2. Por Supuesto.

3.5K 367 193
                                    


JHENIFER

Eu já deitei no seu sorriso
Só você não sabe
Te chamei pro risco
Então fica à vontade
Vivo em tela viva
Tela de cara e coragem
Solta esse seu muro
E põe os pés nessa viagem


Deixem seus comentários
Ou eu não vou postar mais nada.
(Tô surtada, amo vocês.)

O primeiro dia de aula havia sido surpreendente. Lorenzo tinha destruído todas as minhas esperanças de ter algo com ele quando ele me deu sua permissão para namorar quem quisesse, desde que cumprisse com a machista tradição da máfia e permanecesse virgem. Ele com toda certeza não ligava a mínima para mim e o beijo que tinha me dado havia sido mesmo coisa de momento. Se ele fosse apaixonado por mim como eu era por ele, ele nunca permitiria que eu estivesse com outro cara. Meu celular tocou assim que entrei no quarto de hóspedes que seria meu pelos próximos seis meses e Suspirei pesadamente achando que seria mamãe ou papai, mas era Devon. Sua foto na tela animou meu dia. 

— Ei! — Cumprimentei já clicando para transformar a chamada de áudio em vídeo. Devon demorou alguns segundos para aceitar, mas seu rosto apareceu. Céus. Como eu amava ele. Seus cabelos pretos e olhos azuis eram minha visão preferida todos os dias, mas hoje, sua expressão estava azeda. — Você está bem? 

— Como está Las Vegas? — Ele perguntou friamente. Me sentei na cama tentando processar seu tom quase acusatório. Ele sempre apoiava minhas decisões, porque agora estava diferente? 

— Quente, como sempre. — Céus, ele nem imaginava quanto. — E New York? 

— Adorável como sempre. — Devon ironizou secamente. 

— Qual é o problema, Dev? — Perguntei por fim. Eu o amava mais do que tudo na vida, mas não podia suportar suas indiretas, a personalidade passiva-agressiva que ele adotava quando estava insatisfeito. 

—  Você ainda pergunta? — Seus olhos azuis como os meus me encararam criticamente através da tela. — Sabe quem está aguentando os chiliques de Thomaz Rizzi, agora? Você está vivendo sua perfeita vida em Las Vegas enquanto o velho está pior por ter você longe.

Eu também odiava quando ele desistia de ser passiva-agressivo e jogava a verdade na minha cara sem nenhum filtro. Porra. Eu me sentia culpada por deixá-lo, mas eu não queria mais viver infeliz para deixar minha família feliz. Eu desejava Las Vegas, havia gostado da escola, dos professores, dos amigos novos. Mas, ainda assim, senti meus olhos queimarem pelas lágrimas que não me permitiria derramar. Se Devon estava infeliz, como eu poderia estar feliz? 

— Você quer que eu volte? — Indaguei em voz baixa, realmente ponderando a ideia. Se Devon quisesse, eu voltaria. Eu sempre faria qualquer coisa para deixá-lo feliz. 

— Não. — Meu irmão disse resignado e pude ver quando ele se deitou na cama. Seus cabelos estavam grandes demais, caindo sobre sua testa. Papai não gostava disso e seria violento caso Devon não cortasse os cabelos logo. Ele tinha que ser perfeito, na aparência e personalidade, um futuro Capo. — Porque eu iria querer que você ficasse aqui para ser infeliz comigo? Em breve serei Capo e nada disso vai importar. A Cosa Nostra será minha, o respeito será meu.

— Você precisa cortar o cabelo antes que papai veja que está grande demais… — Eu disse antes que me esquecesse. Meu irmão franziu os lábios e rolou os olhos. — Dev, eu só te digo isso porque te amo e não quero que você se machuque. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now