Capítulo 33

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Tudo começou com um beijo.

Doce, suave, como vinho tinto. E terminou em duas taças que elas dividiam; Gizelly levou a taça de vinho até a boca de Rafaella, apreciando a forma como ela engolia o líquido de forma torturante. Sorriram uma para a outra, de frente para a janela, de frente para o mar, com o vento lambendo-lhes os cabelos.

Rafaella sentiu o arrepio lhe percorrendo o corpo inteiro, e não tinha nada a ver com o frio da noite que fazia do lado de fora; era tudo culpa do olhar de Gizelly; como ela parecia devorar-lhe pedaço por pedaço. E como ela queria ser ainda mais devorada.

Cada gole de vinho lhe dava mais certeza de que queria ser devorada pela noiva. Como era deliciosa a sensação de não precisar ser tocada e ainda assim... Morrer de desejo por Gizelly.

- O vinho está bom?

Até nas perguntas mais simples aquela morena parecia um poço de sensualidade, Rafaella pensou. Tomou mais um gole, quase como se estivesse tomando coragem. E então deixou a taça em cima do móvel perto da janela. Gizelly a encarava, apreciando a visão. Respirou fundo.

Sabia o que iria acontecer.

Gizelly deixou sua taça de vinho junto com a de Rafaella, e seus corpos se encontraram contra o móvel; a dona dos olhos de esmeraldas sentiu a respiração da noiva em sua nuca e amoleceu. As pernas tremeram de tal forma, que Gizelly precisou segurá-la pela cintura com firmeza. E riu em seu ouvido.

Rafaella achou que morreria de tesão ali mesmo.

Gizelly nunca conseguia tocar apenas um lugar do corpo de Rafaella, parecia nunca ser o suficiente; e por isso, seus dedos se arrastavam na cintura da mulher, coberta apenas pela camiseta. Também por isso, a camiseta foi subindo, milímetro por milímetro, causando um suspiro para lá de sensual em Rafaella.

Não tinham o suficiente uma da outra.

Nunca.

Quando os dedos de Gizelly encontraram a pele de Rafaella por dentro da camiseta, a mulher não teve outra escolha, virou de frente para a morena e atacou seus lábios. Precisava dela. Dela por inteira. Das mãos, toques, beijos, e tudo o que tinha direito.

Sentiu o móvel balançar em suas costas, quando Gizelly pressionou seus corpos. Não largou seus lábios, também nunca poderia; o beijo era a melhor parte. Agarrou-se à noiva, sentindo uma das mãos firmes tateando sua coxa. Não teve outra escolha: sua coxa se ergueu ao quadril de Gizelly.

Encaixaram-se.

As taças de vinho tremeram sobre o móvel.

À medida que o beijo ganhava mais intensidade, o fôlego ia embora de cada uma; respiravam-se, apertavam-se. A mão de Gizelly deslizou firme pela coxa de Rafaella, e a corrente elétrica lhe açoitou o corpo todo. Ela estremeceu nos braços da morena. Sua morena.

Impulsionada por todo o desejo que sentia Gizelly fez com que Rafaella ficasse de costas, novamente, encostada ao móvel perto da janela. Terminou de tirar a blusa dela, com toda a lentidão que podia, apreciando cada milímetro da pele branquinha ao seu dispor; e enquanto seus dedos se esgueiravam pelas costas de Rafaella, Gizelly sorriu com o contraste entre sua mão e o ombro dela. O mar de pintinhas clarinhas se espalhavam por boa parte de suas costas, como marcas d'água, e do resto do corpo da mulher também. Rafaella era um banquete.

Pronta para que Gizelly mergulhasse. Fundo.

Rafaella estava ofegante enquanto a morena lhe acariciava as costas, foram caricias suaves, mas elétricas. O fato de sua pele estar fria em contato com o calor de Gizelly a arrepiava por inteira. Gizelly a arrepiava por inteira.

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