38. No Pares.

2.2K 250 99
                                    

JHENIFER.

“No pares, no pares, no
No pares nunca de soñar
No pares, no pares, no
No pares nunca de soñar”


Havia ouvido mamãe dizer (não para mim, é claro) que a primeira relação sexual doeria, mas com o tempo, se tornava prazerosa. Isso, somado a todos os outros relatos que ouvi durante uma vida na máfia, me fez acreditar que seria doloroso. Não foi. Foi a coisa mais gostosa que já tinha experimentado, e por fim, deitada no peito de Lorenzo, com ele acariciando minhas costas e beijando meus cabelos, percebi que era por causa dele. As mulheres da máfia iam para seus casamentos forçados, tensas e com medo. Na nossa noite, não houve lugar para tensão ou medo. Foi perfeito porque eu o amava, ele me amava. Foi perfeito porque havia respeito, cumplicidade e gentileza. Foi perfeito porque todas as células do meu corpo sabiam que nada poderia ser doloroso com Lorenzo. 

— Eu te amo. — Disse pelo que pareceu ser a centésima vez desde que nos deitamos, nus, nos braços um do outro. Lorenzo pressionou um beijo demorado no topo da minha cabeça. 

— Eu te amo. — Ele respondeu suavemente. Nunca tinha o visto tão relaxado, com a expressão serena e os olhos calmos. — Ti amo con la forza di mille soli.

Eu sorri com os olhos marejados. Eu também o amava com a força de mil sois. 

— Foi bom? — Ele perguntou franzindo as sobrancelhas. Meu rosto corou violentamente. — Céus, com vergonha ainda? Depois de tudo que a gente fez?

Escondi meu rosto na curva de seu pescoço e soltei uma risada constrangida. Lorenzo me apertou em seus braços, rindo também. 

— Caralho, você é perfeita. 

Havia um tom tão profundo e adorável em sua voz que ergui os olhos. 

— Porque diz isso? 

— Não sei, de verdade. — Lorenzo riu novamente. Um riso sincero que aqueceu meu coração. — Eu só te acho perfeita. É como se… Não sei. Se você fosse tudo que eu quisesse, nada mais, nada menos. Você se encaixa tão perfeitamente na minha vida que é como se eu nunca tivesse vivido antes de ter. 

Meus olhos se encheram de lágrimas. Pensei que nunca conseguiria resumir o que sentia por ele, mas ali estava, o resumo do que eu sentia. Do que ele também sentia. Meu coração bateu tão forte que eu tinha certeza que qualquer um pudesse ouvir. Lorenzo franziu as sobrancelhas. 

— Oh, porra. Porque ‘cê tá’ chorando? — Lorenzo perguntou assustado e eu comecei a rir em meio as lágrimas. De assustado ele passou a descrente. 

— É que eu te amo tanto que as vezes me dá vontade de chorar. — Choraminguei as palavras, envergonhada por estar sendo tão emotiva. 

— Ok… — Lorenzo me abraçou apertado. — Isso é bom ou ruim? 

— Bom, muito bom. — Consegui dizer. 

— As vezes você me assusta. — Ele disse entre risadas. 

Eu me aconcheguei contra ele, extremamente feliz e realizada. Uma voz no fundo da minha mente dizia que eu estava incrivelmente ferrada por ter perdido minha virgindade, mas a afastei. Não deixaria nenhum pensamento pessimista ruir com a mágica daquele momento. Eu havia feito amor com o homem que eu amava, estava deitado nos braços dele, nua em seu abraço, sentindo sua pele quente contra a minha em todos os lugares. Seus olhos cinzas estavam suaves, felizes. Saber que ele se sentia tão bem quanto eu tornou tudo exímio. Eu o amava com a força de mil sois e nunca me arrependeria de ter um dos momentos mais importantes da minha vida com ele. 

CINZAS - Saga Inevitável: Segunda Geração. Where stories live. Discover now