Capítulo 57

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Gizelly prometeu a si mesma que faria seu primeiro natal com Rafaella ser o mais especial de todos; até porque era um primeiro natal para ela também – nunca havia passado o evento ao lado da pessoa que amava. Comprou uma árvore grande e bonita, manteve escondida de Rafaella, e na véspera de natal, a morena decidiu que era um bom momento para realmente enfeitar a árvore. E mostrar para Rafaella, afinal, a mulher merecia uma noite encantadora.

Acordou na manhã de segunda, que também era uma das folgas da noiva – a mulher teria até o três de janeiro para relaxar em casa – e buscou a caixa de enfeites de natal que ficava no quarto dos fundos de seu apartamento, mal conseguia se lembrar do que tinha lá dentro, até abrir a caixa e fuçar tudo. Bolas, luzes coloridas, anjos de vidro, tudo o que tinham direito. A árvore ficaria um espetáculo, e Gizelly só conseguia lembrar-se da voz de Rafaella lhe dizendo eu nem me lembro de como era enfeitar uma árvore de natal, já faz tanto tempo. Ela queria que Rafaella se lembrasse de tudo.

E fosse feliz.

Por isso, e porque amava aquela mulher incondicionalmente, havia preparado uma surpresa para ela. Enquanto ela dormia tranquilamente na cama, Gizelly arrumou a árvore na sala, ao lado do sofá e de frente para a janela. Rafaella acordaria e veria os dois metros de árvore prontos para serem enfeitados e Gizelly morreria de amor ao vê-la tão feliz. Já tinha tudo esquematizado em sua mente, e tinha certeza de que nada poderia dar errado. 

Com isso em mente, a morena se esgueirou até seu quarto para acordar a mulher sonolenta e nua em sua cama. Era quase uma missão impossível ter forças para sair de perto dela na cama, ainda mais quando ela estava tão convidativa, abraçando o travesseiro e com aquela bunda empinada. Mas Gizelly conseguiu se conter o suficiente, para apenas ficar deitada por cima dela, sem encostar seus corpos, e beijar-lhe o rosto repetidas vezes – com todo o carinho do mundo.

- Ei dorminhoca, você precisa acordar.

Rafaella resmungou algo que Gizelly não conseguiu identificar o que era. Continuou beijando-lhe o rosto e falando em seu ouvido com a voz rouca:

- Se você não levantar, vai ficar sem sua surpresa.

- Minha surpresa é você estar vestida e não me agarrando nesta cama. Aliás, porque você está vestida?

Apesar de conseguir entender todas as palavras, era claro que a voz de Rafaella estava rouca e marcada pelo sono, ela falava um pouco embolada e mole – como se estivesse embriagada. Gizelly sempre achava aquilo adorável. Roçou seu nariz na lateral do rosto de Rafaella.

- Eu tive que me vestir para arrumar sua surpresa, e também para conseguir sair dessa cama sem te agarrar.

- Não gosto disso.

- Do que?

- Prefiro você nua e me agarrando.

A risada de Gizelly ecoou nos ouvidos de Rafaella.

- Isso é porque você é uma tarada.

Gizelly não esperava que Rafaella fosse se mover tão rápido, mas ela foi derrubada na cama e então viu aquelas longas pernas cobrirem seu corpo. Rafaella sentou em seu colo e sorriu para ela, jogando os longos cabelos por trás dos ombros.

- Você me fez uma tarada.

- Eu? – A morena perguntou quando Rafaella segurou suas mãos, entrelaçando seus dedos. – Eu não fiz nada.

Rafaella se inclinou na direção de Gizelly, colocando suas mãos acima da cabeça dela. Estavam tão próximas que bastava um centímetro para que Rafaella capturasse a boca da morena.

- Você existe, isso já é o suficiente.

Gizelly não conseguia parar de sorrir.

- Para te deixar tarada?

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