausto; ela realmente estava cansada. Sua rotina estava uma loucura. Passava as manhãs treinando, depois do almoço ia para Port Angeles ajudar Maze na loja – que estava fazendo sucesso, diga-se de passagem – e perto das cinco horas ia para a delegacia ajudar Charlie, tudo para que seu tio não ficasse trabalhando até tarde da noite. Forks era uma cidade pequena, raramente acontecia algo mais grave do que adolescentes fazendo barulho ou algum animal de grande porte andando pela floresta e sendo visto pelas pessoas que fazem trilhas na região. De fato o xerife levava o seu trabalho a sério e estava sempre à postos para qualquer imprevisto, mas ele se esforçava demais para passar a tarde apenas checando multas de trânsito. Portanto, o descanso dela era merecido. A mais de duas semanas que Anna não tirava um tempo para si mesma. Aproveitou a folga para fazer as unhas, hidratar a pele e  massagear os músculos doloridos dado a quantidade incessante de exercícios que fizera. 

Em um rápido lapso de pensamentos, ela até cogitou a ideia de ligar o rádio ou cantarolar alguma canção qualquer, mas não o fez. Isso foi outra coisa que Jasper levou consigo quando partiu, a música da vida dela. Anna sempre foi uma pessoa muito elétrica, movida pelas ondas sonoras das faixas que mais gostava. Ela amava cantar, fazia isso sempre que estava perto do loiro e muitas vezes ele a acompanhava com sua voz aveludada e angelical. Mas assim que ela lhe deu as costas na mansão dos Cullen, algo se partiu dentro dela e desde então, nenhuma nota saiu de sua boca. Afinal, Anna não tinha nada à dizer. Mesmo tendo se passado cinco, quase seis meses, a ficha ainda não tinha caído. Ela levava a vida da maneira mais monótona e programada possível. Sentia-se um robô na maioria das vezes, a pesar de disfarçar muito bem. Acordava, comia, malhava, tomava banho, ia para a loja de Maze, ia para a delegacia, chegava em casa e seu destino era o banho novamente, jantar e cama. Para então, no dia seguinte, tudo ser repetido. As exceções eram nos finais de semana, quando ficava com a irmã, a prima e Jake, esses eram seus poucos momentos de felicidade verdadeira. É, sua ficha realmente não tinha caído. Isso porque ela recusava-se a pensar em Jasper, mesmo que às vezes se pegasse chorando sem motivos, além da dor que sentia em seu coração quebrado. Mas um dia... um dia a ficha irá cair, a questão é se ela conseguirá levantar-se depois.

[...]

- Anna, como você está?

A caçula estava preocupada, havia trocado apenas algumas palavras com Anna desde que chegara da escola. Sabia que ela ainda estava magoada, conhecia a irmã melhor do que ninguém e mesmo que a Major enganasse a todos, não a enganava.

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