Capítulo 37

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Nenhuma mensagem.

Dois dias.

Gizelly estava morrendo de saudades. Rafaella andava tão ocupada sendo uma modelo incrível, e ela não queria atrapalhar sendo uma namorada ciumenta... Noiva ciumenta. Qualquer coisa ciumenta. E não que estivesse com ciúmes de alguma coisa, só estava com saudade e querendo falar com ela. Mas o sinal era péssimo; ela só sabia que a noiva estava viva porque tinham conseguido se falar uma vez. Duas vezes.

Não era o suficiente.

Ficar sem noticias de Rafaella era agoniante demais.

Mas ela estava segura, com amigos, fazendo o que mais amava; era isso o que importava. E Gizelly estava feliz por ela. E mais feliz ainda por ela também poder fazer uma das coisas que mais amava. Com Rafaella longe, ela poderia ir ao Nero sem se preocupar em chegar arrebentada em casa e encontrar a noiva desesperada. Porém, ao mesmo tempo... Ela queria encontrar Rafaella em casa. O quanto antes.

No caminho para o Nero, ela ficou pensativa sobre seu relacionamento, de um jeito muito bom, gostava de como as coisas estavam acontecendo e de como tudo se encaixava muito melhor com Rafaella. Era curioso amar alguém, de verdade, pela primeira vez. Ela não achou que reagiria bem à situação.

Ela achou que amar de verdade dava medo.

Mas seu amor por Rafaella só a deixava ainda mais forte.

Entrou no Nero pronta para descobrir a novidade da noite, Eusébio e Caon estavam lá, como sempre, sorridentes e de mãos dadas. Um verdadeiro casal, muito fofo. Ela adorava ver os dois juntos, ainda mais naquele ambiente tão machista e tóxico. Era bom ver que as pessoas respeitavam; como ela queria que fosse seu relacionamento.

- Finalmente, a sumida resolveu aparecer.

- Oi Eusébio.

- Como estão as coisas no paraíso?

- Tudo lindo e maravilhoso, como sempre.

- E sua donzela?

- Está viajando.

- E você fugiu para nós.

- Algo assim. – Ela comentou com uma risadinha. – O que temos para hoje?

- Alex está com um novato, acabando com ele. E você... Temos uma novidade

- Qual?

- Desafiante.

- Mais um, meu deus.

- Uma.

- Uma mulher? Essa é nova.

- Parece que ela ouviu falar de você, e quis vir. Está valendo um bolão.

Ela arqueou uma das sobrancelhas.

- Sério?

- Sim.

- Deve ser boa, então.

- Ela parece um pouco perdida. Mas está, definitivamente, chamando a atenção dos caras.

- Claro... Uma mulher.

- Com muita pouca roupa.

Gizelly não soube o que responder.

No mar de testosterona, ela abriu espaço para ver Alex, um dos homens mais conhecidos de lá, acertando uma voadora no rosto de seu desafiante, foi tão em cheio que o homem só caiu no chão e ficou por lá. Ela observou enquanto ele recebia o dinheiro. E em questão de instantes era sua vez.

Respirou fundo.

Cumprimentou vários dos homens que estavam ali antes de entrar no meio da roda, o tatame estava lá, o que não era muito comum, mas ela não era ninguém para reclamar. Sua desafiante entrou pelo outro lado, amarrando os cabelos escuros em um rabo de cavalo de qualquer maneira. Ela encarou a desafiante, sorrindo.

O mar do teu olharWhere stories live. Discover now