The Twilight Saga

Reasons

A noite passou arrastando-se e a cada olhada no relógio, parecia que o mesmo não havia mudado. Anna ligava de hora em hora para Seth, afim de lhe tranquilizar e Alice vagava pelas suas visões com tanta concentração que era até surpreendente. De todos na casa, a Major era a mais inquieta. Seu olhar estava desfocado, sem de fato ver o que estava a sua frente. Tal como Alice, ela estava presa em seus próprios pensamentos, mas o sorriso maligno não saiu de seus lábios em momento algum. Ela girava uma caneta – que não fazia ideia de onde arrumou – entre os dedos, enquanto fantasiava as mil e uma maneiras de acabar com a vida de Victoria. Emmett, Rose e Jasper estavam em pé no canto da sala, sussurrando uns para os outros e observando a vampira de longe. Emm tentava dublar os pensamentos dela como Edward faria e apesar da tensão, os gêmeos riam baixinho. Anna nada notou, estava concentrada demais.

- Está na hora - Alice falou por fim, levantando-se da poltrona em que estava e encarando o relógio. Quase quatro horas da madrugada. Jasper continuou com os olhos fixos em Anna, que virou a cabeça imediatamente na direção de Alice, seus olhos vermelhos-sangue faiscaram de excitação. - Ela acabou de tomar a decisão, logo mais estará na floresta. Três minutos, Anna. Seja rápida.

A vidente nem terminou de falar e Anna já estava com o celular na orelha, explicando à Seth o que estava acontecendo. Não levou um minuto. Todos haviam trocado de roupa e usavam preto – exceto Emmett que, aparentemente, era o diferentão e usava branco – da cabeça aos pés, tudo para passarem despercebidos na floresta caso algum humano estivesse presente fazendo trilha. Sim, até naquele horário. Os oito vampiros correram pela mata em alta velocidade, todos seguindo Alice até se reagruparem minutos depois. Ficaram juntos, encarando a floresta escura. Estava quase amanhecendo.

- Tem certeza de que a viu aqui?- Carlisle perguntou à Alice.

- Ela está quase aqui.

Os olhos da vidente saíram de foco novamente por longos minutos e uma sensação familiar tomou conta de Anna. Ela sentiu o velho pressentimento que a acompanhou em boa parte de sua vida humana chegar com tudo, foi como se Emmett acabasse de arremessa-la do outro lado da floresta e ela desse de cara no chão. A sensação foi tão forte que ela cambaleou, sendo segurada imediatamente por Jasper.

- Anna, você está bem?- indagou, preocupado.

Ela não respondeu, alguma coisa estranha a fez ficar em alerta e seu cérebro de repente ficou confuso. Viu coisas distorcidas e que não entravam em foco... não eram visões, apenas seus próprios pensamentos tentando se reagrupar e então, soube o que estava acontecendo. O perigo estava aproximando-se e rapidamente. A Major não tinha ideia de como, mas sabia exatamente onde Victoria estava e antes mesmo de Alice gritar "A sua esquerda", Anna já corria para dentro da floresta. Seguiram todos a mesma direção, Emmett e Anna lado a lado e o restante dos vampiros no encalço. E foi ai que a viram: Victoria.

Sua cabeleira ruiva contrastando com o vede musgo de todas as árvores. A ira tomou conta da Major, tal como a excitação de ver o seu alvo a apenas alguns metros de distância. Emmett, contudo, empenhava-se para alcançar a ruiva antes de qualquer um, não era de se admirar que fosse o mais rápido depois de Edward. Ele alcançou a ruiva e fora arremessado em uma árvore a vários metros de distância, levantou-se e pôs-se a correr novamente, com o dobro de raiva. Anna lembrava-se muito bem da manobra de alto defesa preferida de Victoria: arremessar as pessoas em árvores. Ela mesma já havia provado isso. Apressou o passo, assim como os outros e foi então que a ruiva saltou sobre o rio. Carlisle esticou o braço antes de Anna chegar perto dos Cullen's novamente.

- Esperem, ela está no território deles.

Anna, porém, ignorou o alerta e saltou o rio também. A fúria de uma verdadeira predadora jazia presente em seu rosto e quando o cheiro do primeiro lobo varreu o ar, os Cullen's enrijeceram. Anna caiu em pé sobre uma rocha, a tempo de ver Victoria levantar-se e correr como se sua vida dependesse daquilo.