49. Decode.

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LORENZO.

There is something I see in you
It might kill me, but I want it to be true.”

Eu estava andando de um lado para o outro desde que papai me disse que Thomaz estava vindo para Las Vegas. Meu nariz estava totalmente recuperado, seria uma pena entortar ele de novo. 

— Se ele atacar meu filho, eu mesma atiro nele. — Mamãe murmurou andando de um lado para o outro comigo. 

— Vocês vão abrir um buraco no chão. — Tia Alessa censurou, mas ela estava inquieta na sua cadeira, quase como se estivesse se esforçando para permanecer sentada. 

— Ele quebrou o meu nariz da última vez que veio para Las Vegas avisando só com uma mensagem. — Murmurei sem parar de andar. 

— Conheço Thomaz há quase vinte anos. Ele não vai bater em ninguém dessa vez, já está calmo o suficiente. — Meu pai disso dando de ombros. — Mas talvez tenha vindo avisar pessoalmente que a trégua acabou, sabe? Temos história o suficiente para que ele não faça por telefone. 

— Thomaz está na entrada. — Tio Nino avisou olhando para o celular. Segundos depois, ouvi um carro estacionar nos jardins. 

Respirei fundo e parei de andar; mantendo-me ereto e em alerta. Dessa vez não seria pego de surpresa se ele desse uma de homem das cavernas para cima de mim. A porta de entrada se abriu e Thomaz entrou; vestido com um suéter preto, calças e sapatos da mesma cor, ele parecia relaxado e casual, mas um olhar em seu rosto minava essa ideia. Seus olhos azuis perpassaram pela sala e caíram sobre mim; meu tio torceu os lábios em desgosto, mas não disse nada, e nem veio em minha direção, o que eu achei um bom começo. 

— Thomaz. — Papai cumprimentou estendendo a mão. Depois de um instante de hesitação, tio Thomaz apertou a mão dele. — Acho que precisamos conversar, não é? 

— Na verdade, eu vim especificamente para conversar com Lorenzo. A sós. — Thomaz disse voltando seu olhar para mim. Ele não queria plateia quando fosse me matar? Parecendo ler meus pensamentos, Thomaz abriu um sorrisinho irônico. — Apenas conversar. Seu nariz quebrado já foi satisfatório o suficiente. 

— Ah, isso é bom. Se você quebrasse de novo com certeza iria ficar torto para sempre. — Zombei mesmo que quisesse quebrar a cara dele. 

— Escritório? — Thomaz perguntou arqueando sobrancelhas em direção a porta imponente do outro lado da sala. 

— Eu não sei se vou deixar meu filho sozinho com um homicida. — Meu pai disse secamente. Thomaz rolou os olhos. 

— Eu vou conversar com seu filho, tratando ele como um homem adulto, comece a fazer o mesmo. — Thomaz cortou. 

Eu não estava animado em ficar sozinho com Thomaz, principalmente porque eu achava que não teria coragem de bater nele mesmo se quisesse, mas aquilo era a única chance que eu tinha de ouvir falar de Jhenifer e eu não iria desperdiçar. 

— Vamos. — Apontei para o escritório e com um último olhar para o meu pai, caminhei em direção a porta. Mamãe sentada ao lado de Alessa e Nino lançou um olhar homicida para meu tio; de costas para ele, não soube qual tinha sido sua reação, mas apostava num sorriso irônico. Abri a porta do escritório e entrei, seguido de perto por Thomaz, quando ele deslizou para dentro, a fechei e girei a chave. 

— Primeiramente… Eu sinto muito pela forma que você descobriu. Não era para ser assim. — Cruzei meus braços sobre o peito conforme Thomaz caminhava pela sala, tendo a audácia de se sentar atrás da grande mesa de mogno, na cadeira do meu pai e Capo. Me sentei de frente para ele, me sentindo ridículo ao deixá-lo na posição de maior destaque dentro da minha casa. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora