35. Dusk Till Dawn.

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JHENIFER.

But you'll never be alone
I'll be with you from dusk till dawn
I'll be with you from dusk till dawn
Baby, I'm right here
I'll hold you when things go wrong
I'll be with you from dusk till dawn
I'll be with you from dusk till dawn
Baby, I'm right here


O vento batia forte em meus cabelos conforme atravessavamos a pista privada. O grande jato em cores escuras estava posicionado há alguns metros de nós, mas eu não me sentia animada com a perspectiva de sair do país. Do jeito que eu era azarada, aquele avião ia cair. Mantive distância de Lorenzo enquanto estávamos sob os olhos críticos de tia Alessa. Eu sabia que ela não tinha contado para ninguém e nem iria, mas ainda assim, toda vez que ela me olhava, eu me sentia quebrada. Nada nunca me custou tanto quanto chantagea-la. Eu queria poder voltar no tempo e impedi-la de ver o beijo. 

— Você está desanimada. — Tia Alessia disse surgindo ao meu lado e passando um braço sobre meus ombros. — Está tudo bem? 

— Desculpe, tia. É só um pouco de apreensão. Não gosto muito de voar. — Quase ri ao perceber que chegara ao ponto de mentir para todas as pessoas que eu amava. 

Talvez eu devesse me matar, afinal.

Eu ri de novo, mais de desespero do que por achar graça. 

— O avião é super seguro. Seus tios são exigentes ao ponto de serem chatos com as manutenções. — Tia Alessia riu balançando a cabeça. — Nino até mesmo começou a estudar os aspectos da aeronave para poder confirmar por si mesmo que é seguro. 

— Bom, se tio Nino diz, eu acredito. — Acabei rindo sinceramente. Se o meu tio gênio dissesse que a lua era quadrada, eu acreditaria. 

Quando entramos no avião, um grande corredor repleto de poltronas grandes e confortáveis me cumprimentou. Luca e Lorenzo se sentaram lado a lado, de frente para seus pais, envolvidos em uma conversa profunda. Alessa e Alessia sentaram-se lado a lado, como o usual. Gabriel, Anna e Cristina também ficaram juntos e por um momento me senti deslocada. Eu não pertencia àquele lugar. Era uma impostora. Gabriel aos poucos tinha se tornado um Parisi, mas eu? Eu só era a sobrinha passando alguns dias com eles. Me sentei no fundo do avião e coloquei os fones de ouvido, tentando aplacar o nervosismo da decolagem. 

Em algum momento das onze horas de viagem até a Itália, tia Alessa sentou ao meu lado, me oferecendo um donut açucarado. Todos estavam dormindo, até mesmo Lorenzo. Surpresa me encheu ao ver ela do meu lado. Quando peguei o doce, tia Alessa se acomodou em sua poltrona. 

— Parei para pensar na situação. Nós também tivemos uma relação secreta. Meu maior medo era que Thomaz e meu pai descobrissem; eles me tirariam Nino e eu sabia que não conseguiria ser feliz sem ele. — Tia Alessa deu de ombros. Mesmo na luz baixa eu podia ver a melancolia em seus olhos. — Eu teria feito o mesmo no seu lugar. Por Nino, sabe? Então… Não tem motivo para ficar com raiva de você por proteger seu relacionamento, a pessoa que você ama, quando eu teria feito o mesmo, quando Nino fez pior por mim. Eu não vou contar a ninguém, Jen, eu nem deveria ter dito que contaria. Você pode me desculpar? 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now