After the storm comes the calm

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Luz.

Clara e forte.

Foi a primeira coisa que Anna viu ao abrir os olhos. Sua cabeça estava uma confusão, as memórias embaralhadas, os gritos e soluços daquela noite eram ensurdecedores em seus ouvidos e a luz... Ah, a luz... Era difícil dizer se era o tal "fim do túnel" ou se ela ainda estava estirada no meio fio e aquele clarão branco era a lua. Mas não, nenhuma das alternativas anteriores. Aos poucos ela foi recobrando a consciência e a audição, podendo ouvir um bip controlado. Estava em um hospital e sem perceber, suspirou aliviada. Estava viva. Lembrou-se de ter atirado em, talvez, quatro homens, imobilizado um e  matado López com suas próprias mãos. Talvez todos estivessem mortos  no fim das contas e não conseguiu deixar de sentir-se culpada. 

Ela ria enquanto atirava devido as bobagens que falava com Thomas e não percebeu que pudesse estar ceifando várias vidas. Apenas uma lhe importava e não lhe causava arrependimento, mas as outras... Ela tinha consciência de que aquilo era um confronto armado e de que precisava defender-se. Foi legítima defesa, não? E eles eram criminosos, não eram?  Mesmo assim, não pode evitar sentir-se mal. E então, como um choque de realidade, lembrou-se de Thom ensanguentado e quase sem vida em seus braços. Se seu amigo não estivesse vivo nada daquilo teria valido a pena. Seus olhos acabaram por ajustarem-se a claridade e ela pode dar uma olhada geral no quarto. Estava sozinha e presa a cama com amarras de couro. Sua vontade era de gritar e soltar-se, mas sentia como se um elefante a estivesse esmagado. Sem forças, ela permitiu-se afundar na escuridão novamente.

[...]

Talvez dias tivessem passado, ou horas, ou apenas minutos, mas quando os olhos da Major voltaram a abrir ela não estava sozinha. Demorou até conseguir focar a visão em Triz, depois em Bella, Jonas e por fim, Nicolas. Uma lágrima solitária caiu de seu olho e então percebeu que não estava mais presa.

- Thom...- disse simplesmente. A voz rouca e completamente irreconhecível.

- Ele está bem, não se preocupe. Estão todos bem.- Nick falou. Ela suspirou aliviada. 

- O que aconteceu?- forçou-se a falar.

- Você levou três tiros e perdeu muito sangue. Consegui levar Thomas até uma ambulância e cuidaram dele imediatamente. Não houve nenhuma baixa do nosso lado graças a você, Major. González foi preso depois de eu ter dado uma surra nele. O López está morto, como você sabe. E a garotinha foi devolvida aos pais.- ele resumiu.

- Vou ser presa?- indagou, desviando os olhos dos quatro.

- Não seja boba, Anna. Você está mais do que livre.- Triz garantiu com um sorriso no rosto.

- Como? Por quê?

Isso não fazia sentido, ela havia matado um homem que não podia, não é? E não lamentava por isso, muito pelo contrário. Todos sabiam de seu passado e provavelmente viram as gravações do uniforme dela, onde Anna falou em alto e bom som que sentiria satisfação em matá-lo.

- Convocaram uma audiência dois dias atrás, mas todos os soldados testemunharam ao seu favor. Você ganhou a causa e o topo das forças armadas terá de pagar uma indenização a você por mandá-la sem permissão de revidar.  Você foi absolvida, é claro. E eu sinto muito, querida. Jamais devia ter concordado com isso, fui um idiota irresponsável.

- Para, Coronel. A única responsável por eu ter ido sou eu mesma. Eu sabia dos riscos e aceitei mesmo assim. Ok?- ele assentiu, contrariado.

- Te deram uma licença já que você vai voltar para Forks, mas quando quiser voltar as portas estarão sempre abertas.

- Eu quero vê-lo.- referiu-se a Thom.

- Mais tarde, Anna. Ele está em casa descansando, recebeu alta ontem.- Triz falou.

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