Capítulo 30

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Nunca mais queria se afastar de Gizelly, Rafaella pensou enquanto caía na cama com ela. A morena cobriu seu corpo com o dela, quente, macio, coberto demais. Os lábios não se davam uma trégua, buscavam-se avidamente como se fizesse anos que não se encontravam. Ela não queria soltar Gizelly. Nunca mais. E que delicia saber que não precisava soltar; que bastava segurar a morena cada vez mais perto que a reciprocidade daria conta do resto. E como Gizelly era recíproca.

- Eu te amo. – Ela murmurou contra os lábios macios. – Eu te amo, eu te amo... Eu te amo tanto, meu amor.

Era tudo o que Rafaella conseguia dizer enquanto Gizelly espalhava beijos molhados de lágrimas em seu rosto. Agarrou-a com tudo o que podia, sentindo cada pedaço de seu corpo sendo preenchido por ela.

- Me perdoa, meu amor.

- Você nunca precisa me pedir perdão. – Gizelly ofegou contra os lábios de Rafaella. Mal conseguia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. – Esqueça isso.

- Preciso. – Ela disse com pesar, mas Gizelly começava a beijar seu pescoço, e todo o seu raciocínio estava indo embora de uma vez. – Eu te abandonei. Eu fui fraca. Fiz você vir até aqui.

Gizelly se afastou do pescoço da amada apenas para encarar aqueles olhos oceânicos. Como sentia falta do brilho deles.

- Eu atravessaria o inferno atrás de você, Rafaella.

- Pare de dizer essas coisas. – Ela disse em um muxoxo. – Não é justo. Ainda mais quando te deixei assim...

- Você me deixou apaixonada por você, é tudo o que importa.

Acariciou o rosto de Gizelly com os dedos longos, e encostou seu nariz no dela. Seu coração explodia de felicidade no peito. Como era bom sentir a pele dela contra a sua, seu sorriso contra sua pele, e o cheiro dela. Pareciam tantos anos, mas faziam apenas algumas horas. E agora estava ali... Feliz como nunca.

- Chega de fugir de mim, Rafaella Kalimann. – Gizelly disse com um sorrisinho, a felicidade não lhe cabia no peito. – Vamos para casa, por favor.

- Vamos. Vamos para a nossa casa. – Ela murmurou, e então abraçou Gizelly tão forte que a morena deitou o rosto em seu pescoço. – Eu amo você.

- E eu amo você.

A exaustão emocional da conversa, porém, não deixou com que elas levantassem da cama, muito menos se movessem da posição confortável em que estavam. E de fato elas não queriam sair, mas aquela cama era desconfortável demais e o quarto tinha um cheiro ruim. Rafaella merecia muito mais, Gizelly pensou. Mas como sair daquele conforto naquele momento? Não queria. Queria morar nos braços de Rafaella. Portanto, ficou ali, tanto quanto era possível; se foram horas, segundos ou dias, ela não saberia; Rafaella acariciava seus cabelos, o cheiro dela estava em toda parte e ela nunca havia sido tão feliz.

Mas a cama rangia, o cheiro de mofo estava ali. Aquilo era demais, mais do que ela podia suportar.

- Eu vou te tirar daqui.

- Eu sinceramente não quero sair daqui.

- Desse quarto, que eu digo, não dos meus braços.

- Ah é?

- Sim. – E então Gizelly levantou de uma vez, Rafaella sentiu falta do calor, e encarou a morena. – Vamos embora, eu não aguento mais um minuto neste quarto horrível.

- Eu paguei duas noites.

- Não me importa.

- Você precisa parar com isso.

O mar do teu olharWhere stories live. Discover now