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"Querido Lupin,
Eu preciso te ver, eu preciso de você.
Se quiser me ver também, estarei no 3 vassouras as 10 horas da noite, hoje.
A.S"
Depois da noite na piscina estou meio que dando um gelo no loiro. Eu precisava de espaço, coisa que eu já não tinha. Ele entendeu, e está me dando mais espaço do que eu gostaria, sinto muita falta dele na minha cama. De seus braços fortes me abraçando, da sua pele me aquecendo, e de sua respiração no meu pescoço.
Mas o que ele falou me deixou muito encabulada. Casar? Logo eu? Logo eu que vou morrer? Esse era o problema. Não o casamento em si, mas o fato de que eu sentia estar traindo ele por não poder contar que eu vou morrer para salvar a todos, em alguns meses, e, e fim.
É mais do que óbvio que Draco é o homem com quem eu teria meus filhos, com quem eu teria uma casa, uma família, uma vida inteira. Mas eu não podia puní-lo dessa forma. Não podia deixá-lo com uma enorme expectativa do futuro, de um futuro que não vai acontecer, e isso sinceramente é o que me deixa mais frustada.
Fora isso, a esse ponto do rolê, eu "ser" uma comensal, já tinha chegado aos ouvidos de grande parte das pessoas. Depois de uma publicação de Rita Skeeter, com a manchete "TEM IDADE MÍNIMA PARA SER COMENSAL? Pelo jeito não, reza a lenda de que Lorde das Trevas cavou um buraco mais embaixo e alistou Draco Malfoy, Amélia Spellman, Gregório Goyle, Vincent Crabbe entre outros". Por isso achei mais que necessário conversar com Lupin, explicá-lo que nada é o que parece.
Então enviei aquela carta. Espero que ele responda.
🌟🖤
Nove e meia vesti uma capa preta e discreta, sem saltos e sem roupa estravagante. Coloquei o capuz sobre meu rosto, eu tinha que ser irreconhecível. A real é que eu deveria ter tomado uma poção polissuco, mas ninguém nessa mansão tinha um rosto 'desconhecido. Ah não ser, ah não ser os elfos domésticos.
- Por favor, por favor, não dói nadinha, só um fiozinho de cabelo.
- Tudo bem senhorita, mas e se me pegarem? E se pegarem a senhorita?
- Eu só preciso encontrar um amigo, ninguém pode me reconhecer, eu pensei que você poderia me ajudar.
- E eu posso senhorita, só não queria morrer.
- Ah não, Milo, não vai morrer, você pode ficar no meu quarto, provando maquiagens, tomando um banho de banheira, se enxendo de goluseimas, o que achar melhor.
- Tudo bem então, senhorita, obrigada.
- Eu que agradeço. - ela me deu um fiozinho de cabelo, e corri preparar a poção.
...
Estranha a sensação. De estar no corpo de outra pessoa. Bom, outro ser. Graças a Merlin Milo aceitou, ela era uma íncrivel elfa, ela tinha ajudado daquela vez. Aparatei para o três vassouras, rezando para que Lupin estivesse lá. E ele estava, olhava para os dois lados preocupado. Ia caminhar em sua direção.
- Como ousa? - gritou uma bruxa qualquer.
- Como ousa o que doida? - esqueci que agora não estava no meu corpo comum, e sim no de Milo. - Eita porra, quero dizer, minha senhora me mandou. - e saí correndo dali. - Lupin - falei aliviada me esticando para subir na cadeira.
- Quem é você? - disse confuso.
- A.S
- A.S? Eu achei que era Amé- interrompi.
- SHHHHHH, sim eu mesma. Tomei polissuco.
- Como posso saber que é você mesma?
- Lua azul em diversos lugares de Hogwarts, satisfeito? - ele assentiu e riu.
- Desculpa mas é engraçado, você como, elfa doméstica.
- Não temos tempo Aluado. Eu precisava te ver. Precisava falar o que eu estou sentindo.
- Abra seu coração. - disse dando um gole na cerveja amanteigada.
- Eu não sou má. É tudo uma farça tudo bem? Eu fiz um pacto com Vold-, com ele e eu preciso estar do seu lado, apoiá-lo em troca ele protege Draco à toda custa. Então, eu li nesse livro - empurrei para ele por cima do balcão, ele me encarou estupefato - e diz que eu vou morrer no confronto final. Vou morrer porque vou quebrar o voto perpétuo. Aí Draco pediu para casar comigo, e fugir com ele, mas eu disse que não podia porque eu não queria dar falsas esperanças para ele, até porque eu vou morrer. E é isso.
- Uau, isso foi, isso é loucura, eu.
- Eu sei, não precisa falar nada, eu não terminei. Fora isso, estou sofrendo bullying la na escola porque eu sou "princesinhe des trevinhes" e já cheguei a apanhar no trem. O que me deixa mais puta ainda, é que eu estou fazendo tudo isso para ajudar eles, aqueles ingratos cuzões, filhos das putas, vadios, desgraçados, já disse cuzões? - ele riu - VOCÊ ESTÁ RINDO? RINDO?
- Desculpa, Am- se travou - É que é muito engraçado uma baixinha nervosa.
- Porra, eu só queria ser levada a sério. - ele voltou a rir - Você está bebado, caralho. Eu vou embora.
Ele não veio atrás de mim.
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