53. Blood/Water.

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O preço por sua ganância
É seu filho e sua filha.
O que você vai fazer quando
Tiver sangue na água?




16 anos atrás. 
Las Vegas, primeiro de janeiro, 
madrugada. 

Luca estava nervoso, até mesmo ansioso. Nino havia ido para o primeiro andar e ele não gostou nada disso. Sabia que seus irmãos se jogariam na luta assim que começasse, mas preferia que eles estivessem longe quando os russos chegassem. 

— Sam? — Luca chamou quando os outros se distrairam. Faltava pouco para uma da manhã, o horário marcado. 

— Sim? — Samael perguntou se virando para o melhor amigo, os olhos azuis preocupados. — Tudo bem? 

— Prometa que você vai cuidar e proteger Cinzia pelo resto da sua vida. — O loiro pediu simplesmente. Samael o olhou confuso e depois assentiu lentamente. 

— Eu prometo. — Confirmou. — Porque? 

Luca sentiu vontade de contar a ele, mas não o fez. Apenas disfarçou sua ansiedade com seu habitual sorriso distraído. 

— Eu só tenho um mau pressentimento. — Mentiu com um sorriso. — Mas tudo vai ficar bem, não é? 

— Vai, sim. — Samael prometeu com um sorriso, totalmente alheio ao que aconteceria dali alguns segundos. Totalmente alheio ao que Luca faria com a família que jurou amar e proteger. 

Por um momento, olhando para os olhos do melhor amigo, quis desistir, mas não poderia. Não desistiria nem mesmo por seus irmãos. Ele amava Love, com tudo dele, e já amava o filho que ela carregava na barriga. Ele jamais deixaria que Nico colocasse as mãos sobre ela, sobre sua criança. Jamais. 

Luca se lembrou das palavras do irmão durante o cruzeiro, quando o encontrou pouco antes dele voltar a conversa com Nino após a briga na mansão. Nico estava transtornado, com os olhos vermelhos e um sorriso maníaco nos lábios. 

Consuma com essa mulher e com a porra dessa criança antes que eu o faça, Luca. Você é um Consigliere, seu primeiro compromisso é com a Camorra. Mate-a ou eu a mato. 

Luca nunca a mataria. Nunca. Ele preferia morrer do que fazer isso e foi assim que pensou no plano. Ele poderia morrer.

Quando seu relógio, milimetricamente sincronizado com os de seus parceiros, marcou 1:00 da manhã, Luca desceu as escadas até o lobby e tirou o celular de Nico do bolso. Ele havia pego o aparelho mais cedo, quando o irmão estava distraído com Lorenzo, e até agora, horas depois, não havia notado o sumiço do aparelho. Luca havia acertado a senha na primeira tentativa, a data de nascimento de Lorenzo. Às 1:01, Luca manualmente desativou o sistema de lookdown por uma hora. Assim como as câmeras de segurança. 

Às 1:02 ele saiu pela porta de entrada. Às 1:05 a casa foi invadida. 

——————«•»——————

Luca estava correndo contra o tempo. O garoto amarrado se debateu quando ele o tirou do porta-malas de seu carro. Ele estava preso há semanas, mas encontraria a liberdade da morte naquela noite. O loiro quase riu ao pensar nisso. Havia armado aquele plano há meses porque precisava de uma segunda opção caso Nico não aceitasse seu relacionamento. E ele não tinha. Luca jogou o homem no chão conforme os tiros dentro da casa continuavam. Em poucos minutos todo homem feito de Las Vegas invadiria a mansão para proteger, com suas vidas, o Capo, então, ele deveria ser rápido. Com uma faca, Luca cortou sua vítima algumas vezes, forjando cortes de luta. Uma respiração dura saiu de seus lábios quando ele percebeu a primeira coisa errada em todo seu plano perfeito. A tatuagem de rosa, o símbolo da Camorra, havia sido tatuada em sua mão direita, a mão que somente a porra do Capo tatuava. Sua tatuagem era na mão esquerda. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now