Capítulo 19

714 103 12
                                    

Gizelly não queria levantar. Nunca em toda a sua vida ela quis tanto ficar na cama como queria naquele momento, e a culpa era toda daquela mulher que cheirava a madeira e mel em seus braços. Estavam de conchinha, – que posição maravilhosa. E Gizelly adorava ficar com o rosto enfiado nos cabelos macios de Rafaella, elas se encaixavam tão bem que não havia outra explicação: foram feitas para estarem nos braços uma da outra. E se havia outra explicação, Gizelly não queria saber.

Também não queria acordar aquele anjo que dormia serena em seus braços, a boca levemente aberta – e que boca maravilhosa Rafaella tinha, tão bem desenhada e de tirar o fôlego. Ela inteira parecia ter sido esculpida em pedras preciosas. Gizelly se sentiu muito boba por estar tão apaixonada.

Apesar de precisar trabalhar, o único motivo pelo qual Gizelly conseguia pensar em acordar Rafaella era puramente egoísta – queria ouvir a voz rouca e marcada pelo sono, que era tão doce, e ao mesmo tempo deixava-lhe excitada. Muito. Haveria algo em Rafaella que não mexeria com todos os seus sentidos?

- Buen día.

A resposta era não, Gizelly pensou, sorrindo.

E lá estava aquela voz rouca, doce, sedutora, se espalhava como mel em seus ouvidos e fogo entre suas pernas. Rafaella se aconchegou mais nos braços de Gizelly, quase se escondendo dentro do abraço da morena. Colou seus corpos ainda mais. As manhãs preguiçosas eram as melhores.

- Você acordou tem muito tempo?

- Não.

Rafaella se moveu, e girou na cama até estar de frente para Gizelly, e então enganchou sua perna no quadril da morena, puxando-a mais para perto, até que estivessem respirando o mesmo ar. A mão da morena correu por sua pele.

- Temos mesmo que levantar?

- Temos que trabalhar.

- Você pode dizer que está doente.

Gizelly sorriu.

- Eu?

- Sim. E aí eu teria que ficar aqui cuidando da minha doentinha como a ótima namorada que sou.

- Além de ótima, é pilantra. – Gizelly riu por que Rafaella estava gargalhando e tudo fazia sentido no riso de Rafaella. – E linda pela manhã, mais linda ainda quando ri. – Era sempre bom deixar Rafaella com as bochechas vermelhas. – Agora vamos, senhorita Kalimann.

- Ah não. – Rafaella foi mais rápida do que Gizelly previu e subiu na morena, sentando sobre suas pernas. – Não vamos não, senhorita Bicalho. Eu já decidi.

- Ah, você decidiu?

- Sim. Eu acho um absurdo termos que ir trabalhar quando temos essa cama enorme só para nós.

- Ela vai estar aqui quando voltarmos.

Rafaella ficou sentada sobre Gizelly e segurou as mãos da morena, entrelaçando seus dedos, encarou-a fazendo um biquinho.

- Então quando voltarmos, você vai fazer o jantar.

- E o que eu não faço por você?

- Ah meu deus, que namorada mais romântica eu fui arrumar.

Beijaram-se por que era inevitável.

Depois de um banho quente e todos os beijos do mundo, Gizelly se viu extremamente tentada a jogar Rafaella de volta na cama, ainda mais quando ela estava claramente lhe provocando vestindo uma lingerie sexy demais, preta e rendada. Ela iria morrer de tesão só de imaginar aquilo tudo por baixo da roupa o dia inteiro.

O mar do teu olharDonde viven las historias. Descúbrelo ahora