Capítulo 31

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Rafaella não sabia o quanto estava desesperada por um banho quente, até estar cercada pela fumaça, com a água escorrendo por sua pele... E Gizelly lhe observando. Enquanto a água lambia sua pele, Gizelly a esquentava mais ainda com aquele olhar intenso. Isso por que a morena estava encostada na parede, do outro lado do box. E Rafaella sentia como se ela estivesse em todo o lugar, por todo o seu corpo.

Molhou os cabelos, sentindo o arrepio de sua pele fria em contato com a água pelando. E fechou os olhos, relaxando tanto quanto era possível, sentiu-se até um pouco mole. E entre seus devaneios sobre a felicidade, sentiu toda a felicidade do mundo tocando sua pele com delicadeza.

Os dedos de Gizelly se espalharam por seus braços, subindo e descendo, escorregadios por causa do sabonete cheiroso. Rafaella sentiu as pernas perderem a força. O toque de Gizelly lhe abalava completamente.

- Eu quem deveria estar fazendo isso. – Rafaella murmurou, sem conseguir abrir os olhos.

Gizelly subiu os dedos pelos braços de Rafaella, até chegar nos seus ombros, espalhando sabão e espuma por onde passava; a mulher em sua frente se encostou à parede, apoiando-se para não cair, e suspirou, longamente. Gizelly aceitou o incentivo.

- Queria que estivéssemos na nossa banheira.

- Eu também... – A voz de Rafaella saiu falha.

Massageando os ombros de Rafaella, Gizelly se aproximou mais, até que seus corpos estivessem colados. E então ela falou à beira do ouvido da mulher:

- Pelo menos você estaria no meu colo.

Rafaella se arrepiou inteira, da cabeça aos pés.

- Não que estarmos em um chuveiro me impeça de estar em seu colo...

Gizelly riu, e Rafaella sentiu aquela risada em seu ventre.

- Nada impede de você estar no meu colo, amor.

Como era possível que qualquer coisa que saísse da boca daquela mulher fosse sensual? Rafaella se perguntou. Teria arranhado o ladrilho das paredes do box se tivesse unhas grandes, mas apenas apertou os dedos contra a porcelana fria. Gizelly a deixava completamente mole.

E aquelas mãos massageando suas costas, bem aonde ela queria, subindo até sua nuca, parando nos ombros. Mas nunca parando de toca-la. E ela nunca queria que Gizelly parasse, só precisava de mais e mais dela. Arrepiou-se por inteira quando Gizelly subiu os dedos até sua nuca e puxou um pouco seus cabelos, fazendo sua cabeça pender para trás. E então ela ganhou um beijo na bochecha.

Abençoada fosse a pouca diferença de altura entre elas, que facilitava suas vidas. Rafaella sentia o corpo mais quente do que a água que saía do chuveiro; e as pernas mais moles do que gelatina derretida.

- Já te falaram que você tem mãos incríveis? – Rafaella perguntou quando as mãos de Gizelly desceram de seus ombros, por suas costas, quase nas costelas. – Meu deus... – Ela mais gemeu do que murmurou.

- Acho que não. – Gizelly comentou, despretensiosamente.

- Ainda bem. Só eu posso dizer isso. – Rafaella murmurou. Gizelly apertou sua cintura, da mesma forma que fazia quando estavam juntas durante o sexo; com firmeza, e puxou-a de encontro ao seu corpo, Rafaella gemeu. – Pelo amor de Deus...

- A opinião de mais ninguém me importa. Só a sua. – Gizelly murmurou, suas mãos se perderam na cintura de Rafaella apenas por instantes. E então voltaram a massagear o corpo da mulher.

Subiram, desceram, se espalharam; Rafaella sentia as mãos de Gizelly por todo o lugar, cada milímetro de seu corpo, até seus pés. E ficou tão emocionada que poderia chorar. Havia feito a mulher passar por um inferno, e lá estava ela lhe dando todo o amor e carinho, como se ela não fosse quem tivesse fugido.

O mar do teu olharWhere stories live. Discover now