52. River.

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JHENIFER

Eu mal podia acreditar no quão belo era o vestido escolhido. Tia Alessa também não, dado aos seus olhos marejados mesmo depois de sairmos da loja. Ela foi a única livre para me acompanhar, já que faltando tão pouco tempo para o casamento, mamãe e tia Alessia estavam ocupadas vinte e quatro horas por dia. 

— É, lindo, Jhenifer. — Tia Alessa suspirou. — É a sua cara e escondeu totalmente sua barriguinha. 

Coloquei a mão na barriga soltando uma risada esganiçada. O anel de rubi realizou em minha mão e novamente me apaixonei por ele. Tão, tão lindo. 

— Como foi sua primeira gravidez? Demorou muito para a ficha cair? 

— Nossa, nem me fale. Eu fiz onze testes de gravidez para confirmar. Como você sabe… Nico doou esperma, logo, fizemos um longo tratamento. E esse tratamento demora anos para funcionar, com a maioria das mulheres, mas comigo foram apenas duas tentativas. — Minha tia suspirou. — Demorei muito a acreditar. Acho que só acreditei de verdade quando peguei Luca nos braços. 

— Foi você ou tio Nino quem escolheu o nome? 

— Ambos. — Tia Alessa abriu um sorriso saudoso. — Luca era a melhor pessoa do mundo. Sempre gentil, risonho, alegre. Ele iluminava o dia de todos… Sofremos muito com sua morte. A gente simplesmente sabia, quando descobrimos que era um menino, que esse era o único nome possível. 

— Eu estou pensando muito sobre isso. — Murmurei quando entramos no nosso carro. Os dois soldados que cuidavam da nossa segurança já estavam nos bancos da frente. — Sobre os nomes, sabe? Como posso escolher o nome de uma criança? Ela vai se chamar assim pelo resto da vida!

— Bom, seus pais quebram a tradição de nomes italianos, então, você também pode. — Alessa sorriu. — Não se preocupe com isso. Em um momento, você vai simplesmente ver um nome e dizer: esse é o nome do meu filho. 

Eu comecei a sorrir feito uma idiota, mas meu sorriso caiu aos poucos quando a expressão de tia Alessa se tornou preocupada e por fim, desconfiada. 

— Esse não é o caminho de casa. — Minha tia disse numa voz firme. — Para onde estamos indo, Josué? 

— Poxa, Alessa, estou decepcionado. Você entrou mesmo em um carro sem verificar se eram mesmo seus homens no volante? — Eu não sabia de onde, mas aquela voz evocou memórias antigas, memórias que eu não conseguia desbloquear. 

Tia Alessa ficou pálida, tremendamente pálida, como se todo o sangue do seu rosto tivesse sumido. 

— O que está acontecendo? — Perguntei sentindo o pânico me tomar. — Quem é esse homem? Onde está Josué? 

— Se acalme, Jhenifer. Lembre-se do seu bebê. — O homem sentado no banco do passageiro disse numa simpatia exagerada. Lentamente ele se virou para trás, colocando seu rosto entre os dois bancos. 

Tia Alessa gritou. Realmente gritou. 

— Deixe-me me apresentar. — O homem disse com um sorriso. — Luca Parisi. 

E então ele ergueu uma pistola em nossa direção. 

LORENZO

Sadie choramingou quando meu pai segurou uma lanterna extremamente potente em direção ao rosto dela. Ela mal havia dormido três segundos quando ele a acordou. Tio Nino e ele estavam fazendo isso por toda a madrugada e boa parte da manhã. Toda vez que ela tentava dormir, eles a acordavam com luzes ofuscantes ou sons que doíam o tímpano. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora