JHENIFER.
“No pares, no pares, no
No pares nunca de soñar
No pares, no pares, no
No pares nunca de soñar”
Havia ouvido mamãe dizer (não para mim, é claro) que a primeira relação sexual doeria, mas com o tempo, se tornava prazerosa. Isso, somado a todos os outros relatos que ouvi durante uma vida na máfia, me fez acreditar que seria doloroso. Não foi. Foi a coisa mais gostosa que já tinha experimentado, e por fim, deitada no peito de Lorenzo, com ele acariciando minhas costas e beijando meus cabelos, percebi que era por causa dele. As mulheres da máfia iam para seus casamentos forçados, tensas e com medo. Na nossa noite, não houve lugar para tensão ou medo. Foi perfeito porque eu o amava, ele me amava. Foi perfeito porque havia respeito, cumplicidade e gentileza. Foi perfeito porque todas as células do meu corpo sabiam que nada poderia ser doloroso com Lorenzo.
— Eu te amo. — Disse pelo que pareceu ser a centésima vez desde que nos deitamos, nus, nos braços um do outro. Lorenzo pressionou um beijo demorado no topo da minha cabeça.
— Eu te amo. — Ele respondeu suavemente. Nunca tinha o visto tão relaxado, com a expressão serena e os olhos calmos. — Ti amo con la forza di mille soli.
Eu sorri com os olhos marejados. Eu também o amava com a força de mil sois.
— Foi bom? — Ele perguntou franzindo as sobrancelhas. Meu rosto corou violentamente. — Céus, com vergonha ainda? Depois de tudo que a gente fez?
Escondi meu rosto na curva de seu pescoço e soltei uma risada constrangida. Lorenzo me apertou em seus braços, rindo também.
— Caralho, você é perfeita.
Havia um tom tão profundo e adorável em sua voz que ergui os olhos.
— Porque diz isso?
— Não sei, de verdade. — Lorenzo riu novamente. Um riso sincero que aqueceu meu coração. — Eu só te acho perfeita. É como se… Não sei. Se você fosse tudo que eu quisesse, nada mais, nada menos. Você se encaixa tão perfeitamente na minha vida que é como se eu nunca tivesse vivido antes de ter.
Meus olhos se encheram de lágrimas. Pensei que nunca conseguiria resumir o que sentia por ele, mas ali estava, o resumo do que eu sentia. Do que ele também sentia. Meu coração bateu tão forte que eu tinha certeza que qualquer um pudesse ouvir. Lorenzo franziu as sobrancelhas.
— Oh, porra. Porque ‘cê tá’ chorando? — Lorenzo perguntou assustado e eu comecei a rir em meio as lágrimas. De assustado ele passou a descrente.
— É que eu te amo tanto que as vezes me dá vontade de chorar. — Choraminguei as palavras, envergonhada por estar sendo tão emotiva.
— Ok… — Lorenzo me abraçou apertado. — Isso é bom ou ruim?
— Bom, muito bom. — Consegui dizer.
— As vezes você me assusta. — Ele disse entre risadas.
Eu me aconcheguei contra ele, extremamente feliz e realizada. Uma voz no fundo da minha mente dizia que eu estava incrivelmente ferrada por ter perdido minha virgindade, mas a afastei. Não deixaria nenhum pensamento pessimista ruir com a mágica daquele momento. Eu havia feito amor com o homem que eu amava, estava deitado nos braços dele, nua em seu abraço, sentindo sua pele quente contra a minha em todos os lugares. Seus olhos cinzas estavam suaves, felizes. Saber que ele se sentia tão bem quanto eu tornou tudo exímio. Eu o amava com a força de mil sois e nunca me arrependeria de ter um dos momentos mais importantes da minha vida com ele.
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CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração.
Romance» Esse é o quinto livro da Saga Inevitável, retratando a segunda geração, os filhos dos casais principais. Você precisa ao menos ler o primeiro e o segundo livro da saga para compreender esse, mas receberá spoilers dos outros dois. « Vida, morte e s...